Anarquistas - Textos Diversos XVI
Edgar Rodrigues - História do Movimento Anarquista no Brasil:
306 - O primeiro anarquista assassinado foi o italiano Polenice Mattei, em São Paulo, no dia 20 de setembro de 1898.
307 - O anarcossindicalismo era também um método de luta, já que defendia que uma greve geral definitiva poderia derrubar o sistema.
308 - Para o autor a história do anarquismo em terras brasileiras começou a ser escrita efetivamente em 1888 com a chegada de Artur Campagnoli. (...) Chegou a São Paulo em 1888, comprou uma área de terra considerada improdutiva e fundou a Colônia Anarquista de Guararema , com ajuda de libertários russos, franceses, espanhóis, italianos (a maioria) e nas décadas de 20 e 30 teve a colaboração de brasileiros.
309 - Acusa o PCB: “Em 1927 assassinaram os anarquistas Antonino Dominguez e Damião da Silva e feriram mais de 10 militantes no Sindicato dos Gráficos, à rua Frei Caneca, 4, sobrado, Rio de Janeiro. Assaltaram e roubaram o acervo do Sindicato dos Trabalhadores em Calçados, à rua José Maurício, 41. Ajudaram assim a encher o Campo de Concentração do Oiapoque e a implantar a ditadura nazi-fascista no Brasil com seus sindicatos verticais, controlados pelo Ministério do Trabalho.”
310 - No Rio de Janeiro, o jornal O Primeiro de Maio, de 1933, denunciava: "Em um só xadrez da polícia acham-se presos 50 proletários, sem nota de culpa. Muitos deles sofreram castigos corporais por terem protestado com a greve de fome contra a alimentação que nem para os cães prestava."
311 – (O texto é pouco sistematizado. Parece um amontoado de fatos).
312 - Primeiro Congresso Operário Brasileiro - Centro Galego, rua da Constituição, 30-32, Rio de Janeiro, de 15 a 20 de abril de 1906. Ao todo 12 sessões. Discutiram 23 temas previamente acertados e um acessório. Compareceram delegados de 23 entidades de cinco estados do Brasil. (...) Segundo Congresso Operário Brasileiro - Centro Cosmopolita, rua do Senado, 215, Rio de Janeiro, de 8 a 13 de setembro de 1913. Ao todo os trabalhadores anarquistas e anarco-sindicalistas realizaram 12 sessões, debateram 24 temas com a presença de 117 delegados de 8 estados, sendo dois federações estaduais, cinco federações locais, 52 sindicatos e quatro jornais libertários. (...) Terceiro Congresso Operário Brasileiro - Sede da União dos Trabalhadores em Fábricas de Tecidos, rua do Acre, 19, Rio de Janeiro, de 23 a 30 de abril de 1920. Efetuaram 23 sessões com a presença de 39 organismos de 11 estados do Brasil.
313 - Fala ainda da composição de diversos congressos estaduais pelo Brasil.
314 - Termina com uma boa lista de nomes de pessoas que fizeram a luta anarquista no Brasil.
Edgar Rodrigues - Pensadores Anarquistas e Militares Libertários:
315 - É um breve apanhado de fatos biográficos sobre cada um dos anarquistas mais famosos.
316 - Godwin (faleceu em 1835): basicamente um escritor. Lançou a ideia de que o Estado era a raiz de todo o mal, digamos assim.
317 - Proudhon morreu em 1865. Marx tentou atraí-lo após elogiar “O que é propriedade?” (1840). Respostas do francês irritaram o barbudo. Entre 1844 e 1845 teve encontros em Paris com Bakunin e Marx. Proudhon virou parlamentar em 1848 e esteve preso entre 1849 e 1952. Seu projeto de “banco do povo” fracassou. Lançou livros na fase final da vida, sendo que um deles influenciou bastante o futuro anarcossindicalismo. No mais, morreu no ano da fundação da AIT (1865), “criada em grande parte por iniciativa de operários mutualistas franceses”.
