João Bernardo - O Mito da Culpabilidade Alemã (PP)
O Mito da
Culpabilidade Alemã (PP):
565 - Sempre
houve resistência organizada e perseguida na Alemanha. Havia duas alemanhas.
566 - O facto de a circulação dos jornais no
Terceiro Reich ter diminuído 10% entre 1933 e 1939 parece indicar o
desinteresse por informações que se confundiam com propaganda. Relatórios
dos serviços de segurança também indicavam isso. Pessoas se queixando das
mesmice nas publicações.
567 - Em Setembro de 1938, por ocasião da
conferência de Munique, Hitler verificou com preocupação que os alemães se
mostravam satisfeitos pelo facto de a paz ter sido prolongada.
568 - Vários
documentos atestam o “desentusiasmo” da população alemã às vésperas da guerra.
569 - Outubro de
1941: «Os Gauleiters comunicam que,
devido à escassez de bens, a boa vontade dos empregados e o seu entusiasmo no
trabalho, especialmente na indústria de armamentos, começou a diminuir» . O
resultado mede-se nas condenações por violação da disciplina do trabalho, que
haviam sido 74 em 1939 e chegaram a 29.634 na primeira metade de 1943.
570 - «Muitos operários estão uma vez mais a
começar a pensar em termos de classes», assinalou em 29 de Novembro de 1943 um
relatório do Serviço de Segurança dos SS, «e falam de classes que os
“exploram”».
571 - Documentos
de 43 atestaram diminuição acentuada das saudações de braço estendido e
crescimento das ofensas públicas a Hitler e o regime, além de piadas maldosas.
“Perderam o medo”, disse um deles.
572 -
Paralelamente a isso, o número de prisões e condenações à morte foi subindo
durante a guerra. Tratar humanamente os eslavos, por exemplo, botava gente na
cadeia.
573 - Relatórios
entre 33 e 39 lamentavam falta de entusiasmo em vários dos boicotes e eventos
agressivos contra os judeus.
574 - Há relatos
ainda de comentários de populares alemães contra o tratamento desumano
destinado pelo governo aos judeus.
575 - Também
cresciam as gangues juvenis antinazis. Onze líderes foram enforcados em 1944
para servir de exemplo.
576 - No início,
a ideia do comandante inglês era poupar as vidas dos civis alemães. Em 1940,
com a troca no comando, isso mudou. Em
Setembro de 1940, o Gabinete de Guerra britânico decidiu que, se os pilotos
fossem incapazes de encontrar os alvos militares e económicos que lhes haviam
sido designados, largariam as bombas em quaisquer outros lugares [3], e
determinou no mês seguinte que, se o mau tempo impossibilitasse o
bombardeamento dos objectivos previstos, os pilotos deveriam lançar as bombas
sobre grandes cidades, determinando também que esta nova orientação não fosse
levada ao conhecimento do público.
577 - O principal
conselheiro científico do governo britânica considerava que arruinar as
habitações inclusive destruía mais a moral alemã do que a morte de vizinhos ou
amigos.
578 - Bairros
operários na Alemanha e na Itália passaram a alvos preferenciais dos Aliados.
Queria-se inclusive desabrigar ¾ da população urbana do Reich.
579 - Mesmo
quando os aviões e equipamentos melhoraram sua previsão e condições de vôo os
civis continuaram a ser massacrados. Em tese, haveria uma mudança de tática.
Ficou só na intenção.
580 - Quando a guerra terminou estavam reduzidas a
escombros todas as grandes cidades alemãs, com um custo em vidas de civis
calculado entre setecentos e cinquenta mil e um milhão, um morticínio muito
superior ao provocado pelas duas bombas atómicas lançada sobre o Japão.
581 - No que dizia respeito ao Reich, todavia, a estratégia
manteve-se invariável e os Aliados preferiram bombardear o operariado alemão e
austríaco, cujas simpatias comunistas e sociais-democratas eram bem conhecidas,
do que aceitar a sua ajuda para combater o nazismo [31].
