Direitistas - Textos Diversos XXX (Rothbard)
Rothbard - O Mito Adam Smith:
320 - Mesmo
em uma época em que havia menos citações e notas de rodapé do que a nossa, Adam
Smith foi um desavergonhado plagiador, pouco ou nunca reconhecendo suas fontes
e roubando grandes nacos, por exemplo, da obra de Cantillon.
321 - Pois
Smith não apenas não contribuiu com nada de valor para o pensamento econômico,
como também sua economia foi uma grave deterioração da economia de seus
predecessores: de Cantillon, de Turgot, de seu professor Hutcheson, dos
escolásticos espanhóis, e até mesmo, bizarramente, de seus próprios trabalhos
anteriores, como Escritas sobre Jurisprudência (não publicado, 1762-63, 1766) e
a Teoria dos Sentimentos Morais (1759). (...) A Riqueza das Nações é um livro
enorme, prolixo, rudimentar e confuso, repleto de ambiguidades e profundas
contradições internas.
322 - Elogia Schumpeter por menosprezar Smith.
323 - Essa
'teoria progressista da história da ciência' foi hoje amplamente descartada em
prol da mais realista teoria kuhniana dos paradigmas. Para nossos propósitos, o ponto importante da
teoria de Kuhn é que muito poucas pessoas testam pacientemente qualquer coisa,
particularmente as hipóteses fundamentais, ou o 'paradigma' básico de suas
teorias: e mudanças nos paradigmas podem ocorrer mesmo quando a nova teoria é
pior que a antiga.
324 - Pausa para o tanto de pessoas de nome Adam
Smith que vivam em torno de Adam Smith. Três! Rothbard deve admitir que no
mínimo Adam Smith foi o Adam Smith de maior valor histórico.
325 - A “divisão do trabalho” assumiu proporções
agigantadas em Smith. Não é a maior fonte de progresso.
326 - Não
há como negar que Smith se contradisse totalmente entre o Livro I e o Livro V
de A Riqueza das Nações. No primeiro, a
divisão do trabalho sozinha explica a riqueza da sociedade civilizada - e, com
efeito, a divisão do trabalho é repetidamente equiparada a 'civilização' ao
longo do livro. E ainda assim, enquanto
que no Livro I a divisão do trabalho é aclamada por expandir a vivacidade e a
inteligência da população, no Livro V ela é condenada por levar à sua
degeneração moral e intelectual, à perda de suas 'virtudes intelectuais,
sociais e guerreiras'. Não há como tal
contradição ser plausivelmente conciliada.
327 - Diz que Smith acabou amizade de décadas com
seus melhor amigo pela resposta que este deu a uma acusação de plágio que Smith
lhe fez. Ele disse que tanto ele quanto Smith tiraram o “trecho” de uma obra
francesa e que, portanto, não era plágio. Smith não gostava, segundo Rothbard,
de alunos escrevendo nas aulas dele. Dizia que odiava escrevinhadores. Temia
ser “roubado”.
328 - Afirma que Smith não estava percebendo a
grande revolução industrial que começava. ...em contraste com aqueles historiadores que o louvam por sua apreensão
empírica das questões econômicas e industriais contemporâneas, Adam Smith
estava totalmente desatento em relação aos importantes eventos econômicos que o
rodeavam. Grande parte de sua análise
estava errada, e muitos dos fatos que ele incluiu em seu A Riqueza das Nações
eram obsoletos e foram coletados de livros velhos mais de 30 anos.
329 - Smith e a correção (ou ampliação, para
Rothbard) do erro dos fisiocratas ao louvarem apenas a agricultura como
produtiva: Para Smith, portanto, o
trabalho voltado para objetos materiais era 'produtivo'; mas o trabalho voltado
para, digamos, serviços, ou produção intangível, era 'improdutivo'.
Rothbard - Por Que Ser Libertário:
330 - Texto de 1966.
331 - Embora
seja verdadeiro e haja méritos em saber que um livre-mercado traria uma
abundância muito maior e uma economia muito mais saudável para todos, tanto
para os ricos quanto para os pobres, um problema crítico é saber se esse
conhecimento é suficiente para atrair muitas pessoas para um comprometimento de
vida à liberdade. Em suma, quantas pessoas montariam barricadas e suportariam
os vários sacrifícios que uma devoção consistente à liberdade exige apenas para
que alguns por cento a mais da população tenha melhores banheiras? As pessoas
não prefeririam levar uma vida fácil e esquecer a porcentagem de banheiras? Em
última análise, então, a economia utilitária, embora indispensável no
desenvolvimento da estrutura de pensamento e ação libertária, é quase tão
insatisfatória como alicerce para o movimento como aqueles oportunistas que
simplesmente buscam lucros fáceis.
332 - Resumindo, só a paixão pela “justiça”
salva.
333 - Para o povo que só sabe falar “ah isso é
utopismo”, a passagem que corrige tal bobagem está aqui: Defendendo a imediata abolição com tanto empenho quanto possível,
teremos, diabos!, uma abolição gradual no fim das contas. Nós nunca dissemos
que a abolição seria derrubada de uma só vez; que ela deveria ser, nós sempre
afirmaremos.
334 - E acabou se dando sem indenização mesmo por
lá. A abolição.
Rothbard - Serviços de Defesa no Livre Mercado:
335 - Capítulo 1 do livro “Poder e Mercado” de
1970.
336 - A
defesa numa sociedade livre (inclusive os serviços de defesa à pessoa e à
propriedade como a proteção policial e cortes judiciais) teriam, portanto, que
ser fornecida por pessoas ou firmas que (a) conseguissem seus recursos
voluntariamente e não via coerção e (b) que não — como o Estado — se arrogassem
de um monopólio compulsório de polícia e compulsão judicial. … Muito provavelmente, esses serviços seriam vendidos
antecipadamente numa base de assinaturas, com prêmios pagos regularmente e
serviços a serem oferecidos de acordo com a necessidade. Muitos competidores
sem dúvida surgiriam, cada um tentando, conseguindo uma reputação por
eficiência e probidade, ganhar um mercado consumidor para seus serviços. É
claro, é possível que em algumas áreas uma única agência tirasse todas as
outras do mercado através da competição, mas isso não parece provável quando
nós percebemos que não há monopólio territorial e que firmas eficientes
poderiam abrir filiais em outras áreas geográficas. Parece provável também que
ofertas de serviços policiais e judiciais fossem providos por companhias de
seguro, porque seria do interesse direto delas reduzir os crimes tanto quanto
possível.
337 - A lei
mercante, a lei dos almirantes, e muito da common law começou a ser
desenvolvida por juízes privadamente competitivos, que eram procurados por
litigantes por suas experiências no entendimento das áreas legais envolvidas.
As feiras de Champanhe e grandes mercados de comércio internacional na Idade
Média tinham cortes livremente competitivas, e as pessoas poderiam sustentar
aquelas que consideravam mais justas e eficientes.
338 - O condenado numa corte primária da agência
“Y”, pode apelar para uma corte de apelação de uma agência “X”, que seria a
julgadora definitiva da coisa.
339 - Diz que os monopólios estatais em segurança
e jurisdição cria brecha para justificar o Socialismo de Estado, já que obriga
(taxa) cidadãos a manter tais serviços que em tese não precisam ser estatais.
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