Anarquistas - Textos Diversos XX
Fabricio Moreira - Perguntas Sobre Transição Estudantil-Trabalho:
380 - Afirma que os capitalistas sempre tiveram táticas e tentativas visando a fragmentação dos trabalhadores. E que, a isto, sempre correspondeu uma resposta, um salto organizativo capaz de “recompor a classe trabalhadora”. (Nunca li essa história detalhada Será que não seriam fragmentações mais facilmente superáveis e reversíveis? Pergunto porque o negócio tá feio...)
381 - Lança algumas inquietações bem pertinentes: “Fazer militancia dentro do espaço de trabalho, fora dele apoiando outras lutas ou ambos?“
382 - Enquanto estávamos na Universidade havia todo um conjunto de condições objetivas e subjetivas, que por mais que houvesse divergencias políticas inúmeras nos dava a segurança de ver que na prática haviam outros com concordancia politica e condicoes concretas pra militar junto. E agora? Diferentes cursos, alguns já se formaram e outros não, o capital sugando nosso sangue no mercado de trabalho, a proximidade com outros movimentos/partidos/sindicatos/coletivos levando a constatação que a luta é muito maior, complexa e radical do que imaginavamos nos idos universitarios, a necessidade de organização cada vez maior, e mesmo conhecendo hoje um pouco mais do que qd militavamos apenas no meio universitário, há uma certeza cada vez maior que as atuais organizações/projetos políticos já organizadas não nos contemplam. O que fazer?
Fabricio Moreira - Teses Sobre o Papel das Direções:
383 - Acusar os “novos dominadores” de traição é idealismo. A culpa passar ser da mentalidade dos indivíduos e não dos processos de luta, geralmente de ascenso, que os gerou. Assim é fácil. O que deveria ser pesquisado é quais práticas geram essas decepções e quais fortalecem a autonomia dos trabalhadores.
384 - Tal idealismo leva a querer simplesmente formar dirigentes firmes e ideologicamente comprometidos para tomar as direções e ter meios materiais de fazer mudanças. Ademais, esse foco nos dirigentes “parte da impossibilidade das bases se organizarem, criarem uma forma de organização política e uma estratégia para enfrentar a exploração, isto, cabe a direção”.
385 - Afirma que é sempre a base que cria o ascenso. Nunca a direção. Essa, no máximo, quando surpreendida, articula pra poder comandar/dirigir o processo.
386 - Joga a seguinte inquietação: “a alternativa parte dos militantes (minoria) com conhecimento teórico e histórico (minoria ainda mais reduzida), ou da imensa variedade de formas de lutas que são testadas na prática cotidianamente por toda a classe trabalhadora?” (Isso me lembra a questão que trouxe Kropotkin há uns dois textos acima)
387 - (O quanto eu sou explorado? O trabalhador qualificado é mais explorado que o não-qualificado? Como é isso para ambos? Deveriam receber quantos % mais? Vale a pena pensar essas coisas, volta e meia)
388 - “Os caminhos”, digamos assim, “não se dão pela unificação das direções, mas pela construção de ações cotidianas de militância em comum. A direção partidária só pode unificar lutas que tenham formas de organização que se submetam a estrutura partidária, neste sentido, homogêneas. Como é a própria classe que cria as formas de luta, e a própria classe não é homogênea, logo as formas de luta não são homogêneas e só construindo ações práticas de luta entre si podem descobrir em cada momento histórico como construir práticas que unifiquem.”
FARJ - Reflexões Sobre o Comprometimento, a Responsabilidade e a Autodisciplina:
389 - Fala que se fulano assume uma tarefa, ser cobrado por isso não é autoritarismo. Reincidência deve levar a uma conversa franca. No mais é conciliar rotações de funções com autoridades naturais. Se todo mundo comanda e é subalterno, não há poder (Bakunin acha isso).
390 - A divisão prévia (e detalhada, eu acrescentaria) de tarefas é essencial. Do contrário, haverá concentração na mão de alguns.
391 - Se acontecer um imprevisto e o militante perceber que não poderá realizar aquilo com o que se comprometeu, é sua responsabilidade informar a organização com antecedência e transferir sua responsabilidade a um outro membro.
392 - Os russos da plataforma (Makhno…) entendiam que o individualismo anarquista muitas vezes era usado como desculpa para total falta de responsabilidade. Tratava-se de cumprir os deveres assumidos e decisões compartilhadas.
393 - A FARJ tem duas frentes - comunitária e de ocupações - e ambas se revezam cuidando do CCS - pagando as contas de luz/água, etc.
394 - O inimigo age com disciplina e criticando a falta de disciplina e responsabilidade dos anarquistas. Não se pode dar munição decepcionando o povo.
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