Dados e Fatos (Brasil) - Parte VI
Financiamento e Gasto com Ações e Serviços
Públicos de Saúde no Brasil:
105 - Exceção à regra nos países desenvolvidos: “O modelo dos Estados Unidos é baseado
fundamentalmente na cobertura por meio da inserção no mercado de trabalho. A
provisão de assistência à saúde pelo empregador não é obrigatória, ainda assim,
61% da população está coberta por essa modalidade. Existe uma cobertura federal
para os idosos e pessoas portadoras de deficiência – Medicare -, complementada
por uma cobertura compartilhada entre o nível federal e o estadual para os
indigentes que sejam também idosos, deficientes, crianças ou gestantes -
Medicaid.”
106 - No Brasil, há financiamento público até
para o setor privado. Indiretamente falando, já que o cidadão desconta do IR.
107 - A
Organização Mundial de Saúde (OMS) estima, no entanto, que o Brasil gasta cerca
de 7,6% do PIB com saúde, que o gasto privado responde por 58,4 % do gasto
total e que o gasto direto das famílias atinge cerca de 37,4% do gasto total em
saúde, ou ainda, 64,1% do total do gasto privado (OMS, 2004). Se as estimativas
da OMS estiverem corretas, seria possível dizer que, a sociedade brasileira
gasta com saúde uma parcela do PIB bastante próxima a dos países da OCDE (...).
Como agravante, percebe-se que a participação privada no Brasil é maior do que
naqueles países da OCDE que possuem sistemas de saúde públicos e universais.
Gasto público é 3,45% do PIB
108 - Isso em 2005. É baixo. Em 2001, o gasto público total em saúde na França, na
Espanha e na Inglaterra correspondeu, respectivamente, a 7,2%, 5,4% e 6,2% do
PIB. Na Argentina e Cuba, o gasto público correspondia, respectivamente, a 5,1%
e 6,2%. Nos EUA, que têm um sistema de saúde assentado predominantemente no
mercado, tais gastos alcançavam 6,2% do PIB.
109 - EC 29 de 2000: “De um lado, a fixação de recursos mínimos para aplicação dos Estados
serve como catalisador da discussão, que já vem sendo conduzida, sobre a
necessidade da esfera estadual assumir maiores obrigações dentro da gestão do
SUS, notadamente na alta e média complexidade e na articulação regional do
sistema. De outro lado, a fixação de recursos mínimos a serem aplicados por
cada uma das municipalidades trabalha no sentido de abolir a prática
identificada em certas regiões, onde alguns municípios, mais comprometidos com
o SUS, acabavam assumindo a atenção à saúde de cidadãos de outros municípios.”
110 - Trata longamente de regras de financiamento
da ADCT que serviram até 2004 apenas, pelo que entendi. Depois mudou.
111 - Em 1996 a União era 63% dos gastos públicos
em Saúde. Caiu para 50,7% em 2003. Estados passaram de 20 a 22% e Municípios de
16 a 26,5%, praticamente.
112 - Os Estados continuaram gastando abaixo dos
12% da receita, que a EC29 previa.
113 - Tirando o efeito da inflação, gastou-se em
2004 praticamente a mesma coisa (até menos) que em 1995… Isso significa uma redução em termos de percentual
do PIB, de 1,9 para 1,8%. Gasto per
capta caiu mais ainda. O melhor ano foi 1997, quando surgiu a CPMF (IPMF).
Depois, os gastos das outras fontes de financiamento foram se acomodando. O
tributo serviu mais para manter o gasto que para aumentar.
114 - As contribuições sociais em geral (CSLL,
COFINS, CPMF) sempre foram responsáveis por 60 a quase 90% dos orçamentos de 95
a 04.
115 - As transferencias do MS para Estados e
Municípios crescem de forma impressionante após a EC. “Juntas, as transferências a governos subnacionais alcançam 56,5% dos
gastos do MS em 2004.” Não chegavam a dois dígitos antes (1995).
116 - Isso me leva a deduzir que os Estados (20%
das transferências) poderiam/deveriam estar aplicando mais (na época) em saúde.
Comentários
Postar um comentário