Marxistas - Textos Diversos LXXX
Peter Morgan - É Possível Derrotar o Capital
Global ou Não:
1297 - Hoje,
o gasto anual em propaganda nos EUA é calculado em 196,5 bilhões de dólares. O
texto é de 2000.
1298 - Indústria automobilística: Cada uma delas estava limitada a uma pequena
região geográfica. Em 1909 nos EUA só havia 274 companhias que fabricavam
pequenas quantidades de carros a um preço extremamente alto - principalmente
como joguetes para ricos. Hoje o quadro é diferente. As dez principais
corporações respondem por 76% da produção global (sendo que as cinco maiores
respondem por 50%). As rendas combinadas da General Motors e da Ford excedem o
Produto Nacional Bruto de toda a África sub-saariana.
1299 - Atualmente
duas corporações respondem por 80 % da produção global de café, quatro
corporações controlam 87% da indústria de tabaco do mundo, e duas corporações -
Boeing e Airbus – são responsáveis por 95% da produção de aeronaves civis.
1300 - Afirma que antes dos anos 80, a Mc só era
conhecida nos EUA.
1301 - As
200 maiores empresas do mundo controlam agora mais de um quarto da atividade
econômica mundial.
1302 - Afirma que as corporações multinacionais possuem 90% de toda as patentes de
tecnologia e produtos do mundo.
1303 - (Meu problema com esse texto é que ele
deveria citar as fontes… Mas as informações parecem verossímeis)
1304 - Fala brevemente de como a
internacionalização da produção de várias multinacionais teve ajuda aberta do
governo dos EUA.
1305 - Antes
da guerra 71 % da produção industrial mundial total estava concentrada em
apenas quatro países e quase 90 % em apenas 11 países. Afirma que, hoje
(2000), isso mudou “pero no mucho”. A maioria ainda continua no eixo
EUA-Alemanha-Japão.
1306 - Coloca que ainda existe protecionismo em
vários mercados e intervenções estatais para salvar grandes empresas - cita
vários exemplos. As “grandes demais para filar”. Cita o peso da Mitsubishi na
economia japonesa. Não podia falir (pagar pela desaceleração da economia).
1307 - Traz o fato de que corporações patrocinam
encontros da OMC e mesmo viagens internacionais de chefes de Estado.
1308 - Defende que embora o sistema sempre tenha sido internacional, e as empresas sempre
busquem os Estados mais lucrativos, isto não significa que sejam 'livres e
descompromissadas' para poderem abandonar os locais a qualquer momento, e nem
significa que sempre possam mudar para onde o trabalho seja mais barato. As
corporações ainda estão atadas indissoluvelmente aos 'seus' Estados nos quais
se apóiam. (Ora, parece-me que a mobilidade tem sido e tende a ser sempre
mais alta. Ademais, mera realocação de investimentos estrangeiros diretos para
países mais “amigáveis” podem fazer a diferença. Quem controla quem?)
1309 - Defende, ainda, que a empresa multinacional não terminou o seu vínculo com o Estado, mas
multiplicou o número de Estados aos quais está vinculada. (Ok, mas quem
controla quem?)
1310 - Acredita que, por tudo isso, os
trabalhadores de multinacionais têm enorme poder, podendo causar perdas de
bilhões em semanas parados.
PSTU Explica Queda da URSS:
1327 - Afirma que Stalin pretendia, com o
“socialismo num só país”, superar economicamente todas as potencias
capitalistas, prescindindo, portanto, da luta internacionalista. Seria a
resposta (errada) aos fracassos das lutas da década de 20 (Alemanha e etc.).
1328 - Nos anos 50/60 começou a dar errado e
vieram soluções que, segundo o texto, fracassaram: “Os primeiros passos foram dados pelas autoridades da RDA (Alemanha
Oriental) com o plano conhecido por “Novo Mecanismo Econômico”. Em cinco anos,
essa experiência se estendeu por todo o Leste europeu. Um dos pontos básicos
desse plano estava destinado a aumentar o intercâmbio com os países
capitalistas para beneficiar-se de sua tecnologia mais avançada.”
1329 - Ex-URSS: “Em relação ao crescimento econômico, entre 1971 e 1985 a taxa caíra
duas vezes e meia. Algo parecido ocorria em relação à produtividade. Em 1981 e
1982, a produtividade caía à razão de 1% ao ano”.
1330 - Dados meio esquisitos e sem fonte: “...a expectativa de vida, que em 1955 era de 67
anos e em 1972 de 70 anos, no começo dos anos 80 caiu para 60 anos”.
1331 - Perestroika: “O monopólio do comércio exterior, que era patrimônio do Estado acabou.
A propriedade privada dos meios de produção foi restabelecida de tal forma que
já em 1989 existiam mais de 200 mil cooperativas com 4,8 milhões de filiados, a
maioria dos quais eram, de fato, assalariados de empresas particulares”.
Com Boris viriam as privatizações. Em 1995, o percentual do setor privado na
economia era maior que na Itália, por exemplo. (The Economist)
1332 - As melhores terras russas só foram
vendidas em 2002, por Putin. 406 milhões de hectares.
1333 - “Atualmente, a Rússia é o país que tem
mais bilionários no mundo”. (2004)
1334 - A
difteria, que em 1990 afetava 0,8 em cada 100 mil habitantes, em 1993 passou a
afetar 4,6 pessoas. Isto ocorreu com outras doenças. O sarampo, por exemplo,
atingiu 30,0 pessoas em 1993 contra 12,4 em 1990; a tuberculose, 45,3 contra
34,2; a sífilis, 21,5 contra 4,5 e, inclusive, o câncer: 269,2 contra 164,5.
