Anarquistas - Textos Diversos XXI - Chomsky e o Anarquismo (Felipe Corrêa)


Felipe Corrêa - Chomsky e o Anarquismo (Bom):

396 - Texto de 2005. Foi sob o mesmo princípio do anarquismo que ações tão diferentes como a Revolução Espanhola de 1936 e as explosões e bombas de 1894 na França aconteceram.

397 - O nome “socialista libertário” surgiu depois da expulsão de anarquistas que a turma de Marx promoveu em 1872 na AIT. Foi para diferenciar dos “socialistas autoritários”.

398 - Bakunin: “Quanto mais um Estado se amplia, mais seu organismo se torna complexo e, por isso mesmo, estranho ao povo”.

399 - Chomsky crê que o socialismo libertário é uma expressão que deve abarcar apenas o anarquismo social (individualista fora).

400 - Rocker e Pannekoek tiveram forte influência sobre o socialismo libertário em Chomsky. Tanto o anarcossindicalista alemão e quanto Chomsky crêem que o anarquismo é filho das duas correntes da revolução francesa - liberalismo e socialismo. A prosperidade e felicidade do indivíduo como princípio das questões sociais!

401 - Bakunin e a autoridade legítima - aquela de um pai que não quer que o filho de três anos atravesse uma rua movimentada: Decorre daí que rejeito toda autoridade? Longe de mim este pensamento. Quando se trata de botas, apelo para a autoridade dos sapateiros; se se trata de uma casa, de um canal ou de uma ferrovia, consulto a do arquiteto ou a do engenheiro. Não que seja uma autoridade infalível, mesmo segundo Bakunin e Chomsky.

402 - A “Conquista do Pão”: Lá, Kropotkin critica os socialistas que insistem em manter as suas companheiras como responsáveis pelo trabalho integral do lar, oprimindo-as dessa forma.

403 - O trabalho indesejável, deveria ser dividido igualmente entre as pessoas capazes de realizá-lo. O trabalho seria o meio pelo qual os trabalhadores garantiriam sua existência, já que, segundo Chomsky, aqueles que não quisessem trabalhar, correriam o risco de morrer de fome – algo que talvez assemelhe seu pensamento mais às teorias coletivistas de Bakunin do que às teorias comunistas de Kropotkin.

404 - Federalismo: As diversas comunidades tomariam as suas decisões em nível local, passando as decisões a um delegado – que seria escolhido por membros da própria comunidade e teria mandato revogável – que se encarregaria de levar as decisões de sua comunidade para uma instância maior de decisão.

405 - Como partidos representam “frações de classe”, Chomsky não vê necessidade de sua existência na democracia anarquista.

406 - Defende que pautas reformistas ou assistenciais podem e devem ser buscadas - ninguém é obrigado a esperar a revolução para deixar de passar fome - desde que não se perca o horizonte, o projeto. As reformas devem ser um ganho de curto prazo que abre caminho para algo maior. Isso serviria também para avançar na consciência (Rocker), digamos.

407 - O sindicalismo revolucionário tem outro objetivo além da melhoria do meio de vida: funcionar “como escola para a preparação intelectual dos trabalhadores, capacitá-los para a direção técnica da produção e da vida econômica em geral.

408 - A própria Rosa já dizia que reforma e revolução se combinam e complementam - ao mesmo tempo que se excluem, pois há a questão dos objetivos! Malatesta ia em caminho parecido.

409 - Apesar de tudo isso, muitos anarquistas têm reservas a Chomsky por este pensador considerar o Estado “pressionável”. Afirma que ao menos há no Estado a preocupação retórica e demagógica que praticamente inexiste na esfera das “tiranias privadas” - as corporações.

410 - Por tudo isso que Chomsky acha extremamente tático “ampliar ao máximo os direitos dentro do Estado”, digamos, até apertar e arrebentar as grades da jaula. Seria necessário, portanto, inclusive defender o Estado de certos ataques… Exemplos? “A jornada de oito horas de trabalho, as boas condições de saúde e segurança no trabalho, o registro em carteira, as férias e diversos outros direitos duramente conquistados, são exemplos de perdas que temos sofrido a cada dia com a ordem neoliberal que vem emergindo”.

411 - Ajudar assistencialmente os famélicos é exemplo de algo que não está bem no horizonte revolucionário. Pode-se dizer até que é contraditório, mas entre isso e nada… (é o que Chomsky coloca).

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