Mészáros - Mais textos variados II
Meszaros - A Única Economia Viável:
51 - Não gostei. Metade do
texto é obviedade e outra metade é tese sem fundamento (não que ele não exista,
ele só não fundamentou) e redundantemente martelada.
52 - O importante é a crítica que faz acerca do “crescimento
descontrolado”, ou melhor, não determinado realmente pelas necessidades dos
indivíduos sociais, o que traria uma racionalidade superior. Prova disso seria
a dificuldade em fornecer um transporte público adequado quando todo mundo sabe
que o melhor para a sociedade não é “fazer mais carro”.
53 - Por fim, traz a atenção para o fato de que nem todo país pode ser
“moderno”. Imaginem a taxa carro/população dos EUA (0,7) na China e India?
Adeus petróleo e Bem vinda poluição insustentável.
Meszaros -
Bolívar e Chávez:
54 - Bolívar era chamado de “louco” pela irmã, pela sua defesa da
igualdade. Queria libertar não só sua terra, mas também os escravos, por
exemplo. A libertação foi décadas antes de ocorrer na do país dos “pais
fundadores”. Ele era, para os EUA, o “perigoso louco do sul”.
55 - Sobre as condições concretas da Venezuela disse pouco ou nada.
Meszaros - Cuba,
os Próximos 45 Anos:
56 – Cita o projeto Falcão nos EUA: “Trata-se de explodir povos do outro lado do mundo, mesmo que nenhum
país do mundo nos permita usar seu território”.
57 - Afirma que Stálin, ao contrário de Cuba, prolongou
artificialmente um “estado de emrgência”, para extrair politicamente algo como
uma “mais-valia”.
Meszaros - Desemprego e Precarização, Um Grande Desafio Para a Esquerda:
58 - Pelos relatos de Mészáros dá pra perceber que o banco de horas ou
algo similar a ele era uma tendência dos anos noventa. Vários países nesse
caminho. França, Italia, Japão...
59 - Muitos defendem que está havendo: "o retorno da mais-valia absoluta , numa extensão crescente, nas
sociedades do "capitalismo avançado" nas últimas poucas décadas."
60 - Lembra as relações entre Ocidente e seu ditador indonésio
corrupto e responsável por um milhão de assassinatos: “Pois no fim há sempre a sedução de soluções autoritárias, não só no
país do General Suharto, cliente dos EUA, como também nas "democracia
capitalistas avançadas" do Ocidente que ajudaram a colocar Suharto no
poder, apoiando-o de todas as formas possíveis durante 32 anos, incluindo sua
selvagem repressão militar do povo, e tentando salvar o seu miserável regime
com fundos maciços do FMI até no último minuto antes da sua morte.”
61 - Rodrick (economista) crê que o comércio em geral leva um
trabalhador comum a concorrer com preços de trabalhadores de todo o mundo.
Logo, se a oferta aumenta (gente aceitando por valor mais baixo), diminui o
poder negocial.
62 - Marx no Grundrisse: “Riqueza
é tempo disponível e nada mais. ... Se todo o trabalho de um país fosse
suficiente somente para obter o sustento de toda a população, não haveria
trabalho excedente, consequentemente nada que pudesse ser permitido acumular
como capital. ... Uma nação será verdadeiramente rica se não houver qualquer
interesse ou se o dia de trabalho for de 6 horas ao invés de 12. “
Meszaros - Despedida de Harry Magdoff:
63 - Mészáros e os “Magdoff’s” defendem o planejamento central. No
dizer dos últimos: "Não há nada em
planeamento central que exija 'comandismo' e confinamento de todos os aspectos
do planeamento às autoridades centrais. Isto ocorre devido à influência de
interesses burocráticos especiais e do poder excessivo (overarching) do estado.
Planear para o povo tem de envolver o povo. Planos para regiões, cidades e
zonas urbanas precisam do envolvimento activo das populações locais, fábricas e
lojas em conselhos de trabalhadores e de comunidade. O programa global —
especialmente a decisão da distribuição de recursos entre bens de consumo e de
investimento — clama pela participação do povo. Para isto o povo deve ter os
factos, um modo claro de informar o seu pensamento, e contribuir assim para as
decisões básicas."
64 - Coloca que o capital só pensa no “Lucro a curto prazo”, sendo por
isso incapaz de planejar racionalmente. Dá como exemplo o fracasso das
conferências sobre meio ambiente. (Está aí uma seara que eu não domino muito,
pois boa parte da esquerda vê muitos argumentos ecológicos como fraude). O
capital tem si sua racionalidade, que é a parcial. A “global humanamente
válida” não lhe é cara. Muito pelo contrário.
65 - Critica o desprezo que as autoridades políticas da URSS tinham
pelo que deveria ser, no ver de Magdoff e seu aluno Che, um elemento vital do
socialismo - o planejamento. Kruschev dizia que era um “bando de
contabilistas”. Meramente executavam as ordens de cima. Isso mostra que o
planejamento era, em verdade, de cabeça pra baixo. Em vez de “povo -
planejadores - autoridade” era “autoridade - planejadores - povo”.
66 - Assim, Mészáros muito bem arremata "ao potencial dos sujeitos colectivos válidos dos membros constitutivos
da sociedade, os indivíduos particulares, foi negado o controle autónomo da sua
própria actividade vital significativa, e portanto também do controle da
reprodução social metabólica como um tudo." Daí as baixas
produtividades… As sabotagens no trabalho… Etc.
Meszaros -
Entrevista - Avanço da Esquerda na AL:
67 – Para a Carta Maior. Falando sobre sua vida, inclusive a fase
“operária”, e posições que veio a assumir: “Talvez
valha mencionar que o modo pelo qual os intelectuais definem suas posições nos
seus escritos depende em grande medida da dinâmica da confrontação histórica em
curso entre o capital e o trabalho. Como sabemos pelas experiências históricas
passadas, evidências de um maior radicalismo no movimento trabalhista,
denunciando as contradições da sua vida, agravadas sob o governo do capital,
são seguidas por intelectuais tradicionais, que também tendem a assumir uma
posição mais combativa. E, vice-versa, quando o trabalho é forçado a assumir
uma postura mais defensiva, muitos intelectuais se tornam introvertidos,
evasivos e desorientados.”
68 - Sobre o avanço da esquerda na AL não trouxe grandes
reflexões.
Meszaros -
Entrevista - Educação Contra a Alienação:
69 – Para o Jornal Brasil de Fato. Ele tem uma
definição curta e simples sobre a alienação: “É a perda de controle sobre as atividades humanas que poderíamos e
deveríamos controlar”.O sistema social é uma construção humana que nos foi
alienada.
70 - Por motivos ambientais, afirma que a devastação é
irreversível. Cita a Eco 92 e a não assinatura do Protocolo de Kyoto.
71 - “A ironia da
humanidade é que conseguiu desenvolver instrumentos suficientes para manter-se,
para que todos tenham o que comer, mas são usados para estimular uma realidade
destrutiva. A lógica do capital é estimular a alienação, pois faz com que a
população aceite esse paradoxo. A alienação leva à racionalização da
insanidade, o que cria a ilusão de ser a ordem correta das coisas. É o modo
como se gera a ideologia dominante.”
72 - “A raiz do
problema não é o capitalismo – um sistema recente dentro da história da
humanidade – mas a lógica do capital. Os países citados se diziam comunistas,
mas mantiveram a lógica da produção destrutiva.” Afirma que a URSS foi um
dos países que mais devastaram o meio ambiente.
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