Dados e Fatos (Brasil) - Parte II

  

Um Retrato em Branco e Preto das Desigualdades Raciais:

24 - Marcelo Paixão mostra que a coisa vai muito além da escravidão. “quando pegamos dados, lá pelos idos de 1950, verificamos que quase 70% da população negra no Brasil era analfabeta”.

25 - Os dados são de 2006: Se a criança está na escola fora da série correta ou se ela está fora da escola, ela está inadequada ao sistema de ensino. No primeiro ciclo do ensino fundamental (7 a 10 anos), em 2006, 62,2% das crianças brancas estão adequadas; e entre as crianças negras o índice é de 52,2%, uma diferença de dez pontos percentuais. Analisando esse mesmo indicador com relação ao segundo ciclo do ensino fundamental (crianças de 10 a 14 anos), os índices são de 49,8% para crianças brancas e 33,1 entre as crianças negras. (...) Entre os 15 e 17 anos, esse indicador é de 37,4% entre os brancos e 19,3% entre os negros.

26 - No período estudado entre 1995 e 2006, a taxa bruta de escolaridade do ensino superior (população freqüentadora da universidade independentemente da idade que possua divido pelo número de pessoas com idade entre 18 e 24 anos) entre os brancos passou de 13,1% para 30,7%; entre a população negra esse indicador evolui de 3,3% em 1995 para 12,1 em 2006. O indicador melhorou, mas quando se parte de um nível de 3,3%, qualquer melhoria vai dar um pulo. Quando pegamos a taxa líquida de escolaridade (população entre 18 e 24 anos que está efetivamente na universidade divido pela população com idade entre 18 e 24 anos) verificamos que entre 1995 e 2006, a população branca pulou de 9,2% para 19,5% e a população negra pulou de 2% para 6,3% nesse mesmo período. Nesse nível de ensino, as desigualdades são gritantes. Se analisarmos o total de jovens negros entre 18 e 24 anos, praticamente 94% estão fora deste nível de ensino.

25 - Menciona ainda o racismo dos alunos em sala de aula e o conteúdo programático eurocentrado, digamos assim.

26 - Critica que a história do negro no Brasil acabe com a “abolição”. É como se a questão racial tivesse sido resolvida.

 

Pochmann e Seu Brasil:

27 - Entrevista e texto fraco. Só achei um dado interessante e que já tinha de memória: “O país tem um Estado raquítico. Apenas 8% da mão de obra ocupada pertence ao Estado. Nos Estados Unidos, são 18%. Na Europa, 25%. Na Escandinávia, 40%. Espanha e Portugal tem cerca de 20%.”

 

                A Epopéia da Glória, Um Caso de Autogestão:

28 - A auto-viação Glória era de um italiano, microempresário.

29 - "A razão de aspas na palavra falência é porque na maioria das empresas de ônibus que faliram, o que ocorreu realmente foi uma falência forjada. Os empresários quando querem forjar uma falência, passam os bens pertencentes à empresa para o nome de parentes e amigos para que quando a falência for decretada a empresa não tenha condições de saldar as dívidas."

30 - Quando faliu… “Um dado que vale mencionar é que a Auto-Viação Glória não conseguia arrumar empréstimos do governo, como as outras empresas. Isto porque seu dono alguns anos atrás denunciou a corrupção existente nos órgãos que cuidam dos transportes urbanos e a partir daí passou a ser persona non grata entre os empresários de ônibus”.

31 - Sonegação de obrigações trabalhistas e adulteração do número de passageiros transportados para aparentar prejuízo (forçando aumento da passagem) eram formas desses empresários ganharem dinheiro.

32 - Quando o salário atrasou bastante, uma greve exigiu o pagamento das obrigações trabalhistas. A empresa disse que não tinha como.

33 - A comissão era formada por um motorista, um borracheiro e um eletricista, além de contar com a assistência do sindicato. (...) O DRT decretou que a empresa ficaria sob intervenção por 60 dias e reconheceu a comissão, que no dia seguinte já começou a operar. Vale mencionar que esta comissão foi tirada em assembléia realizada na Delegacia, com todos os empregados, e que 90% dos 130 empregados eram sindicalizados.

34 - Para a parte administrativa o sindicato contratou um administrador e um tesoureiro. Só que esses para tomarem uma resolução tinham que consultar a comissão, que por sua vez levava a discussão aos empregados (todos os sábados a comissão realizava uma reunião com os empregados para traçarem as diretrizes a serem adotadas).

35 - A empresa vinha cada vez melhor nos meses da intervenção e, por isso, a CTC resolveu fechá-la (assumir o controle, baseando-se num lei aí). Ia desmascarar os empresários. A DRT negou a proposta dos trabalhadores de continuarem gerindo a empresa, pois o Brasil não era socialista, disse.

36 - Não é um relato muito detalhado e/ou profundo, mas não deixa de ser interessante.


Globalização e Território - Queda da Desigualdade Não é Falácia

37 - É bom pra comparar com o que diz que é falácia, pois os dados são do mesmo período (até 2006).

38 - As fusões e aquisições que vemos em crise (texto de 2008) são reflexos do processo de centralização (Marx). Concentração é no “boom” mesmo. As massas de capital crescem.

39 - A Nike produz não tênis, mas emoção. O marketing. E isso fica nos EUA. A Ásia fica com a montagem. Aí salários baixos é que são determinantes.

40 - O crescimento da renda per capita dos quatro primeiros décimos da pirâmide social foi bem denso. Quase 6% em média. Ou isso. Isso entre 2001 e 2004. Dados do IPEA.

 

Funcionário Público e Neoliberalismo:

41 - Nada que eu já não saiba e alguns erros.

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