Libertários - Textos Diversos XXX
Nu-sol - Essa coisa chamada c r i s e:
623 - É mais um texto provocativa que propriamente qualquer outra coisa.
Nu-sol - Foucault e o Libertarismo:
624 - Artigo de Edson Passeti e Salete Oliveira, que coordenam o Nu-Sol.
625 - A genealogia do poder capta a vitória de uma força ou da coalizão de algumas sobre as demais no instante em que declaram sua superioridade particular como universal, lançando mão de arbitrariedades e sagacidades.
626 - Não é sem motivo que a sociedade é cheia de punições e recompensas. Para Foucault, era claro que “Não há um saber desinteressado a favor da humanidade ou de uma classe; todo saber é interessado e procede de relações de poder.”
627 - A vida na e da prisão não se esgotou nela. O manicômio foi contornado pela psicanálise. Os internatos cederam lugar aos regimes escolares. Os insurgentes foram organizados em partidos e sindicatos. Investiu-se, enfim, com sucesso, em disciplina, em normalização.
628 - (Tem seus momentos, mas é muito abstrato o texto).
O Antifascismo Como Forma de Adesão ao Sistema:
629 - Eu devia parar de ler aqui “Depois da primeira guerra mundial (1914-1918), o capitalismo já não tem um papel progressivo, não desenvolve as forças produtivas a não ser provocando crise e guerras”... Mas vamos lá. Cabeça aberta.
630 - Também é lógico, seguindo esta argumentação, que as democracias ocidentais que diziam lutar contra o fascismo não questionem o regime político (fascista) espanhol depois da guerra mundial.
631 - Sua tese é esta: ”A unidade antifascista nada mais é do que colaboracionismo de classes. O proletariado, ao invés de enfrentar seus inimigos (a burguesia fascista e antifascista), numa verdadeira guerra de classes, será usado como bucha de canhão pelas duas facções burguesas, com a cumplicidade de alguns de seus "dirigentes mais avançados".”
632 - Diz que perder tempo reagindo a atos fascistas - manifestações, atos de repúdio, passeatas - leva a um ciclo de ação e reação que devia do mais importante, que é centrar fogo na luta de classes. Ademais, lança sementes de colaboração de classe, já que liberais e afins podem se juntar.
633 - Este perigo aqui eu acho bem concreto mesmo: “Os grupos antifascistas reclamam medidas estatais e legais que reprimam o fascismo (6): leis contra grupos nazis, medidas policiais, altas penas de prisão etc. A aplicação de tais medidas dificilmente nos favoreceria, muito pelo contrário. Com isso, reforça-se o papel do Estado como repressor e seu poder é fortalecido.”
O Neozapatismo e Os Velhos Meios de Produção:
634 - Texto de Leo Vinicius no PP. Define pragmatismo da seguinte forma: “Os modelos ou descrições são verdadeiros – e só nesse sentido representam uma verdade – à medida que são bons para os propósitos a que se destinam, e são bons de acordo com as conseqüências práticas e a experiência”.
635 - Assim, as linguagens e representações quaisquer não são neutras, pois sempre possuem um propósito. Rorty significaria um “neopragmatismo”, voltado para a linguística e menos para a experiência vivida como chanceladora.
636 - Os novos modelos seriam gerados pela redescrição das narrativas (Rorty).
637 - Acusa Rorty de cair num idealismo linguistico. Essa tendência se apresenta na ênfase dada à determinação do comportamento lingüístico sobre a prática não-lingüística. Romancistas e literatos teriam mais importância que filósofos e cientistas revolucionários?, indaga.
638 - Marcos é o inverso. Materialista. “Os avanços em governo, saúde, moradia [habitação], alimentação, participação das mulheres, comercialização, cultura, comunicação e informação têm como ponto de partida a recuperação dos meios de produção, neste caso, a terra, os animais e as máquinas que estavam em mãos dos grandes proprietários”. (Subcomandante Marcos, dezembro de 2007). Deixa claro, Marcos, em outros trechos, que não acredita em reformas. Tudo sem tomar os meios de produção é inútil.
639 - Há de se dar a devida importância às palavras bonitas do zapatismo: como Marcos fez lembrar enfaticamente naquele colóquio, se equivocam aqueles que o chamam de ideólogo do zapatismo ou de porta-voz do EZLN. Como frisou, ele é comandante militar.
640 -Por fim, ressalta que o MST tem uma estratégia parecida, mas quer os meios de produção indiretamente, pressionando o Estado. Pergunta-se como se daria um zapatismo urbano, já que nas cidades o setor de serviços é o que predomina…
641 - O comentador Eduardo Tomazine alerta para o risco de cair na conclusão inversa, a de que os fatores “não-econômicos” seriam meros acessórios. Traz as seguintes perguntas retóricas: “Os Neozapatistas teriam resistido à superioridade militar do Estado mexicano se somente tivessem se levantado e se internado com armas na floresta Lancadona? Acho que não. A utilização horizontal dos meios de produção e a gestão autônoma dos seus territórios seriam viabilizados somente pela tomada dos meios de produção e pela declaração da sua autonomia? Acho, mais uma vez, que não!” Crê que não há prioridade ontológica do trabalho e que a luta deve investir em todas as frentes, como fizeram os zapatistas.
642 - JB se coloca relativamente contra ao comentário de Tomazine: “Marx concebeu a partir daí a noção de alienação, e para desenvolver esta noção passou da crítica da filosofia à crítica da economia. A noção de mais-valia consiste na noção de alienação transposta para os processos económicos. Foi então que a filosofia da alienação se transformou em filosofia da praxis”.
643 - … JB também crê ser importante deixar de temer o termo “engenharia social”: Pretender acabar com a sociedade de exploração é, em termos históricos, abalançar-se a uma operação de engenharia social pelo menos tão considerável como foi a implantação das sociedades de exploração.
644 - … Enfim, viu tendências pós-modernas (e pós-modernismo é a intelectualização da futilidade) no comentário de Tomazine: “Dizer que tudo é importante ao mesmo nível e que tudo interfere em tudo não é cortar o nó górdio. Pelo contrário, é complicar ainda mais a meada. Os intelectuais gostam muito de evocar a importância das palavras, talvez porque seja esse o único plano em que dominam”.
645 - Tomazine replicou que não está a negar a necessidade de superar a alienação no âmbito do trabalho, apenas vê como igualmente importante superá-las em todos as outras esferas (cita gênero, por exemplo).
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