Marxistas - Textos Diversos LXXII - Stálin e Livro de Domenico Losurdo
(continuação...)
1158 - Mais economicismos de Stálin?: Entendia que a Polónia não deveria optar pela via da ditadura do proletariado. "Não é obrigada a isso, não é necessário". E, falando com dirigentes comunistas búlgaros, surpreendeu-os ao afirmar: "é possível realizar o socialismo de um modo novo, sem a ditadura do proletariado". E, quando mantinha ainda uma relação cordial com Tito, disse-lhe: "Nos nossos dias o socialismo é possível inclusive sob a monarquia inglesa".
1159 - Paralela ao terror, crescia a popularidade de Stálin e sua base social. Afinal, além do progresso econômico, "dezenas de milhares de stakanovistas tornaram-se directores de fábricas e uma análoga e rapidíssima mobilidade social ocorreu nas forças armadas".
1160 - Na URSS … a lei punia com rigor as violações rotineiras dos regulamentos (pelas autoridades do Gulag). O próprio Vichinsky, quando Procurador-Geral da União, denunciou publicamente as condições intoleráveis de alguns Gulag onde os homens eram tratados como "animais selvagens". (...) havia bibliotecas para os deportados, e a direcção promovia espectáculos, concertos e conferencias e que os prisioneiros em muitos Gulag estavam autorizados a publicar jornais murais. (Não como muito esse “reggae” de que os Gulags não eram tão maus assim, até porque essa é a história da burguesia sempre que acusada pelo seu passado, exortar as exceções):
1161 - Cita uma série de atrocidades "ocidentais" - como o linchamento de negros - ainda rotineiros nos países ocidentais. E a própria crueldade com os prisioneiros alemães. Sem falar do colonialismo e imperialismo.
1162 - Antissemitismo? A URSS foi aliás o primeiro país a reconhecer o Estado de Israel e advogou a favor deles na ONU, afirma. Ademais, vários judeus ocupavam posição de destaque na URSS. Hitler dizia que Stalin era um judeu, não pelo sangue mas pelo espírito.
1163 - Porém, as coisas mudaram após a visita de Golda Meier a Moscovo. (...) iniciaram contactos secretos com a comunidade hebraica da URSS com o objectivo de estimular a emigração para Israel dos judeus soviéticos. A perseguição veio. O livro discute se algumas execuções foram “justas” ou não. O diplomata britânico Sir Joe Gascoigne admitiu na época que os médicos do Kremlin eram "culpados de traição". (Faltou detalhar mais as coisas aqui)
1164 - Losurdo critica que as crueldades soviéticas sejam sempre criticadas e exibidas em filmes e escritos ocidentais enquanto estes fecham os olhos para os exemplos inversos: bombardeamento de cidades alemãs sem fins militares; a morte por fome e maus-tratos de dois dos três milhões de prisioneiros soviéticos capturados pelos alemães na Frente Leste; A chacina pelos britânicos de milhares de mulheres e crianças no campo de concentração de Kamiti, no Quénia, após a rebelião dos Mau Mau; A execução na Sicília por ordem do general Patton de soldados italianos que se tinham rendido ao exército americano; O genocídio nas Filipinas no começo do século XX durante a revolta contra a ocupação norte-americana; O extermínio total da população aborígene da Tasmânia. A recusa de fazer prisioneiros muçulmanos durante a campanha do Sudão no final do século XIX na qual Churchill participou como oficial de cavalaria; A execução em Taejon em Julho de 1950 de 1700 coreanos que antes do fuzilamento foram obrigados a escavar a fossa onde foram sepultados; A ordem de Nixon no inicio dos anos 70 para que fossem lançadas nas áreas rurais do Camboja mais bombas de quantas haviam explodido nas cidades japonesas durante toda a segunda guerra mundial.
1165 - Churchill declarou em 1933 que via "o génio romano personalizado em Mussolini, o maior legislador vivo, que mostrou a muitas nações como se pode resistir a chegar ao socialismo"… Quatro anos depois, em 1937, escreveu que Hitler era um político "extremamente competente", com um "sorriso que desarmava" e um "subtil magnetismo pessoal". Lloyd George, o ex Primeiro-ministro liberal, foi ainda mais apologético ao definir o führer como "um grande homem".
1166 - Roosevelt, já muito doente, não escondeu a impressão positiva que na Conferencia de Teerão lhe causara a personalidade de Stalin, definindo-o como um estadista de grande talento e cultura. Na correspondência de Churchill hoje publicada são numerosas as referencias altamente elogiosas a Stalin.
1167 - Diz que Arendt mente intencionalmente no “Origens…”. Não explica.
.
Comentários
Postar um comentário