Libertários - Textos Diversos XXIII (Marcelo Lopes)
Marcelo Lopes de Souza - A Hora e a Vez do Pensamento Libertário na Geografia:
461 – É de 2008. Considera bastante reducionista a visão marxista de que o sujeito revolucionário é absolutamente definido - o proletariado. Os movimentos sociais ocupariam (ocupam), aí, sempre uma posição secundária.
462 - … Coloca que alguns inserem essas lutas na chamada esfera da reprodução da força de trabalho: lutas por infra-estrutura, por habitação, por saneamento, o ativismo de bairro, etc. Crê que esse termo é “reducionista” também.
463 - Diz que uma grande influência sua foi um tal de Orlando Valverde.
464 - Fala que o clientelismo em muitas associações de moradores não é um fenômeno recente. Cita as SAB’s (sociedades de amigos do bairro), muitas vezes criadas pelo “Janismo” nos anos 50.
465 - … Também vereadores organizam associações para terem o seu “curral eleitoral”.
466 - … Marcelo diz que tudo isso é um “ativismo de bairro”, mas não dá pra dizer que é movimento social.
467 - Porém, o ativismo de bairro advindo do trabalho das CEB’s costumava ter um caráter muito mais crítico.
468 - O desafio era, assim, “transcender o localismo”, indo-se de uma luta de bairro para uma luta a partir do bairro.
469 - John Reed e os “dez dias…”. Leitura muito acessível que o influenciou desde pequeno. Jornalista dos EUA. É o único, se não me engano, estrangeiro que está sepultado lá no Kremlin.
470 - Antes da universidade, foi um marxista sem militância estudantil. Lá esteve com grupos trotskistas, mas rompeu logo com o marxismo.
471 - Cita “Marx crítico de Marx” como uma obra que o marcou profundamente.
472 - Castoriadis, outra grande influência, foi militante marxista na década de 40, na Grécia e França. Daniel Cohn-Bendit e outros do maio de 68 discutiam Castoriadis intensamente.
473 - Posiciona-se contrariamente a esses resgates do pensamento libertário por parte de acadêmicos “não-libertários, mas simpatizantes”. Não é um resgate orgânico. Uma homenagem? De que serve? O ideal seria sim apresentar ao mundo as experiências autonomistas. Zapatistas… piqueteiros… ocupações de sem teto...
474 - Uma coisa é o movimento social, outra coisa são as várias organizações que os compõem e que, às vezes, rivalizam entre si.
475 - Defende aproveitar as legislações urbanas, brechas e compromissos assumidos pelo Estado. Claro que sempre subordinando a luta institucional à ação direta, que é o motor da luta. Crê que é possível cavar trincheiras na luta institucional. Cita IPTU progressivo, zonas de interesse social etc.
476 - Afirma que alguns movimentos sociais fizeram - chegaram a fazer - planejamentos urbanos a partir das bases, contra ou apesar do Estado. Esse “autoplanejamento” - neologismo dele - é uma complementação necessária da autogestão libertária.
Marcelo Lopes de Souza - O Navio, Uma Metáfora Sobre o Nosso Tempo (PP):
477 - Admite que a maioria do “ecologismo” é composta de reformistas ou nem isso. Bookchin é uma exceção, coloca.
478 - É uma metáfora sobre nossa sociedade. Um tanto óbvia.
479 - (Parte dos comentadores ficou numa discussão meio maluca sobre a utilidade do discurso racional abstrato. Achei o texto bem “linkado” no concreto sim. Enfim, metáforas são úteis a meu ver)
Comentários
Postar um comentário