Marxistas - Textos Diversos XVIII - Em Defesa da Revolução Russa (Delfino)

 (continuação...)

263 - Afirma que Kronstadt e o banimento da oposição política (da minoria oposicionista que ainda apoiava o governo), que ocorreu inclusive dentro do partido por meio de censura, foram “erros”. Porém, diz que são entendíveis pelos ânimos de “se defender de qualquer coisa que cheirasse a ameaça” (digamos) que a guerra tinha acabado de deixar. (Achei a desculpa fraquinha…) Depois que o governo do Czar havia sido derrubado em fevereiro de 1917 e o governo provisório burguês em outubro daquele ano, muitos raciocinavam como se o governo bolchevique também pudesse ser derrubado a qualquer momento.

264 - … Sobre o mesmo tema, diz que era necessário reconstruir a indústria e o país, logo, trabalhar mais. Acusa de irresponsáveis os grupos que se aproveitaram disso para potencializar o descontentamento das massas. (outra fraquinha… o paizão bolchevique que diz ao povo o que ele deve querer?...)

265 - Após o fim de “todos” os conflitos internos, a Rússia estava arrasada. A parte restante do pessoal técnico e letrado aderiu oportunisticamente ao partido bolchevique e serviu como matéria-prima para a reconstrução do Estado. Diz que, sem estes, a economia não funcionava, daí os privilégios e salários altos. Afirma que “As comissões de fábrica, sindicatos e soviets perderam efetividade, já que na prática a burocracia era o único setor que tinha condições técnicas de tomar as decisões econômicas.”

266 - Afirma (faltou fonte) que o setor avançada do proletariado morreu na guerra, portanto, não tinha como iniciar algum tipo de autogestão, pois sequer havia operários experientes e letrados. Era a “desaparição da vanguarda operária”. Não havendo base social, a revolução caiu nas mãos da burocracia e seu representante Stálin. (Gostaria de ouvir outras opiniões sobre esse fato).

267 - Tem um bom parágrafo sobre o fato de que a expropriação não foi seguida, em algum momento, da socialização (termo meu): Sem a criação de novas relações sociais, que rompessem com a subordinação estrutural do trabalho, o mais natural era que a forma puramente capitalista de subordinação voltasse a se impor. Foi isso o que aconteceu, na década de 1980. Observando-se o processo em perspectiva, não é surpresa que a URSS tenha desabado em 1991, e sim que tenha persistido por tanto tempo. O fato de que o Estado pós-revolucionário burocratizado tenha sobrevivido por sete décadas é o que há de mais excepcional em todo esse processo.

268 - ... O marxismo deixou de ser expressão dos interesses gerais da humanidade, materializados na luta da classe trabalhadora, para se converter na expressão dos interesses particulares da burocracia.

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