582 - E assim, entre o começo de 1943 e o final de
1944, enquanto os aviões dos Aliados chacinavam metodicamente a população
civil, a produção de armamentos do Reich aumentou duas vezes e meia [33] e o
fabrico mensal médio de aviões de combate monomotores aumentou 86% entre o
último semestre de 1943 e o primeiro semestre de 1944 [34]. Speer, um
dirigente nazista, estranhou totalmente a estratégia dos Aliados. Afirmou que a
guerra poderia ter acabado muito antes.
583 - Alguns
historiadores crêem que o plano era, de toda forma, enfraquecer a indústria,
mas através da morte dos operários. Seria mais eficiente. Acho estranho, mas
enfim…
584 - O último
artigo da série e deste documento é
quase uma cópia do “náufragos”, excelente texto de JB que já li e conta a
indiferença dos Aliados com o extermínio de judeus e subversivos em geral. Traz
fatos que vi lá.
585 - Churchill e
Aliados se lamentavam pelos judeus e publicavam manifestos emotivos, porém, não
estavam dispostos a gastar com ajuda humanitária aos mesmos. Durante algum tempo
inclusive censuraram as informações sobre o extermínio.
586 - Pior ainda foi ter-se introduzido aqui uma
excepção, já que em 1940 o Departamento de Estado admitira a concessão de
«vistos de emergência» a refugiados «cujos sucessos intelectuais ou culturais
ou actividades políticas sejam do interesse dos Estados Unidos» [17]. As portas
que se abriam a uma elite rentável fechavam-se aos outros e em Abril de 1943 a
conferência anglo-americana das Bermudas, convocada especialmente para discutir
as questões suscitadas por este genocídio, absteve-se de propor qualquer
iniciativa eficaz.
587 - JB traz
vários trechos de revistas de eugenia norteamericana, em diferentes anos, para
concluir o seguinte: “Perante todos
aqueles textos e conhecendo as estreitas relações que uniam os eugenistas
norte-americanos aos seus colegas germânicos, vejo a outra luz a indiferença
com que certa opinião pública dos Estados Unidos acolheu as notícias sobre o
assassinato em massa dos judeus e o afã do governo em dificultar a sua difusão
pelos órgãos de informação. Em vez de constituir qualquer novidade, a «solução
final» vinha na continuação de medidas que desde há bastante tempo eram
anunciadas e promovidas por alguns nomes célebres do eugenismo.”
588 - JB observa
que sequer bombardeavam os campos de concentração, como pedia a resistência
judaica e polaca.
589 - Em meados de 1942 a resistência clandestina
do ghetto de Varsóvia, através de contactos mantidos com a resistência polaca
pró-britânica, fez chegar a Londres um apelo para que o povo alemão fosse
ameaçado de represálias em consequência do genocídio dos judeus, mas a BBC não
lhe deu nenhuma publicidade.
590 - Haveria
dificuldades técnicas insuperáveis? Não parece, porque em 1944 foram várias
vezes bombardeadas as instalações industriais situadas em redor de alguns
grandes campos, conseguindo-se que os dormitórios dos presos não fossem
atingidos.
591 - Um
comentador irritado chama JB de negacionista, mas admite algumas coisas. “Não discordo, no entanto, que a estratégia
de bombardear a população alemã para que esta se insurgisse contra Hitler –
proposta tanto por Bomber Harris quanto pelo próprio Churchill – constitui
verdadeiro crime de guerra. Repito: é um fato.”
592 - No seu discurso perante o Reichstag em 28 de
Abril de 1939, respondendo às propostas de paz efectuadas por Roosevelt duas
semanas antes, Hitler afirmou que «nós, os alemães, professamos a mesma
doutrina [Monroe] quanto à Europa, pelo menos no que diz respeito à esfera de
influência e aos interesses do Reich germânico».
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