Libertários - Textos Diversos XXXI

 

Otto Rühle - A Revolução Não é Tarefa do Partido:

646 - Este texto é de 1920. Em 1875, divergindo de Marx e Engels, Wilhelm Liebknecht propôs a tática do antiparlamentarismo. A socialdemocracia não aceitou. Seria renunciar a si mesma.

647 - Acusa o Partido Comunista Alemão de ter se tornado igual ao SPD. O KPD tomou-se um partido parlamentar como os outros. Um partido do compromisso, do oportunismo, da critica e da luta verbal. Um partido que deixou de ser revolucionário.

648 - O que defende é uma “vanguarda revolucionária” por fora dos partidos. (...) só podem cumprir esse dever como organização fechada, porque são o que há de melhor, são os revolucionários proletários. Dado o caráter fechado de sua organização, reforçam-se e adquirem um discernimento cada vez maior, manifestam sua vontade de ação face aos hesitantes e confusos. No momento decisivo, formam o centro magnético de toda a atividade. São uma organização política, não um partido político no sentido tradicional.

649 - Propõe um partido que não é partido. O “A” é de “operário”. Que fará o KAPD? Criará organizações revolucionárias de empresa. Propagará a União Geral dos Trabalhadores. Atuando em cada empresa, em todos os ramos industriais, organizará as massas revolucionárias e lhes dará impulso para o combate decisivo O novo 'partido" comunista, que já não é um partido. Mas que é - pela primeira vez - comunista. Coração e cabeça da revolução.

650 - Deixaram claro que iriam “cair pra cima” dos sindicatos. O objetivo é a conquista do comando nas principais indústrias, no conjunto da produção social, e, desse modo, conquistar o poder de decisão no combate revolucionário. Apoderar-se do dispositivo que pode asfixiar o capitalismo em ramos e regiões industriais inteiros. Nestas circunstâncias, eis o que a ação resoluta de uma organização pode conseguir, ultrapassando em eficácia a greve geral.

 

Para Acabar Com o Fascismo e o Anti:

651 - Texto de 1999. São os mesmos argumentos do texto “O Antifascismo Como Forma de Adesão ao Sistema”, logo mais acima.

652 - O fascismo tem origem na situação que o precedeu: o esmagamento do processo revolucionário de 1917 a 1921 pela social democracia européia (russa, alemã, italiana, húngara, búlgara...). Eu diria que é mais propriamente o “crescimento” do fascismo que talvez tenha sua origem aí.

653 - O fascismo, assim como o estalinismo, "apenas" completa o trabalho da contra-revolução, massacrando o já derrotado proletariado!

 

Passa Palavra - Domingo na Marcha (Três Partes Interessantes):

654 - Já li e fichei. Vou só confirmar na pasta “dados… (Brasil)”.

 

Paul Mattick - A Gestão Operária:

655 - Este texto é de 1969. O movimento revolucionário, segundo Mattick, em tempo de prosperidade tende a transformar-se e acaba por passar das posições revolucionárias ao reformismo. Em tempo de crise social corre o risco de ser aniquilado pela repressão que as classes dirigentes lançam contra ele.

656 - Cre que, no sistema capitalista, só as organizações que de modo algum procuram transformar as relações fundamentais têm a possibilidade de crescer e prosperar.

657 - Sorel afirmava a necessidade de sindicatos revolucionários, sem elementos pequeno-burgueses (burocracia) e que rejeitassem a luta parlamentar. As greves seriam aprendizados para uma grande greve geral. (Como esse cara foi parar no fascismo?…)

658 - O 1905 russo foi feito de greves espontaneas. Apenas possuiam o local de trabalho como base de organização possível. Partidos eram pouco influentes e sindicatos eram apenas embrionários. Isso forneceu novo ânimo às oposições de esquerda nos partidos.

659 - A revolução alemã em 1918 e a própria revolução russa de 1917 trouxeram de novo os “sovietes”. E igualmente – embora com menor amplitude – durante as graves convulsões sociais que então sacudiram a Inglaterra, a França, a Itália e a Hungria

660 - Por que cooperativas autogeridas não dão certo? Mattick explica: “Na verdade, o desenvolvimento capitalista tem por base a concentração e a centralização do capital sob o estimulo da concorrência: os capitais mais importantes devoram os mais pequenos”. Como juntariam, por exemplo, grande capital para formar uma grande indústria eficiente? (Eu pensaria em algo mais “radical”. Creio que certamente tem a ver com o monopólio da informação necessária para fazer esse processo de centralização/concentração funcionar de modo mais eficiente)

661 - (...) o movimento cooperativo constituiu em larga medida um elemento do desenvolvimento capitalista. Os próprios economistas burgueses viram nele um factor de conservação social, dado que encorajava a poupança junto das categorias mais pobres da população.

662 - Enquanto o sindicalismo socialista falava em nacionalização, o “revolucionário”, minoritário, pretendia uma sociedade em que cada sector da indústria fosse gerido por aqueles que nele trabalhassem. Todas estas associações de produção unir-se-iam para a formação de federações nacionais cujos organismos, longe de serem dotados de prerrogativas governamentais, só cumpririam funções estatísticas e administrativas.

663 - Quando os operários alcançam uma diminuição do horário de trabalho, de modo algum estão a reduzir a quantidade de sobretrabalho açambarcado pelos capitalistas. (...) Como é imprescindível que o capital ofereça uma determinada taxa de lucro, os capitalistas pararão a produção a partir do momento em que esta taxa ameace decrescer.

664 - O texto dele é um claro reflexo de sua época: “Organizados ou não, os trabalhadores tomaram partido pela economia de mercado que se revelava capaz de lhes melhorar a condição e ainda prometia à medida que progredisse. Numa situação não revolucionária deste género, os partidos socialistas reformistas e os sindicatos de estrutura centralizada constituíam o tipo de organização eficaz. E, por outro lado, a burguesia lúcida via no businesse unionism o meio ideal de fazer reinar a paz social graças à conclusão de convenções colectivas”.

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