Anarquistas - Textos Diversos XXXIV (Malatesta)
Malatesta - A Greve Geral:
640 - Junho de 1922. Acusa os marxistas de terem desviado uma revolução social que parecia certa. Sua pregação do determinismo econômico teria levado a mera espera das condições. “E, assim, a preparação da insurreição foi deixada de lado e praticamente abandonada.”
641 - A ação insurrecional teria sido abortada em favor da política (parlamentos).
642 - Diz que parte passou a ver a “greve geral” como um meio de fazer a burguesia desistir de lutar. Ou seja, cair pacificamente. Como se viessem a ser abatidos pela fome… Isso também prejudicou a luta, segundo Malatesta. Greve geral deve ser empreendida apenas quando se sabe que não é ela, e sim a força, que derrubará a burguesia. Seria algo inevitavelmente auxiliar, portanto.
643 - (não sei se todas essas avaliações correspondem mesmo aos fatos)
Malatesta - A Luta Econômica:
644 - Coloca a propaganda como algo auxiliar. Sozinha não derruba ninguém.
645 - Educação prática e incitação à luta (e lutar junto). Defende a pedagogia da luta: “Quaisquer que sejam os resultados práticos da luta pelas melhorias imediatas, sua principal utilidade reside na própria luta.”
646 - A lei de ferro dos salários é bem incompleta, para Malatesta (e para mim). O salário não pode descer normalmente abaixo do que é necessário à conservação da vida, e não pode normalmente se elevar a ponto de não dar mais nenhum lucro ao patrão.
647 - O governo é quem garante o direito de propriedade, logo, o ataque deve sim ser centrado no mesmo (ainda que também).
Malatesta - A Organização das Massas Operárias Contra o Governo e os Patrões - BPI:
648 - Este é de 1897. Critica o purismo anarquistas e o “não se misturar com associações não-revolucionárias”, digamos assim. Considera que “para se fazer propaganda é preciso estar no meio das pessoas. É nas associações operárias que o trabalhador encontra seus camaradas e, em princípio, aqueles que estão mais dispostos a compreender e a aceitar nossas idéias. E mesmo que se quisesse fazer intensa propaganda fora das associações, isto não poderia ter efeito sensível sobre a massa operária.”
649 - Como o operário vira anarquista? Aprendendo a cooperar. Isso sem tutela.
650 - Durante a revolução ou a insurreição, como queiram, e imediatamente após, é preciso comer, vestir, viajar, imprimir, tratar dos doentes etc., e estas coisas não se fazem por si mesmas. (...) E como os operários poderiam prover as necessidades urgentes se eles não estão agora habituados a se reunir e a discutir, juntos, os interesses comuns, e ainda não estão prontos, de certo modo, a aceitar a herança da velha sociedade?
651 - ...Utopia? “Se é utopia querer fazer a revolução somente quando estivermos todos prontos e de acordo, é ainda mais utópico querer fazê-la sem nada e ninguém. É preciso uma medida em tudo.”
Malatesta - A Política Parlamentar no Governo Socialista:
652 - Afirma que o sufrágio, existente já há muito tempo, nada tem mudado em lugar algum. A situação das massas continua a mesma e as câmaras repletas de proprietários e privilegiados que se resumem a legislar em proteção à exploração. (Não traz dados).
653 - Ainda que a democracia fosse de fato o governo da maioria, Malatesta pergunta desde quando a vontade da maioria é sinônimo de justiça e legitimidade. Reflexão importante e que volta e meia faço: “Se todos os homens, exceto um, estivessem satisfeitos de ser escravos e de se submeter, sem necessidades naturais, a todos os tipos de sofrimentos, esse teria razão de se revoltar e de exigir liberdade e bem-estar”.
654 - Por isso que o italiano é entusiasta das decisões do consenso. Acredita que o voto, de todo tipo, sobre qualquer questão, tenderia a desaparecer gradualmente a medida que a sociedade sem exploração fosse evoluindo.
655 - No parlamento nacional, diz que qualquer interesse é regulado por todos, exceto pelos interessados e que realmente conhecem o assunto.
656 - Hoje o mecanismo é todo sofisticado e mais sutil do que o descrito por Malatesta neste texto. Por isso, deixei de anotar algumas coisas.
Malatesta - A Propósito do Revisionismo Anarquista:
657 - A revolução não poderá ser pacífica, isso devido à resistência dos poderes constituidos.
658 - Não crê em possibilidade de revolução pura anarquista. Assim não vai. A imensa maioria da massa não é anarquista e não se pode impor a esta uma concepção que não é a dela, ainda mais por métodos anarquistas. Assim, deve-se apoiar qualquer luta em direção a mais justiça e liberdade. A missão dos anarquistas seria, porém, não deixar uma revolução estacionar. Em ponto algum.
659 - Anarquismo não é “destruir”. No dia seguinte, tudo tem que estar e continuar organizado, agora sob novas bases. Só destruir o que se possa substituir por coisa melhor.
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