Libertários - Textos Diversos XXXVII - Teses Sobre a Estratégia Revolucionária


Teses Sobre a Estratégia Revolucionária:

749 - Resolução do 4º Encontro do Coletivo Contra a Corrente. Abril/Maio de 1999. (Não sei se devo ler todos os textos deste arquivo, pois são 41 páginas que esse coletivo reuniu. São tão importantes ou boas assim? Vou ler o primeiro pra decidir).

750 - (Começou mal. Apresentando algumas teses sem dados).

751 - Mantém a ideia de Rosa de que os pequenos proprietários devem permanecer como estava. Isso durante um período de transição, quando ainda não se convenceram da superioridade socialista.

752 - Premissão do “capital”, que é uma “relação social coisificada”: a produção de mercadorias, isto é, a troca privada entre indivíduos, na qual a força de trabalho torna-se mercadoria que, ao seu usada, produz um valor mercantil superior ao seu próprio. A estatização mantem o capital funcionando - produtos, preços, salários, lucros e rentabilidades, ou seja, as consequencias da lógica capitalista continuam existindo.

753 - Por que o capitalismo moderno tornou obsoleto o monopólio estatal? Uma das razões está aqui: “O aumento da competitividade no mercado mundial exige dos monopólios a redução dos custos, o que explica tanto a utilização dos recursos tecnológicos quanto a descentralização geográfica de suas atividades produtivas - produção parcelária em diversos países e regiões do globo, montagem final em outras, vendas em terceiras etc. O critério fundamental é, sempre, a busca de baixos custos de produção e elevação de lucros.”

754 - …Por isso que o texto, muito acertadamente a meu ver, afirma que “mesmo o "milagre econômico" verificado nos anos 30 na URSS, graças à estatização e a planificação econômica, não seria mais possível hoje”.

755 - A ditadura do proletariado não é a fundação de um "novo Estado", mas de um poder direto da sociedade sobre si mesma; o seu objetivo (essência) é a extinção da sociedade de classes e, portanto, do Estado e da política.

756 - Crê que os Estados estão em crise. “A organização e o planejamento mundializados dos monopólios significam o substituto contemporâneo da organização e planejamento nacionais – intimamente vinculados ao estado nacional – existentes no início do século”.

757 - O segundo texto critica o primeiro, batendo no ponto da suposta necessidade tática de uma fase de transição que toleraria os pequenos proprietários e suas trocas e lei do valor. Afirma que isso demandaria um “Estado” regulando tudo isso, o que seria perigoso.

758 - O terceiro texto é uma resposta à crítica acima.

759 - … Responde que as trocas dos “pequenos” serão marginais e incapazes de estabelecer a lei do valor. Tanto é que esta última nem sempre existiu antes do capitalismo, mas as trocas privadas sim.

760 - O quarto texto é uma crítica ao manifesto contra o trabalho do Krisis. Principalmente por não diferenciar trabalho de trabalho abstrato. O que torna possível, em Marx, a crítica da economia política é exatamente a distinção radical entre a categoria trabalho - como dimensão ontológica do existir humano - e a forma histórica concreta do trabalho no âmbito da produção capitalista, o trabalho abstrato.

761 - O agir humano coletivo é quem determina a história, e não uma “Ideia” ou “providência divina”, como queriam os pensadores antes de Marx (afirma o texto).

762 - Afirma, ainda, que o manifesto do Krisis, ao criticar com razão os limites do movimento operário meramente reivindicatório, se esquece de que este tentou sim avançar, em diversos momentos (revolução alemã, por exemplo) em direção a algo mais. Foi derrotado, ora.

763 - O quinto texto é de Emiliano Aquino, criticando a ideologia estatista.

764 - Marx, nas anotações ao “Estado e Anarquia” de Bakunin, deixa claro que “o proletariado deve, como classe dominante, destruir "seu próprio caráter de assalariado", isto é, impor novas relações sociais nas quais a força de trabalho não seja mais uma mercadoria, superando, assim, a dominância da lógica do mercado sob a produção social”.

(continua...)

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