Marxistas - Textos Diversos VI
Bertold Brecht - Se Os Tubarões Fossem Homens:
67 - Texto impressionante.
Blog Direito de Esquerda - Socialismo, Consumo, Marcas:
68 - Posiciona-se contra a compra de produtos para mero sentimento de diferenciação social.
69 - O critério também não pode ser se o produto é ou não produzido com “mais-valia”. Boa parte dos alimentos o são.
70 - O carro da Mercedes não é puramente fabricado pela Mercedes. Uma série de fatores se combinam para viabilizar isso. “... são necessários fábricas, caminhões, mineradoras, fundições, poços de petróleo, computadores, universidades com engenheiros que projetem fornos e computadores, exércitos que conquistem petróleo, tanques de guerra e bombas que auxiliem exércitos, trabalhadores que construam universidades, publicitários que convençam jovens pobres a se tornarem soldados etc.”
Blog do Joaci - A Dominação do Imperialismo na Bahia - Atalho:
71 - Já li e fichei em outra pasta.
Blog do Joaci - FSM e Movimentos Sociais - Atalho:
72 - Já li e fichei em outra pasta.
Blog do Joaci - Sobre a Estratégia de Gramsci:
73 - Observa que Gramsci escreveu, no cárcere, sob terríveis condições físicas e psicológicas. Logo, é até esperado que sua obra tenha obscuridades, contradições ou lacunas, tornando o entendimento difícil.
74 - Em geral, Gramsci usa “Estado” como sinônimo de articulação entre sociedade política e sociedade civil. Meio que a soma entre um e outro. Ou seja, o Estado não é simplemente sociedade política - aparelhos institucionais do Estado e seus burocratas. Não é apenas coerção. É esta combinada à hegemonia. Inclusive a primeira é apresentada como “vestimenta”.
75 - E a sociedade civil? Ora, sistema escolar, meios de comunicação, partidos políticos, associações, sindicatos, igrejas, comissões de fábrica, conselhos operários etc.
76 - Coloca que a “vontade coletiva” vem de um processo demorado e minúsculo de conversas e debates. Aqui temos uma formulação lapidar do processo de organização da vontade coletiva que, orientado-se por um partido político (o “moderno príncipe ou intelectual coletivo”), na perspectiva de dirigir as classes aliadas com o fim de implantar o Estado e a sociedade socialistas, significará, também, a batalha pela hegemonia, ou melhor, expressará o processo de organização da hegemonia da classe insurgente, cujo conteúdo deve ser de natureza tanto ético-política quanto econômica.
77 - … o “Estado-classe” seria absorvido pela “sociedade civil” no comunismo ou, em linguagem gramsciana, na “sociedade regulada”.
78 - Ao contrário de Marx, Gramsci crê que algumas ideologias são válidas como terrenos que preparam a ação para a hegemonia. (Meio estranho isso… Então já não é mais ideologia, no conceito “marxista”)
79 - Crise não é garantia de desfecho favorável ao proletariado. É nela que Gramsci crê que o partido pode ter uma função vital de direção.
80 - Deve-se observar, porém, que a “crise orgânica” tem que ser solucionada com a tomada do poder. Do contrário, os inimigos se mantém e esmagam o pessoal dirigente do proletariado.
81 - Política e crise "orgânica". Gramsci defendeu que as revoluções no Ocidente precisariam de algo mais que simplesmente a tomada da "sociedade política", digamos: [Nos] Estados mais avançados, onde a sociedade civil transformou-se numa estrutura muito complexa e resistente às irrupções catastróficas do elemento econômico imediato (crises, depressões etc), as superestruturas da sociedade civil são como um sistema de trincheiras na guerra moderna.
82 - Nas sociedades complexas, a guerra de posição torna-se essencial para fazer avançar de verdade a guerra de movimento, a qual só pode ser suficiente em batalhas travadas nas seguintes características: maior atraso do campo e monopólio quase completo da eficiência político-estatal em poucas cidades ou numa só (Paris para a França); aparelho estatal relativamente pouco desenvolvido.
83 - Ocupação de espaços nos aparelhos ideológicos passa a ser meio de conquista de hegemonia na sociedade civil. Assumir a direção político-cultural de amplos setores da população. Isso tudo para quebrar o consenso que é, talvez mais que a coerção, o principal sustentáculo do Estado, para Gramsci. (Sei não...) Portanto, a guerra de movimento torna-se secundária no Ocidente. Em alguns trechos, Gramsci chega a colocar esta como impossível no Ocidente. Em outros, só parcialmente.
84 - Porém, o texto defende que essa guerra de posição só é completamente vencida algum tempo após a tomada do Estado. Ou seja, ela deve continuar depois desse evento.
85 - Gramsci era, entretanto, um tanto cético quanto ao “método eleitoral parlamentar”, já que este favorecia burocratas parasitas e demagogos. É legítimo afirmar que sua análise sobre o controle privado dos meios de produção e sobre os meios de comunicação de massa então existentes, associados aos gigantescos recursos financeiros utilizados pela burguesia no processo eleitoral, não lhe permitia alentar qualquer crença na via institucional como caminho prioritário para a luta política. (...) na sua teoria do Estado, o parlamento situa-se no âmbito da sociedade política e não na sociedade civil, onde se desenvolve a batalha pela hegemonia e a guerra de posição.
86 - (...) nos primeiros anos da década de 1920, quando residia em Moscou, Gramsci compunha, junto com Lênin, o Secretariado da III Internacional Comunista.
87 - Adentrar o parlamento só serviria, para Gramsci, para denunciar das suas tribunas o engano que este representava. Chega de ilusões democráticas. (...) ele não se tornou, no cárcere, adepto de uma estratégia que propusesse a via institucional como caminho para o poder socialista
88 - Em Gramsci, o “Estado operário” tem que ser bem diferente: o poder operário realiza-se, necessariamente, no espaço produtivo (a empresa, a fazenda etc), com a exclusão do capitalista tido como parasita e inútil à produção. Todo poder aos conselhos. Esse “novo” nasce da experiência organizativa que a classe proletária adquiriu pela associação.
89 - Numa conjuntura de assembleia nacional constituinte, Gramsci defende que os programas de reforma pacífica sejam denunciados e desmascarados. Apenas a revolução proletária interessa.
90 - O texto conclui que “é possível notar que sua categoria de estratégia, formada pela relação dos conceitos-analogia “guerra de posição” e “guerra de movimento”, apresenta equívocos, bem como comporta uma tenção com a consciência revolucionária manifesta de Gramsci, expressa com toda clareza na oposição radical ao método eleitoral-parlamentar”.
91 - Considera que outra lição de Gramsci é a conquista da necessária hegemonia da classe insurgente em relação às classes aliadas, antes de partir para conquistar o poder do Estado.
92 - O texto critica a excessiva valorização da batalha na “sociedade civil” no que tange à conquista da hegemonia: Os valores hegemônicos são gestados tanto pela sociedade civil quanto pela sociedade política. O controle que esta exerce sobre os meios de comunicação, sobre o aparelho educacional etc, retiram daquela (sociedade civil), em tempos normais, a hegemonia na gestação desses valores. Também é a sociedade política quem garante a defesa militar do aparelho.
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