Anarquistas - Textos Diversos XXIII

 

Gilles Dauvé - Internacional Situacionista Revisitada:

425 - Texto de 2000. Primeiro reclama que Guy Debord não é a IS sozinho, como interpretam por aí. Depois, quer deixar claro que a IS tem sua importãncia por defender que não há revolução sem comunização imediata de todos os aspectos da vida. Ou seja, que as oito horas de trabalho não resumem a vida. As lutas podem e devem se dar em diversos campos, contanto que saibam se unir.

426 - Critica Debord por dar a entender que o espetáculo era mais importante que a força do capital e também critica o “Socialismo ou Barbárie” por focar mais na burocracia que no capital.

427 - Critica os situacionistas por buscarem um “modo de uso alternativo para a vida”. Segundo o texto, a questão não pode se tratar de achar que a vida possui um “modo de uso”. (Enfim, crítica um tanto abstrata para mim). Essa moral radical 24 horas por dia se mostrou inviável - parece defender o autor. Acrescenta: “só o concurso de relações reais pode evitar que se desenvolva a fraqueza pessoal e o auto-sacrifício alienado”.

428 - As críticas do texto são meio abstratas, mas talvez possam se resumir ao seguinte trecho: “Uma revolução futura será menos a agregação do proletariado como um bloco do que a desintegração do que dia após dia reproduz os proletários enquanto proletários. Este processo significa juntar e organizar no local de trabalho mas também transformar o local de trabalho e libertarmo-nos dele tanto como reunirmo-nos nele.” (Se é uma simplificação, eu não sei).

 

Grupo Krisis - Manifesto Contra o Trabalho:

429 - Pretende ser o “Manifesto Comunista”, digamos. Começa igual.

430 - Lembra o “o trabalho liberta” que estava inscrito nos campos de concentração do nazismo.

431 - Como se adestrou o homem para o trabalho: “Os homens foram expulsos de suas roças à força de armas para dar lugar à criação de ovinos para as manufaturas de lã. Direitos antigos como a liberdade de caça, pesca e coleta de lenha nas florestas foram extintos. E quando as massas pauperizadas perambularam mendigando e roubando pelo território, foram, então, internadas em casas de trabalho e manufaturas para serem maltratadas com máquinas de tortura de trabalho e para adquirirem a pauladas uma consciência de escravos, a fim de se tornarem animais de trabalho obedientes”.

432 - Depois (ou antes e durante), trataram de “civilizar” os demais povos pelo “trabalho”: Com os "selvagens", o homem branco, que já era marcado pelo autodisciplinamento, podia liberar o ódio de si próprio reprimido e seu complexo de inferioridade. Os "selvagens" equivaliam para eles às "mulheres", isto é, semi-seres entre o homem e o animal, primitivos e naturais.

433 - Foi a gloriosa Revolução Francesa que declarou com pathos específico o dever ao trabalho e introduziu, numa "lei de eliminação da mendicância", novas prisões de trabalho.

435 - Não sem motivo, havia os ludistas.

436 - Critica o movimento de trabalhadores por ter passado a pautar o “direito ao trabalho” e melhoramentos do mesmo.

437 - As crises e seus problemas de arrecadação: “É exatamente este desenvolvimento que permite ao Estado democrático transformar-se em mero administrador de crises. Quanto mais ele se aproxima da calamidade financeira, tanto mais se reduz ao seu núcleo repressivo. As infra-estruturas se reduzem às necessidades do capital transnacional. Como antigamente nos territórios coloniais, a logística se limita, crescentemente, a alguns centros econômicos, enquanto o resto fica abandonado. O que dá para ser privatizado é privatizado, mesmo que cada vez mais pessoas fiquem excluídas dos serviços de abastecimento mais elementares. Onde a valorização do capital concentra-se em um número cada vez mais reduzido de ilhas do mercado mundial, não interessa mais o abastecimento cobrindo todo o território.”

438 - … “A educação torna-se um privilégio dos vencedores da globalização. A cultura intelectual, artística e teórica é remetida aos critérios de mercado e padece aos poucos. A saúde não é financiável e se divide em um sistema de classes. Primeiro devagar e disfarçadamente, depois abertamente, vale a lei da eutanásia social: porque você é pobre e "supérfluo", tem de morrer antes.”

439 - O texto defende que desde a segunda guerra a crise econômica mundial tem sido adiada em razão do crescimento artificial do mercado de ações e do endividamento estatal - Estado se atolando penhorando receitas futuras, praticamente. Demanda artifical. Aumento fictício do valor dos títulos de propriedade... 

440 - A proposta é a “ação social consciente”: As instituições alienadas pelo mercado e pelo Estado serão substituídas pelo sistema em rede de conselhos, nos quais as livres associações, da escala dos bairros até a mundial, determinam o fluxo de recursos conforme pontos de vista da razão sensível social e ecológica.

441 - "O 'trabalho' é, em sua essência, a actividade não livre, não humana, não social, determinada pela propriedade privada e criando a propriedade privada. A superação da propriedade privada se efectivará somente quando ela for concebida como superação do 'trabalho'." (Karl Marx, Sobre o livro "O sistema nacional da economia política" de Friedrich List, 1845).

442 - Além do pessoal do marketing e do consumo de luxo, “por que então ainda existir funcionários de secretaria de finanças e policiais, assistentes sociais e administradores de pobreza?

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