Libertários - Textos Diversos XVII (Mais John Holloway)

 

John Holloway - Algumas Questões Para Discussão:

330 - Faz uma série de perguntas (algumas das quais estou tentando começar a responder com esses  anos de leituras… As respostas estarão na prática, mas é preciso pensar sobre as mesmas também)

331 - Tem muita pergunta interessante. Se eu for escrever um resumo das minhas leituras um dia, seria salutar olhar de novo este documento.

 

John Holloway - Capítulo Sobre Revolução:

332 - É o capítulo 11 do “Mudar o Mundo…”.

333 - Liberdade no capitalismo: “Se você não tem acesso aos meios do fazer, porque todos os meios do fazer são propriedade de outros, então claro que você é livre para ir e pôr à venda a sua força de trabalho a esses outros a fim de sobreviver”.

334 - Num trecho em que finalmente começar a falar de coisas mais concretas, diz: “Para superar essa separação, as ações devem de alguma forma apontar-para-além, devem afirmar maneiras alternativas de fazer: as greves que não apenas retiram o trabalho alienado, mas apontam para formas alternativas de fazer (proporcionando transporte livre ou um tipo diferente de cuidado da saúde); os protestos universitários que não só fecham a universidade, mas sugerem uma experiência diferente de estudo; as ocupações de prédios que os convertem em centros sociais”.

335 - Propõe a substituição da política de organização por uma política de eventos. Não dá muito detalhes.

336 - (Fiquei com péssima impressão do livro. Muitíssimo obscuro em várias passagens, cheira a um “quero ser um novo guru da esquerda então vou escrever tudo que me parecer bonito”. Talvez eu esteja errado… Talvez seja só o capítulo… Sei lá)

 

John Holloway - Classe e Classificação:

337 - Muitas e muitas linhas para dizer simplesmente que o conceito de luta de classes deveria ser mais abrangente para que possa incluir qualquer insubordinação ao modo capitalista. Não apenas as que se dão dentro da fábrica. Exemplo é o zapatismo. Nós não lutamos como classe trabalhadora, lutamos contra ser classe trabalhadora, contra sermos classificados. É a unidade do processo de classificação (a unidade da acumulação do capital) o que outorga unidade a nossas lutas, não nossa unidade como membros de uma classe comum.

338 - A exploração não é somente a exploração do trabalho, mas a simultânea transformação da criatividade humana em trabalho, a simultânea desumanização da humanidade.

 

John Holloway - Democracia Representativa:

339 - Já li e fichei logo acima. É o “reinvenção da democracia”. Igual.

 

John Holloway - Doze Teses Sobre o Antipoder:

340 - É um resumo do “Mudar o Mundo…”.

341 - A separação do feito e dos fazedores significa que as pessoas já não se relacionam entre si como fazedores, mas como proprietários (ou não proprietários) do feito (visto já como uma coisa divorciada do fazer).

342 - (Continuo achando que o livro oscila entre mera recriação/denominação de conceitos e auto-ajuda de esquerda...)

 

John Holloway - Negatividade e Revolução:

343 - O texto é a introdução de um livro recém-lançado. Sobre Adorno, mas que Holloway começa dizendo que não é sobre Adorno.

344 - Lista filósofos que se tornaram críticos da “dialética” após a experiência stalinista: Althusser, Deleuze, Guattari, Foucault, Derrida, Macherey e, mais recentemente, Hardt, Negri e Virno.

345 - “Explica” a crítica à dialética. Eu obviamente pouco ou nada entendi. Se isso é uma introdução, acho que vou ler os autores-bases, pois não funcionou muito.

346 - Traz o capital essencialmente como uma relação social, não como “coisa”.

347 - Entendi, porém, parte da réplica dele. Hardt critica o raciocínio em termos de “contradição” (proprio da dialética), que seria limitador e binário por deixar de reconhecer outras ricas “diferenças”, sem atentar para o fato de que essa (a contradição) não é criada ou inventada pela dialética ou o pensamento dialético. Ela existe de fato. “Deixar de lado a consciência dialética da (não a criação dialética da) contradição é esquecer que estamos em uma prisão, que estamos vivendo dentro de uma forma de organização social que diariamente reduz nossa infinita criatividade ao monótono processo de produzir lucro”.

348 - A posição de Holloway é a seguinte - e, aqui, pra ser justo, ele foi extremamente cristalino: “Não é necessário recusar a dialética enquanto tal, mas somente sua compreensão sintética: em outras palavras, é necessário insistir em uma dialética negativa, um movimento sem descanso de negação que não necessariamente nos conduz a um final feliz. A história, então, não é considerada como uma série de etapas, mas como o movimento de uma revolta sem fim.”. Depois de Stálin, foi o que restou, disse Adorno. Apenas negar, sem querer saber onde tudo vai dar.

349 - Ainda citando Adorno, coloca: A dialética é sensível ao movimento desta recusa: “a dialética é a consciência conseqüente da diferença”.

 

John Holloway - Nós Somos a Crise do Trabalho Abstrato:

350 - Aqui continua com sua dialética negativa. É uma palestra de abril de 2006. “O que nos traz aqui hoje não é algo positivo que temos em comum, mas o Não que todos compartilhamos. Não ao capitalismo”.

351 - A abstração do trabalho reduz a cor intensa do fazer criativo à cinzenta produção de valor, ao vazio da geração de dinheiro. Isso seria a verdadeira luta de classes, não a do capital contra o “trabalho”. Trata-se de deixar de fazer o que o capital ordena, ou seja, reassumir a produção.

352 - Critica a representação e a verticalidade. E, claro, a definição. Não precisamos de definição, rejeitamos toda definição, porque nós somos o poder anti-identitário do fazer criativo e recusamos toda definição. Nos chame de multidão se quiser, ou, melhor, nos chame de classe trabalhadora, mas qualquer tentativa de definição só faz sentido na medida em que nós quebramos a definição.

353 - Sua proposta de política de eventos, tem muito a ver com criar “erupções vulcânicas” cada vez mais frequentes e duráveis, ao que me parece.

 

John Holloway - Nosso Lugar, Nosso Tempo:

354 - De 2007. É mais um panfleto.

 

John Holloway - O Que é a Revolução:

355 - É um milhão de dignidades. De picadas de abelha.

356 - Trata-se de deixar de fazer capitalismo não no futuro, mas aqui e agora.

 

John Holloway - Pare de Fazer Capitalismo:

357 - Texto para o FSM 2005. Foi no mesmo sentido do anterior. Luta intersticial baseada em criar rachaduras na estrutura capitalista..

 

John Holloway - Zapatismo Urbano:

358 - Somos nós! Os zapatistas de Chiapas não nos dão um modelo que possamos aplicar à nossa parte da luta, mas vemos sua forma de luta como uma inspiração para o desenvolvimento de nossas formas de luta.

 

John Holloway e o Anarquismo:

359 - Um anarquista dizendo que Holloway simplesmente repete o que os anarquistas já dizem há 150 anos.

360 - Traz trechos célebres de Bakunin (inclusive aquele acusando os marxistas de desconhecerem a natureza humana) e Malatesta.

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