Anarquistas - Textos Diversos XVIII e Texto Perdido

 

Emma Goldman - Porque a Revolução Não Realizou Suas Esperanças:

351 - Texto de 1925. Afirma que os anarquistas não puderam ou não souberam se aproveitar do espírito libertário do início da Revolução. Faltou organizar o povo. Na economia, defendia o anarcossindicalismo.

352 - Acredita que o centralismo bolchevique mais desorganiza que organiza: “Os camponeses da Ucrânia teriam podido cultivar suas terras se tivessem tido acesso aos implementos agrícolas armazenados em kharkov e outros centros industriais que, esperavam, para distribui-los, ordens de Moscou”. Entusiasta da ajuda mútua.

353 - Diz que Lênin acertou ao notar que os intelectuais e técnicos não poderiam ser todos “jogados à fogueira”, pois os trabalhadores iriam precisar do seu apoio na direção da indústria. Qual foi seu erro, para Goldman? Manter o antagonismo: “Enquanto os trabalhadores continuavam a morrer de fome, os engenheiros, os especialistas industriais, os técnicos, recebiam altos salários, privilégios especiais e os melhores alimentos”.

354 - Ademais, os bolcheviques erraram em fazer inicialmente campanha de ódio ao intelectualismo, acusa. Como unir depois? O segredo do sucesso revolucionário é, para Goldman, integrar técnicos e trabalhadores na mesma luta e que os últimos progressivamente possam aprender a dirigir a fábrica. “Ninguém deveria ser fuzilado porque “adquiriu, no passado, instrução. Os cientistas, o engenheiro, o especialista, o educador, o pesquisador e o artista, tanto quanto o carpinteiro, o maquinista ou qualquer outro trabalhador manual são todos parcela da força coletiva que deve fazer da revolução o grande arquiteto do novo edifício social.”

355 - O sentimento instintivo do homem pela igualdade foi marcado como uma fraqueza sentimental; a dignidade humana e a liberdade tornaram-se superstições burguesas; o respeito pela vida humana, que é a própria essência da reconstituição social, foi condenado como contra-revolucionário. Esta terrível perversão dos valores fundamentais trazia nela própria o germe da destruição. Com esta concepção de que a revolução era somente um meio de assegurar o poder político, foi inevitável que todos os valores revolucionários se tornassem subordinados às necessidades do Estado. Diz que pareceu uma seita de jesuítas querendo curar o pecado em nome de uma abstração.

356 - Os fins não justificam os meios. “Os meios empregados tornam-se, através de hábito individual e da pratica social, parte do objetivo final; eles o influenciam, modificam-no, e em pouco tempo objetivos e meios tornam-se idênticos. No dia em que coloquei meus pés na Rússia, senti, vagamente no inicio, e de forma mais clara, posteriormente. Os grandes objetivos da revolução tornaram-se tão nebulosos e obscurecidos pelos métodos utilizados pelo poder político que em pouco tempo foi difícil distinguir o que era meio temporário ou objetivo final”.

 

Entrevista com Noam Chomski na Istoé:

357 - Entrevista é de março de 2009. Percebi depois que deveria ser classificada em “dados e notícias internacionais” e não aqui, mas beleza. Obama intensificou a guerra no Afeganistão, aumentou os ataques ao Paquistão e rejeitou os apelos dos presidentes desses países para eliminar os bombardeios que atingem alvos civis.

358 - Quando perguntado sobre Chávez e democracia, lembrou que os EUA, até 1945, tinham reeleição ilimitada. O próprio Roosevelt foi eleito quatro vezes.

359 - Diz que a América do Sul era o lugar do mundo mais interessante no momento. (Errou feio).

360 - Sobre os EUA, afirma: Sua economia avançada depende crucialmente do setor estatal. Se você pensa em computadores, internet, tecnologia da informação, laser, tudo isso foi financiado pelo Estado. Você não pode falar em livre mercado porque eles não acreditam nisso.

361 - Afirma que os intelectuais não se tornaram mais comprometidos que o poder hoje do que sempre o foram, inclusive nas décadas de 60 e 70.

 

Comentários