Marxistas - Textos Diversos LXXXI
Rafael Poch - O Verdadeiro Terror de Staline:
1348 - Trata-se de um texto de um jornal de
direita criticando a “hiperinflação” no número de mortos da URSS.
1349 - Zemskov
documentou que entre 1921 e 1953 foram «reprimidas» quatro milhões de pessoas.
De entre elas, o regime soviético fuzilou por motivos políticos cerca de 800
mil pessoas, em concreto 799 455. Também se pôde estabelecer que no momento
culminante da repressão stalinista, o «grande terror» dos anos 1937-1938, na
URSS foram efectuadas 2,5 milhões de detenções.
1350 - Causa dos números errados, como o de
Robert Conquest: “Quando no Verão de 1941
os alemães tomaram a cidade russa de Smolensk, conseguiram apoderar-se do
arquivo local, intacto, da máquina repressora stalinista. Quando os alemães
perderam a guerra, o arquivo de Smolensk passou para as mãos dos americanos.
Conquest, um típico «guerreiro frio», um cruzado da guerra-fria, extrapolou os
dados da repressão na região de Smolensk para todo o país, um método aceitável
à falta de outros melhores, mas a evidência mostrou que as suas conclusões
estavam erradas.”
1351 - Soljenitsine falando em 110 milhões de
mortos… A realidade é que a população do
país continuou a aumentar mais de um por cento, superando o crescimento
demográfico de Inglaterra ou França. Em 1926 a URSS tinha 147 milhões de
habitantes, em 1937, 162 milhões e em 1939, 170,5 milhões.
1352 - As deportações e fome causada pela
coletivização não afetaram apenas os ucranianos. Não houve genocídio
direcionado a etnias. Os desastres causados pelo confisco de alimentos e secas
afetaram todos.
1353 - Havia estatística sobre tudo. Fugas…
Fuzilamentos…
1354 - O texto critica a repressão política
stalinista: “Mólotov disse-o numa frase
reveladora ao jornalista Féliks Tchuev: «Não esperávamos que nos atraiçoassem;
nós tomávamos a iniciativa e antecipávamo-nos a eles».”
Rapaz Problematiza Visão de Zizek Sobre Hugo
Chávez:
1355 - Critica a ingenuidade de Zizek quanto ao
controle burocrático da economia e a possibilidade de autonomia crítica de
organizações de bases em favelas quando confrontadas ao líder personalista
“salvador da pátria”.
1356 - Zizek defende a estratégia de Chavez (de
tomada do Estado e “utilização de seus aparelhos”) e chega a falar em
“subcomediante Marcos”. Ou seja, ridiculariza a ideia de bombardear o Estado
com demandas sempre crescentes, a partir
de grupos de pressão específicos.
Resenhas de Era dos Extremos:
1357 - Por
incrível que pareça, no fim da Primeira Guerra Mundial foi possível ver um
presidente burguês: Woodrow Wilson, dos EUA — ridicularizado por Lenin —,
pregar uma paz sem anexações. No fim da Segunda Guerra Mundial, não houve voz
contra o revanchismo.
1358 - Coloca que o “Estado de Bem Estar” foi
menos um plano de reformadores capitalista (menos ainda um “humanismo sensível
aos horrores da guerra”) que uma necessidade pragmática do pós-guerra: “Ora, no fim da Segunda Guerra Mundial, o
perigo para o capitalismo era uma realidade assustadora. Diferentemente do que
ocorrera na vez anterior, nenhum país em guerra da Europa ocidental, exceto a
Grã-Bretanha, conseguira manter de pé o aparelho de Estado capitalista. Todos
os demais países beligerantes emergiram da Guerra com aparelhos de Estado
improvisados, em que se misturavam instituições criadas pela resistência
antifascista e instituições de emergência criadas pelos exércitos de ocupação.
Em várias regiões, houve ‘zonas liberadas’ por partisans antes da chegada dos
exércitos regulares. Tentar impor soluções capitalistas ortodoxas naquela parte
da Europa, naquela época, seria realmente demência suicidária”. A
necessidade de concessões era mais
importante para o sistema que qualquer proposta da direita clássica ou
extrema-direita.
1359 - Hoje
se pode ver que aquilo não era exatamente uma reforma do capitalismo porque
assim que aquelas condições anormais deixaram de existir, o estado de bem-estar
começou a ser atacado. E já nos anos 80, todos os economistas com clientes
importantes voltaram aos mesmos cacoetes clássicos dos anos 20 e 30. Eles
simplesmente voltaram a seu estado normal. Porque os Estados capitalistas estão
agora firmes; e os "formuladores de decisões", no momento, não estão
conseguindo enxergar a menor nuvem negra no horizonte à esquerda.
1360 - … uma
industrialização obtida a chicote pode ter vida longa. O senso comum já é
suficiente para suspeitar que o chicote não é bom instrumento para desenvolver
a criatividade. … A coerção
desmesurada já continha os germens da estagnação tecnológica que levaria a URSS
ao impasse mais tarde.
1361 - O antieslavismo nazista ajudou na
legitimidade precária de Stálin. “Os
operários escreviam sobre os tanques, antes de remetê-los ao front: za rodinu
(pela pátria). Se Stalin tivesse tentado mobilizar o povo pelo
"socialismo" dos Planos Qüinqüenais, certamente ter-se-a desastrado”.
… O próprio Hobsbawm ressalta o apoliticismo extremo do povo nos países do
"socialismo real".
1362 - Critica-se o Tratado de Versalhes que
teria criado recortes arbitrários na Europa (parece que Woodrow Wilson se
opôs): A guerra civil iugoslava, a
agitação secessionista na Eslováquia, a secessão dos Estados Bálticos da antiga
URSS, os conflitos entre húngaros e romenos pela Transilvânia, o separatismo da
Moldova (Moldávia, ex-Bessarábia) e, na realidade, o nacionalismo
transcaucasiano, são alguns dos problemas explosivos que não existiam ou não
teriam como existir antes de 1914.
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