Mészáros - Mais textos variados III
Meszaros -
Entrevista Para o Jornal Zero Hora:
73 – Entrevista profundamente superficial.
Meszaros - Globalização Capitalista é Nefasta (Brasil de Fato
09.08.04):
74 – Outra entrevista para o Brasil de Fato. 2004. Achei surpreendente
este trecho. Parece que ele é menos apocalíptico do que eu tentei
interpretá-lo: “É um engano dizer que o
capitalismo está acabando. Não está. Há ainda muito suporte para ele.” Deve
estar falando da produção destrutiva. Se for “só” isso, eu discordo.
Meszaros - Marx, Nosso Contemporâneo, e o Seu Conceito de Globalização:
75 – Texto de 2004 também. Sobre as dimensões fundamentais do sistema
capitalista: “Portanto, no início, os
limites imediatos de cada uma são superados com êxito, graças precisamente à
interacção recíproca com as outras dimensões. (Por exemplo: o obstáculo
imediato à produção é superado com êxito durante algum tempo através da
expansão do consumo e vice-versa.)"
76 - Assim,
defende que "A crise estrutural do
capital, que começámos a experimentar há mais de três décadas, não se refere a
nenhuma condição absoluta. Ela significa simplesmente que a tripla dimensão
interna (produção, circulação e realização) da auto-expansão do capital mostra “disfunções” cada vez maiores, o que
tende não só a desagregar o processo normal de crescimento, mas também antecipa
uma quebra na transferência das contradições acumuladas, que é função vital".
77 - Todo o longo trecho, sem um único dado, sobre a suposta “crise
estrutural do capital” parece mais um desejo que uma argumentação. Sempre
quando ele entra nesse tema fico com essa impressão. De total subestimação do
poder do capital. E deve ser a milésima vez que a esquerda faz isso.
78 - O que diferencia o sistema capitalista dos modos precedentes,
para Marx, segundo Mészáros, é a intensidade crescente do trabalho, ou seja, a
ênfase da dominação na mais valia relativa; aprimoramento da divisão técnica e
social do trabalho; a redução constante do trabalho necessário, por fim. (pra
mim essas duas últimas já decorrem da ênfase na mais valia relativa). Também
diz que o desenvolvimento capitalista se inicia no século XVII, para Marx.
79 - “E tudo isto se consegue —
durante um longo período — de maneira muito favorável, pela produtividade; sem
recorrer regra geral à dominação/subordinação extra-económica (política) que
ocasiona muito desperdício.” URSS que o diga.
80 - Esta “extração política” estaria retornando agora, com os Estados
intervindo pesadamente (trilhões) na socialização dos prejuízos privados em vez
da soluções privadas - incrementos na produtividade e tal.
81 - Como sinal dessa dificuldade atual do capital, fala da tendência
em vários países avançados de se apelar também para a mais valia absoluta -
banco de horas; leis garantindo expansões nos horários de trabalho sem
pagamento de horas extras etc. Exemplos do Japão, Alemanha, Itália e França.
82 - O capital hoje é mais de produção destrutiva que de destruição
produtiva (como na época de Marx) por alguns motivos. Primeiro o seu ímpeto
devorador dos recursos naturais teria crescido. Segundo que seu potencial
bélico aumentou tremendamente e, com isso, o perigo. Terceiro que produz cada
vez mais “pessoas supérfluas”, desemprego estrutural.
Meszaros - Marxismo, Política e Moralidade:
83 – Conselheiro de Gorbachev escrevendo merda em 1989: “A teoria da convergência de acordo com a
qual capitalismo e socialismo se aproximam à medida que se desenvolvem e
eventualmente irão fundir-se em um único sistema já não parece de modo algum
tão primitiva como outrora. O ocidente caminha para uma sociedade melhor, à
qual se refere como 'pós-industrial' e 'baseada-na-informática'. Nós usualmente
nos referimos a esse tipo de sociedade como o primeiro estágio do comunismo".
84 - O chefe ideológico de Gorbachev, Medvedev, afirmava que o mercado
era uma fantástica criação que favorecia os valores humanos universais e
podia-se, assim, abandonar a perspectiva de classe.
85 - O ministro das relações exteriores apostava num “crescente
interesse altruísta universal” no lugar de qualquer antagonismo. A mim pareceu
uma diplomacia ursinha-carinhosa. Teve isso mesmo?
86 - Sobre Gorbachev: “Seu livro
sobre a perestroika constitui uma longa lista de desejos, embrulhada na
costumeira retórica de partido do Primeiro Secretário”.
87 - Mészáros resume o fracasso de Gorbachev com a tese de que se
tentou apelar pra “receita moral” abrindo mão de uma imprescindível crítica
política. Ficou um abstracionismo, portanto.
Meszaros - O Desafio do Desenvolvimento Sustentável e a Cultura da
Igualdade:
88 – Diderot dizia que, se o trabalhador diário é miserável, a nação é
miserável.
89 - Coisas já ditas em textos anteriores e um parte interessantezinha
sobre Fausto e Mefistófoles. Em Balzac a coisa é diferente. A salvação do
“Fausto” parece coisa de esquema pirâmide, ele vai passando o fardo via
contrato com outro desesperado, que segue a “corrente”. É o mercado da dívida.
Meszaros - O
Militarismo e as Guerras Vindouras:
90 – Texto de
janeiro de 2003. A meu ver, raso.
Mészàros -
Solução Neokeynesiana e Novo Bretton Woods São Fantasias:
91 - Entrevista
para a “Socialist Review” em fevereiro de 2009.
92 - Mais do
mesmo. Um trecho eu gostei e vem talvez da única grande coisa que eu gosto em
Mészáros. O enfrentamento aos capitalistas deve ser feito não para derrotá-los
e sim para derrotar o sistema do capital. Afinal, na ausência disso, o capital
mudará apenas sua personificação. Pra mim, isso já está mesmo na leitura de um
prefácio do “capital”, mas parece que nem todo mundo prestou atenção.
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