Citações e Passado da Direita - Parte II
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20 - Pérola antiintelectual de Henry Ford: "Um homem pode ser muito douto e inútil; ao contrário, outro pode ser indouto e utilíssimo. O objetivo da instrução não é sobrecarregar com doutrinas, mas ensinar ao indivíduo como deve servir-se de seu cérebro para pensar. E freqüentemente um homem pensa melhor quando menos abarrotado está pelo conhecimento do passado".
21 - Embates da escravatura. Em 1888, a elite do município de Araras estava em pânico com as deserções em massa de escravos. Tudo isso mostra quão tosca é a visão que mostra o escravo como sujeito passivo de sua libertação. A luta dos mesmos claramente dificultava ou mesmo impossibilitava a viabilidade da escravidão.
22 - Há também uma frase bem racista de Ruy Barbosa.
23 - O que aprendiam nossos bisavós "Os povos negros dos quaes vieram individuos para o Brasil achavam-se em um gráo de civilisação inferior aos dos nossos indios. Sob o ponto de vista da religião eram fetichistas grosseiros; adoravam animaes, pedras, rios, arvores, etc., e principalmente os fetiches, idolos toscamente esculpidos, ou simplesmente um osso, uma penna, um animal immundo, etc. Querem no entanto alguns autores que elles já tivessem noção de uma divindade superior: o zumbi ou zambi. O sacerdocio já estava estabelecido entre elles, gosando o pádre de dilatada influencia. Os negros acreditavam alem disso em diversos espiritos maus e no poder de formulas magicas. Pelo contacto com os brancos os africanos esqueceram a maior parte dos seus grosseiros ritos ou, pelo menos, confundio-os com as praticas do christianismo; no entanto algumas das suas usanças religiosas resistiram á acção do tempo, do captiveiro e do contacto com a raça européa, podendo-se citar entre outras o uso das figas e o cangerê, assembléia que realisavam com o fim de praticar bruxarias e na qual muitas vezes concertavam planos criminosos contra os senhores".(MASCARENHAS, Annibal [major honorário do Exército Brasileiro]. Curso de Historia do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria do Povo- Quaresma & C., 1898, pp. 166/167)”
24 - Em pleno 1849, uma autoridade do império, presidente de província, elogia um determinado grupo indígena por ser “facilmente domesticável”.
25 - "(...) Da mesma maneira que o IWW, os socialistas foram duramente perseguidos em 1917. Ao defender a não-participação dos Estados unidos na Primeira Guerra, o PSA foi objeto de perseguições do aparelho judiciário norte-americano. Eugene Debs, por pregar o antimilitarismo, foi condenado a dez anos de prisão. A repressão governamental entre 1917 e 1919 desarticulou os socialistas norte-americanos que, a duras penas, disseminavam na sociedade uma identidade de esquerda".
26 - Hayek e suas defesas teóricas que na prática eram genocidas: “Uma sociedade livre requer certas morais que em última instância se reduzem à manutenção das vidas; não à manutenção de todas as vidas, porque poderia ser necessário sacrificar vidas individuais para preservar um número maior de vidas. Portanto, as únicas normas morais são as que levam ao ‘cálculo de vidas’: a propriedade e o contrato”. Naquele momento, em que o Hayek dava tranquilamente sua entrevista, muitas vidas estavam sendo sacrificadas nos porões da ditadura fascista do general Pinochet."
27 - A má e velha hipocrisia ocidental: “A hipocrisia, os dois pesos e duas medidas e os 'porém não' são o preço das pretensões universalistas [do Ocidente]. Promove-se a democracia, porém não se ela for levar os fundamentalistas islâmicos ao poder; prega-se a não-proliferação em relação ao Irã e ao Iraque, porém não em relação a Israel; o livre comércio é o elixir do crescimento econômico, porém não para a agricultura; os direitos humanos constituem uma questão com a China, porém não com a Arábia Saudita; a agressão contra os kuwaitianos donos de petróleo encontra uma repulsa maciça, porém não a agressão contra os bósnios desprovidos de petróleo. (Huntington, O choque de civilizações e a recomposição da ordem mundial. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997, p. 229)”. Em outro trecho deste livro Huntington faz mais. Coloca que os orientais nunca esquecerão que o domínio do Ocidente veio do uso da violência organizada e não de qualquer outro fator.
28 - "Não existem leis do parlamento contra as coalizões voltadas a baixar o preço do trabalho enquanto há muitas contra as coalizões voltadas a elevá-lo".
"Os patrões, sendo em número menor podem unir-se mais facilmente".
"Os patrões estão sempre e em qualquer lugar em uma espécie de tácita mas nem por isso menos constante e uniforme coalizão voltada a impedir o aumento dos salários acima do nível atual".
29 - As frases acima são de Adam Smith.
30 - Ralf Dahrendorf. O ex-deputado e pensador liberal alemão, feito Baron Dahrendorf of Clare Market pela rainha da Inglaterra, admite as graves limitações do Estado de Direito burguês: "A igualdade diante da lei tem pouco significado se não existe sufrágio universal e outras oportunidades de participação política. As oportunidades de participação permanecem como uma promessa vazia se as pessoas não têm a posição social e econômica que as coloque em posição de se valerem daquilo que as leis e as Constituições lhes prometem.”
31 - Karl Popper percebia a mesma coisa em 1981: “Ainda que o Estado proteja seus cidadãos contra o risco de serem tiranizados pela violência física (como ocorre, em princípio, sob o sistema do capitalismo desenfreado), ele não pode atingir nossos fins se não conseguir proteger contra o abuso do poder econômico. Num Estado deste tipo, quem é economicamente forte é ainda livre para tiranizar quem é economicamente fraco e privá-lo de sua liberdade. Nestas condições, a liberdade econômica ilimitada pode ser autodestrutiva do mesmo modo que a liberdade física ilimitada e o poder econômico pode ser quase tão perigoso quanto a violência física; com efeito, aqueles que dispõem de um excedente de bens podem forçar aqueles que têm penúria a uma servidão 'livremente' aceita, sem usar violência." Benjamin Constant também tem um trecho parecido.
32 - Christopher Hitchens: “Neste mundo delicioso mora também George Bush Jr., o filho mais velho de nosso sapientíssimo Chefe do Executivo e ‘diretor, grande acionista e consultor de 120.000 dólares por ano de uma empresa petrolífera do Texas cujos direitos de perfuração potencialmente lucrativos no Golfo Pérsico estão sendo protegidos por soldados americanos’. Estou citando o inestimável Pete Brewton de The Houston Post, que deu o furo da história da S & L”. (The Nation, 12 de novembro de 1990)”
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