1335 - Trotsky,
em várias oportunidades, assinalou que era impossível que se passasse de um
Estado operário (ainda que burocratizado) a um Estado capitalista, sem passar
por uma contra-revolução sangrenta.
1336 - Trotsky falando do crescimento econômico
nas décadas de 20/30: “nos últimos três
anos, a produção de ferro dobrou. (...) Em 1925, a URSS ocupava o 11º lugar na
produção de energia; em 1935, ela está atrás somente de Alemanha e dos EUA.
(...) Na produção de tratores, ocupa o primeiro lugar no mundo. O mesmo
acontece com a produção de açúcar”. (Sem falar da corrida espacial que
viria mais tarde). Ele tinha declarações muito otimistas sobre a superioridade
do socialismo, mesmo degenerado.
1337 - A Rússia, ainda assim, estava atrás. Depois de quase vinte anos da revolução, em
1936, a URSS dispunha de 5km de ferrovias para cada 10 mil habitantes,
enquanto, na França, havia 15,2 e nos Estados Unidos, 33,1. No mesmo ano, a
URSS produziu 0,6 automóveis para cada mil habitantes, enquanto os EUA
produziram 23. … Trotsky destaca, especialmente, o consumo de papel por ser um
dos índices culturais mais importantes. Na URSS, em 1935, foram fabricados
menos de 4kg por habitante, enquanto nos EUA foram fabricados 34kg por
habitante e na Alemanha, 47kg.
1338 - Anos 60 em diante: o comércio desigual controlado pelo imperialismo trouxe um resultado
desastroso para as economias do Leste e, novamente, a burocracia apelou ao
capitalismo, agora em busca de empréstimo, conseguidos facilmente, deixando
estes estados presos a uma enorme dívida externa. A URSS, entre 1970 e 87,
multiplicou por 42 sua dívida.
1339 - Afirma que não há fracasso do socialismo,
e sim do socialismo em um só país. E mesmo este aguentou duas invasões
imperialistas assassinas, observa.
1340 - Interessante o velho otimismo dos
dirigentes: “O dirigente do Secretariado
Unificado da IV Internacional, Pierre Frank, dizia em 1977 que era impossível
que o imperialismo conseguisse restaurar o capitalismo na ex-URSS: “a
perspectiva de uma restauração do capitalismo na União Soviética está
descartada”, e, além do mais, afirmava que “na União Soviética já quase não
existem forças sociais ou políticas significativas a favor da restauração do
capitalismo”. Assim, o texto defende que foram os (lideranças, com algumas
exceções, como Nahuel Moreno) trotskistas dos anos 70 que erraram e não
Trotsky.
1341 - Por que Trotsky achava que a burocracia
teria que restaurar o capitalismo: Para
Trotsky, a burocracia precisava não só manter seus privilégios, mas perpetuá-los,
e, por isso, termina essa frase dizendo: “não basta ser diretor” (não basta ser
burocrata), “é necessário ser acionista” (é necessário ser burguês).
1342 - O ideólogo de Gorbachev defendia uma
economia de mercado. … a partir de
fevereiro de 1986, por intermédio de Gorbachev e seu pessoal, a burguesia
recuperou o poder na URSS. Cita diversas leis em 86 e 87 que teriam
restaurado quase tudo. (...) é preciso
entender que, apesar de na URSS não existir uma burguesia como classe, existia
um enorme setor parasitário (a burocracia), com um nível de vida similar ao da
burguesia e com íntimas relações com ela, que eram aspirantes a burgueses.
1343 - Apesar da ainda relevante presença
estatal, já haveria um Estado burguês. Por que ainda não era plenamente capitalista
(porém)? Coloca o seguinte: a economia continuava sendo centralmente
planificada, as empresas eram estatais e o comércio exterior continuava sendo
monopólio do Estado.
1344 - Compara a perestroika às quatro
modernizações na China (1978). Ambas seriam mera restauração do capitalismo - e
não concessão a la NEP.
1345 - Cita alguns dados não sei da onde, mas
parecem verossímeis. A NEP de Lenin e
Trotsky significou uma enorme concessão ao capitalismo. Para se ter uma idéia,
já no primeiro período da NEP, 38% de todos os meios de produção ficaram em
mãos privadas e, no campo, essa porcentagem chegou a 96%. O fundamental, para Lênin, era que os bancos,
o sistema de crédito, e o comércio exterior fossem monopólio do Estado.
1346 - Como considera que a burguesia retomou o
poder em 86, escreve que “Depois que a burguesia retomou o poder, as massas
foram às ruas e derrubaram seus agentes”. As democracias burguesas teriam
substituído esses agentes por mera falta de direção nas massas… Assim,
concluiu: ...eram ditaduras, nas quais os
trabalhadores não tinham qualquer liberdade, e agora são regimes
democrático-burgueses nos quais os trabalhadores conquistaram algumas
liberdades.
1347 - Stalin X Trotsky. Para que a Rússia chegasse ao socialismo necessitava alcançar e
ultrapassar as maiores potências imperialistas. Para Trotsky, isso era
impossível pela simples razão de que o mundo continuava sendo dominado pelo
imperialismo.
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