318 - Bakunin na década de 40 já era “agitador” e foi preso no final dela, mas só aderiu ao anarquismo em 60, após doze anos nas prisões czaristas (1848 a 1860) - apesar dos contatos com Proudhon duas décadas antes. Em 1872, Congresso de Haia, Bakunin foi expulso da AIT. Ele e inúmeros anarquistas.
319 - Max Stirner era pseudônimo de um jovem hegeliano alemão, Kaspar Schmidt. Inicialmente, junto a Bruno Bauer e outros, influenciou Marx e Bakunin. Só em 1845 vai lançar “O único e sua propriedade”. Virou alvo de Marx em “A Ideologia Alemã”. Morreu em 1856, viveu sempre na miséria e esquecimento.
320 - Tolstoi nasce em 1828 e morre em 1910. Era profundamente pacifista e contra toda forma de poder. Sua escola moderna teve livros escritos por ele mesmo. Chegou a trocar correspondência com Gandhi.
321 - Kropotkin vai de 1842 a 1921. Geógrafo e advindo da nobreza russa. Foi preso na década de 70 pela sua militância clandestina e anarquista contra o czar e conseguiu fugir espetacularmente. Em 1882 foi preso de novo, na França. Graças à solidariedade de intelectuais, é solto em 1885. Voltou pra Rússia na Revolução (após escrever vários livros) e denunciou, em cartas a Lênin, no ano de 1920, a evolução autoritária que estavam em curso.
322 - Malatesta viveu de 1853 a 1932. Preso - o que seria frequente durante sua militância libertária - desde os 15 (primeira vez), aderiu à AIT em 1871. Em 1877, preparou o movimento “Levante de Benevento”, quando um grupo anarquista percorreu o sul italiano queimando arquivos públicos e proclamando o comunismo libertário. Ao mesmo tempo, distribuiam armas ao povo por onde passavam. Passou por diferentes países após isso. Era animador do anarcossindicalismo italiano.
323 - Lucy Parsons viveu de 1853 a 1942. Na década de 70 foi para o movimento sindical em Chicago. Já anrquista, foi uma das fundadoras do International Working People’s Association (IPWA), que pregava a ação direta e não-discriminação das mulheres e dos negros. Escrevia regularmente para o jornal “O Alarme”, várias vezes tematizando o racismo. Em 1886, o IPWA foi uma das organizações que desencadeou a greve geral pelas oito horas, que acabou originando os “mártires de Chicago” - três operários anarquistas condenados à morte, incluindo o marido Albert Parsons. Continuou militando e, em 1905 ajudou a fundar a sindical revolucionária IWW.
324 - Emma Goldman viveu de 1868 a 1940. Foi para os EUA em 1886. Após ver os mártires (1887) virou anarquista e foi presa em 1893. Lutou 14 anos para libertar seu companheiro e amigo Berkman. Em 1919, foram expulsos para a Rússia. Chegando lá, foi obrigada a abandonar por não concordar com o que estava ocorrendo. Viajou por Europa e Canadá denunciando tudo. Ajudou a Espanha revolucionária em 1936. Defendia os direitos da mulher e o amor livre.
325 - Da mesma época, Voltairine de Cleyre foi mais uma que virou anarquista após os eventos de Chicago. Escreveu livro defendendo Goldman quando esta foi presa.
326 - Maria Lacerda Moura. Professora, jornalista e escritora mineira no início do século XX. Adepta da pedagogia libertária de Ferrer, incentivou um mutirão de mulheres para construção de casas populares e fundou a liga contra o analfabetismo. Amor livre e antimilitarismo eram outros temas. Uma das pioneiras do feminismo no Brasil (fez livros a respeito), envolveu-se, ainda, no movimento operário e sindical.
327 - Bookchin viveu de 1921 a 2006. Virou anarquista após 1956. Participou do maio de 68.
328 - Chomsky está com 88 anos, mas tá vivo. Talvez seja o mais conhecido e citado pensador dos EUA, mas é marginalizado pela grande mídia lá. É (informação de 2000) diretor do departamento de línguas do MIT.
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