Marxistas - Textos Diversos X - Capitalismo e Escravidão (Eric Williams)
(continuação...)
141 - … "Quanto mais compram", diziam os barbadianos referindo-se a seus escravos, "tanto mais são capazes de comprar, pois dentro de um ano e meio ganharão, com a graça' de Deus, tanto quanto custaram."
142 - Em 1666, calculava-se que Barbados era dezessete vezes mais rica do que fora antes do plantio da cana-de-açúcar. "As construções em 1643 eram ordinárias, com coisas apenas de necessidade, mas em 1666 a prataria, jóias e a mobília eram estimadas em 500.000 libras, suas construções eram elegantes e bonitas e suas casas pareciam castelos, seus engenhos e as cabinas dos negros mostravam-se do mar como muitas cidades pequenas, cada uma defendida por seu castelo." O preço da terra subiu vertiginosamente.
143 - Virginia e Maryland eram, no início do século XVII, terras (plantações de fumo) de pequenos proprietários brancos. Dois terços não tinham servos nem escravos. Isso teve que mudar com a concorrência. A escravidão negra veio para baratear o custo de produção. Negros passaram de 5% para 25% da população. Como em Barbados, o pequeno fazendeiro é “expulso”. Não podia competir (vender seu fumo) com a escravidão. De nada servia ter terra.
144 - Onde a plantaçao não se desenvolvia como culturas de exportação, como na indústria do fumo de Cuba, a mão-de-obra negra era rara e a mão-de-obra branca predominava.
145 - Com o fim da escravidão negra, o dono de engenho de toda a América Central tornaram a se voltar para os “índios”, agora das Ìndias Orientais. Isso até o início do século XX.
146 - No Google, peguei mais alguns trechos do livro - vale a pena ser lido!. Exemplo: “calcula-se que o total de escravos exportados para todas as colônias britânicas entre 1680 e 1786 tenha superado a casa dos 2 milhões.
147 - A história da cidade de Liverpool é a história do tráfico negreiro. Chegou a dominar 62% do comércio de escravos britânico e 41% de todo o comércio escravo europeu.
148 - Li, também no Google, que há muita polêmica acerca desse livro. “as revisões enfatizaram as chamadas "causas internas" da Revolução Industrial: variáveis endógenas ao mundo metropolitano inglês, como crescimento populacional, progresso agrícola, abundância de recursos minerais e inovações técnicas locais teriam sido muito mais relevantes, para a decolagem industrial na virada do século XVIII para o XIX, do que o avanço anterior do comércio ultramarino. O ataque, aqui, não era apenas contra Williams, mas contra toda uma perspectiva – da qual ele foi um dos fundadores – que destacava o peso decisivo do colonialismo para o descolamento do Ocidente europeu em relação ao restante do globo. Como parte da crítica ao primeiro ponto, houve também os trabalhos que estimaram a lucratividade do tráfico negreiro, apontando que ela não representava nada de excepcional dentro do conjunto de investimentos disponíveis para os agentes econômicos do século XVIII.”
149 - Houve “reação”: Em 1988, foi publicado o monumental livro de Robin Blackburn sobre a queda da escravidão colonial, que reatualizava, de forma bastante sofisticada, as teses de James e Williams. Finalmente, em 1990, Ronald Findlay publicou um importante trabalho no qual elaborava um modelo econométrico sobre o comércio triangular que dava suporte à interpretação de Williams a respeito do peso das colônias escravistas caribenhas para o crescimento econômico inglês.
150 - Para o aprofundamento deste debate cheio de réplicas e tréplicas, achei o seguinte link: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/download/442/353
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