Direitistas - Textos Diversos XXIX - Direita e Esquerda - Perspectivas Para a Liberdade (Rothbard)

 (continuação...)

309 - Havia, na verdade, um notável caráter “conservador” nos escritos de Marx e Engels que freqüentemente justificava o Estado, o imperialismo Ocidental e o nacionalismo agressivo, e foram esses temas, na visão ambivalente dos Mestres deste assunto, que fomentaram a virada futura da maioria dos Marxistas para o campo dos “imperialistas sociais”.

310 - O ambiente de Lênin se tornou mais “esquerdista” que o dos próprios Marx e Engels. A postura de Lênin em relação ao Estado era decididamente mais revolucionária, ele defendeu e apoiou coerentemente movimentos de liberação nacional contra o imperialismo. A virada Leninista era mais “esquerdista” em outros pontos importantes também. Enquanto Marx centrou seu ataque no capitalismo de mercado per se, o foco principal das preocupações de Lênin estava no que ele considerava os estágios mais altos de capitalismo: imperialismo e monopólio.

311 - ...enquanto ambos os sistemas eram indubitavelmente coletivistas, eles eram bastante diferentes em se tratando de assuntos socioeconômicos. Comunismo era um movimento genuinamente revolucionário que cruelmente deslocava e sobrepujava as velhas classes dominantes, enquanto fascismo, ao contrário, cimentava as velhas classes dominantes no poder. (...) o Fascismo foi a apoteose do moderno capitalismo de monopólio estatal.

312 - Não associava fascismo à capitalismo, já que faltava o laissez-faire. Porém, o fascismo também não tinha o caráter expropriador e de oportunizar ascensão e educação aos trabalhadores, como almejava e fez o “comunismo”.

313 - Roosevelt não inventou o estatismo. Primeiro, a emenda do imposto de renda, a qual ele lamenta como o começo do socialismo nos Estados Unidos, foi ratificado pelo Congresso em 1909 pela maioria esmagadora dos dois partidos. (...) De fato, o New Deal não foi em sentido algum uma revolução; todo seu programa coletivista foi antecipado: proximamente por Herbert Hoover durante a depressão, e, além daí, pelo coletivismo de guerra e planejamento central que governou o país durante a Primeira Guerra Mundial. 

314 - Ademais, o New Deal não se deu para promover qualquer igualitarismo ou poder proletário, coloca. (...) o berço desse coletivismo explosivo não era de forma alguma o Socialismo-Comunismo, mas sim o Fascismo, ou Socialismo-da-direita, um berço o qual muitos grandes empresários dos anos vinte expressaram abertamente em seu desejo de abandono de um sistema quase laissez-faire para um coletivismo o qual pudessem controlar. E, com certeza, William Howard Taft, Woodrow Wilson, e Herbert Clark Hoover se fazem figuras muito mais reconhecíveis como proto-Fascistas do que como cripto-Comunistas. (...) Dessa forma, em 1934, o teórico Leninista britânico R.Palme Dutt publicou uma curta porém severa análise do New Deal como “fascismo social” – já que a realidade do Fascismo era encoberta com verniz de demagogia populista. Nenhum oponente conservador trouxe antes uma denúncia mais vigorosa ou incisiva do New Deal.

315 - Cita Gabriel Koiko para ir de encontro à historiografia americana sobre o período 1900-1916: Em resumo, a intervenção do governo federal foi planejada não para restringir o monopólio em benefício do bem estar público, mas sim para criar monopólios que os grandes negócios (assim como trade associations e negócios menores) não teriam sido capazes de estabelecer em meio às tempestades do livre-mercado. (...) Dessa forma, Kolko mostra que, começando com o “New Nationalism (Novo Nacionalismo)” Theodore Roosevelt e culminando na “New Freedom (Nova Liberdade)” de Wilson, em ramo após ramo, por exemplo, seguros, bancos, carne, exportações e negócios em geral, regulações que Direitistas contemporâneos consideram “socialistas” não foram aclamadas uniformemente, mas concebidas e animadas por grandes empresários. Esse foi um esforço para jogar sobre a economia um cimento de subsídios, estabilização, e privilégios monopolísticos.

316 - Tornou-se aceitável que as corporações se utilizassem do governo federal sob pretexto de estabilizar a economia.

317 - Reclama da pelegagem dos libertários da época que, para combater Roosevelt, se tornaram mais conservadores que libertários. Um pragmatismo que vinha do pessimismo com o futuro.

318 - Trata da inevitabilidade da derrocada soviética (1965 o texto). Para pesquisas: O Plano Liberman para a União soviética ganhou um bocado de publicidade; mas o processo inevitável de dessocialização seguiu mais longe ainda na Polônia, Hungria e Checoslováquia.

319 - O planejamento central na Iugoslávia virtualmente desapareceu; o setor privado predomina não só na agricultura mais é forte até na indústria, e o setor público em si foi tão radicalmente descentralizado e colocado sob livre precificação, testes de lucros e perdas, e posse cooperativa dos trabalhadores de cada planta que o socialismo em si quase não existe mais. Apenas o passo final de converter o controle sindical dos trabalhadores em cotas individuais de propriedade fica no caminho em direção ao capitalismo.

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