Libertários - Textos Diversos XXXV
Reflexões Sobre os 65 anos da Revolução Iugoslava:
712 - Antes de Tito, a Iugoslávia assistiu a uma ditadura monárquica dos sérvios contra o resto, seguida de uma ocupação alemã nazista (com frente fascista croata e um grupo sérvio colaboracionista). O general proclamou o socialismo em 43 e assumiu o governo em 45, após a expulsão dos nazis.
713 - Rompeu com a URSS em 1948. Afirma que após isso, a Iugoslávia fez uma série de reformas, tendo inclusive abolido os partidos. “O primeiro passo para tanto foi a instituição em 1950 da autogestão das fábricas, o que de imediato desviou cem mil burocratas de cargos administrativos para funções produtivas.”
714 - Havia direito de ir e vir e alto grau de liberdades, afirma o texto.
715 - (O texto apresenta a Iugoslávia dos anos 50-70 como o paraíso na Terra. Teria sido mesmo assim?)
716 - A ideia de autogestão incomodava a URSS, que, por isso, interviu em Praga, por exemplo, afirma o texto. (...) uma década depois, o fechado e ultra-dogmático regime stalinista da Albânia rompia relações com a China maoísta declarando-a “revisionista” e “traidora do socialismo” não por causa da viagem do presidente estadunidense Richard Nixon a Pequim (1971), mas sim anos depois, imediatamente após uma visita oficial de Tito à China (1977).
717 - Há coisas mal explicadas. Que autogestão é esta se, por exemplo: “o fato é que, embora bastante enfraquecida pelo poder simultâneo da classe trabalhadora oriundo da autogestão, a classe burocrata nunca desapareceu por completo do país, sobrevivendo graças à divisão relativa entre trabalhadores de um lado e governantes e gerentes de grandes empresas de outro”.
718 - Afirma que mesmo políticos rivais, croatas e sérvios, tiveram os mesmos papéis na desintegração do sistema durante os anos 80 - empresas foram privatizadas ou submetidas ao controle estatal. Essa é sua visão da queda: “Encontrando na crise dos anos 80 uma oportunidade de suprimir em definitivo o incômodo poder rival dos trabalhadores, as classes burocratas das diferentes repúblicas iugoslavas aumentaram seu poder instigando o ódio nacionalista como forma de propagar ideais direitistas e semear confusão e divisão em meio à classe trabalhadora.”
719 - Em todas as ex-repúblicas iugoslavas ainda é possível encontrar empresas autogeridas de pequeno e médio porte, uma semente do poder de classe dos trabalhadores que, embora disperso e enfraquecido, insiste em sobreviver.
720 - Relata, sem citar fonte, um espetacular crescimento econômico e do nível de vida durante os anos Tito, sem prejuízo das liberdades, afirma.
721 - Segundo um marxista ortodoxo que comentou a notícia, “Estas empresas de "auto-adminstração operária" eram na realidade controlados pelo grupo político de Tito, diretores de sua confiança que em certos casos chegavam a receber prêmios equivalentes ao total dos salários de todo o coletivo e gozavam de plena liberdade para contratar e demitir”. Não havia garantia de emprego para os operários. Por isso mesmo, diz que era um “capitalismo disfarçado”.
Rosa Luxemburgo - A Socialização da Sociedade:
722 - Aqui é 1918. O primeiro dever de um verdadeiro governo operário consiste em proclamar, através de uma série de decisões soberanas, os meios de produção mais importantes como propriedade nacional e em pô-los sob o controle da sociedade. Só então começa propriamente a mais difícil tarefa: a construção da economia em bases totalmente novas.
723 - Não precisamos nem queremos tirar a pequena propriedade ao pequeno agricultor e ao pequeno trabalhador que, com seu próprio trabalho, vive penosamente do seu pedacinho de terra ou da sua oficina. Com o tempo, todos eles virão até nós voluntariamente e compreenderão as vantagens do socialismo sobre a propriedade privada.
724 - Indústria de luxo e “criadagem pessoal” também teriam que acabar.
725 - Devido à necessidade de conhecimento técnico de organização e etc., Rosa ainda prevê a necessidade de dirigentes nas fábricas, para que seja atingida a divisão do trabalho mais correta e o mais alto rendimento.
726 - Prevê trabalhadores trabalhando com prazer agora.
Rosa Luxemburgo - Assembléia Nacional ou Governo dos Conselhos:
727 - Dezembro de 1918.
728 - Afirma que a própria Revolução Inglesa só vingou após os combates de “rua” e não em proclamação de parlamentos. Isso sem falar do “Terror” que foi necessário para consolidar a Revolução Francesa. Portanto, uma “assembleia nacional” é falsa solução, pois teria a tola esperança de reduzir a luta de morte entre estes dois mundos (proletariado e burguesia) a duelos de oratória parlamentar e a decisões maioritárias!
729 - Afirma que o parlamento só foi útil no passado, para educar as massas à luta…
730 - O grito por democracia da burguesia é cínico, pois «a democracia» — enquanto poder exercido pelo povo — só começará no dia em que o povo trabalhador tomar o poder.
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