Marxistas - Textos Diversos LXVIII

 

Mezagan - Definir o Proletariado:

1093 - Texto de dezembro de 2014. Critica o Materialismo vulgar da definição economicista do proletariado. Seria só o proletariado industrial ou o produtivo? (A meu ver, o autor escreveu, escreveu e não explicou nada aqui. Só jogou a dúvida)

1094 - Critica como “voluntarista” quem pretende definir como proletário apenas o revolucionário… O que tem “consciência”... É um projeto idealista de organização.

1095 - Ele propõe uma definição materialista dialética de proletariado. “O proletariado, como toda a classe social, não se define pela sua situação económica. Define-se pelo papel que desempenha na dinâmica social, na luta de classes. A noção de classe não deve portanto sugerir-nos uma imagem estática, mas uma imagem dinâmica.” (Ok, mas deixou de explicar a diferença para o “voluntarismo”)

1096 - Propõe que se pense dialeticamente a respeito: Contrariamente à oposição "classe em si/classe para si", o proletariado nunca é uma ou outra destas imagens puras, ideais, mas precisamente o processo contraditório e vivo que exclui praticamente toda a existência destes pólos ideais. (...) O proletariado "puramente" explorado é um mito da burguesia, o proletariado "puramente" revolucionário é um sonho idealista. (...) Os dualistas subtis tentam distinguir entre "operários" (económicos) e proletariado (revolucionário). (Só agora entendi o que ele quer criticar. Poderia ser mais claro antes)

1097 - As classes não existem à partida "em si" (por elas mesmas, definidas pela produção ou pela economia) e em seguida "lutando" (fazendo política). Existem somente enquanto forças orgânicas opostas e antagónicas. Definem-se portanto na prática do seu movimento de oposição e de luta inerente às relações de "produção" e aos interesses antagónicos que elas implicam.

1098 - É fazer uma dicotomia imbecil dizer que as lutas operárias não são revolucionárias.

1099 - Apresenta o seguinte credo de fé pra finalizar: O proletariado constitui-se em classe organizando-se em Partido. Sem Partido (e também programa, projecto social, etc) não se pode falar de proletariado.

1100 - (Texto bem pouco claro onde quer chegar)

 

Michael Löwy - A Filosofia da Historia em Walter Benjamim:

1101 - Afirma que, além do marxismo, Benjamin bebe no romantismo e messianismo judeu. Isso teria gerado intuições “anti-progressistas”. A revolução não é natural ou inevitável aqui. Porém, acredita que ela tem prazo de validade para acontecer. Era pessimista quanto ao futuro catastrófico. Parecia estar advinhando o que viria (II Guerra, câmaras de gás, Luftwaffe…) Cabia ao comunismo desarmar uma bomba relógio.

1102 - Queria construir, principalmente na fase mais madura, um materialismo histórico que tenha aniquilado (annihiliert) em si mesmo a idéia de progresso.

1103 - Vai buscar em Korsch uma suposta influência do romantismo também em Marx: Korsch diz o seguinte: ‘Assim, na teoria do movimento operário moderno, também, há uma parte da “desilusão” que, depois da grande Revolução francesa, foi proclamada pelos primeiros teóricos da contra-revolução e, em seguida, pelos românticos alemães e que, graças a Hegel, teve forte influência sobre Marx’”.

1104 - Como o historicismo alemão se identifica com as vitória da classe dominante, Benjamin propõe uma história dos vencidos, de Spartacus a Rosa.

1105 - Para Lowy, Habermas está errado ao dizer que Benjamin quer forçar um antievolucionismo no materialismo histórico de Marx. Defende que textos do barbudo levavam em conta também as regressões. Nem tudo era progresso. (Bom, aqui é polêmico, pois Marx não me pareceu enxergar o socialismo como um ponto que vem interromper o curso histórico natural para a catástrofe. O socialismo era meio que, de certa forma, uma decorrência do progresso. Porém, temo que essa discussão seja abstrata, ou seja, meramente sobre conceitos. O problema são as interpretações extensivas convenientes dos “dirigentes” da vida)

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