Marxistas - Textos Diversos LXXXIII - Problemas Para Uma Teoria Marxista na América (Pazello)
Ricardo Prestes Pazello - Problemas Para Uma
Teoria Marxista na América:
1380 - Começa tratando da influência marxista
sobre a literatura brasileira. Cita Oswald de Andrade, que tratou do
proletariado e “camarada Stálin” em um livro.
1381 - Coloca na conta dos marxistas
latinoamericanos os seguintes problemas: uma
renitente tentativa de aliança com as burguesias nacionais; uma aposta em um
setor minoritário do continente, o proletariado fabril; a não visualização da
heterogeneidade cultural e racial; a consideração de que a questão de índios e
negros seria um tema pré-capitalista, não concernente à visão modernizadora do
marxismo (aqui se faz a ressalva também de Mariátegui). (...)
1382 - Spilimbergo é um autor que defende a
questão nacional em Marx. Explica num trecho: … Marx tornava patente seu
entendimento de que “todas as classes
sociais da Inglaterra se beneficiam da colonização da Irlanda, amortecendo
assim seus conflitos internos”, propugnando pela irlandização do mundo, dando
vivas mostras de que, na interpretação de Spilimbergo, “cada vez mais,
revolução nacional e socialista se aproximam, até tornar-se aspectos de um
mesmo processo revolucionário combinado”. Seria o grande exemplo a rebater
a hipótese do Marx eurocêntrico.
1383 - A maioria dos PC’s latinoamericanos surgiu
entre 1918 e 1930. Época de Mariátegui, que se destacava por um pensamento mais
independente, fugindo à ortodoxia dos partidos citados. Em 1928 fundou o
Partido Socialista do Peru.
1384 - Mariátegui, além de considerar que os
marxismo tinha que aceitar o desafio de incorporar a luta indígena,
notabilizou-se por mais um (ou mais) traço: … Por fim, o otimismo militante, que crê na ação e vê pessimistamente a
inteligência. Acreditava que a “fé revolucionária” ajudava a passar à ação.
1385 - Che Guevara: “...propõe como tática a ação guerrilheira, por óbvio armada, pautada por
dois elementos: a necessidade de um exército popular que se oponha ao exército
contra-revolucionário; e o caráter continental da luta, conseqüência lógica do
internacionalismo marxista e da idéia de comunismo”.
1386 - Che possui um texto chamado “crítica da
via pacífica”: E a tática deveria ser a
da via armada e não “parlamento, legalidade, greve econômica legal,
reivindicações por aumento salarial, constituição burguesa, libertação de algum
herói popular”.
1387 - Necessidade de autocrítica: Por outro lado, ao fazer severa crítica ao
sectarismo, critica também o burocratismo e a corrupção pós-revolucionária:
“todos aqueles que falando de revolução violam a moral revolucionária, não são
apenas traidores potenciais da revolução mas também seus piores detratores”,
afinal “contra-revolucionário é aquele que luta contra a revolução, mas também
é aquele senhor que, valendo-se de sua influência, consegue uma casa, consegue
depois dois carros, viola o racionamento e obtém depois tudo o que o povo não
tem”.
1388 - Interpretando a filosofia de Dussel: “...assim como a economia não basta, não bastam
também a cultura, o direito e a psique.”. A mudança não pode ser num
“campo” só.
1389 - Para Dussel: “... Marx descobriu a essência da moral burguesa e fundou uma ética da
libertação do assalariado”.
1390 - Já em 1956: “Já no México alguns membros se proclamariam marxistas, como Raúl Castro
e Ernesto Guevara…”
1391 - Ricardo afirma que Allende subestimou a
necessidade de por armas nas mãos do povo e confiou demais no Exército para se
segurar no mandato. Teria ignorado as lições de Che.
1392 - Sandinistas: De acordo com Emir Sader, a revolução nicaragüense pode ser considerada
como um meio-termo entre Cuba e Chile, pois apesar de se ter derrubado a
ditadura na Nicarágua pela força, propôs-se um sistema democrático de poder,
com economia mista e não-alinhamento. Entraram vitoriosos em Manágua no ano
de 1979. Em 1990 perderiam a eleição para outro partido.
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