Marxistas - Textos Diversos LXXIX - Teses Sobre o Socialismo (PC Grego)
(continuação...)
1281 - Apresenta um programa de estatização dos setores estratégicos (e não apenas eles?) com objetivo também de criar uma economia autossuficiente, reduzindo a dependência de comércio externo e transacções com economias capitalistas nestes sectores cruciais. (Como vai conseguir fazer isso de forma eficiente, já que não se utilizará dos bens produzidos pelas indústrias de maior produtividade - países de capitalismo avançado -, não explica ou não considerou importante explicar… o que é pior)
1282 - Aceitará cooperativas organizadas na pequena produção agrícola. O Estado cuidará da distribuição e terá grandes empresas agrícolas.
1283 - A investigação científica será estatal. Os novos avanços da tecnologia e da ciência serão usados a fim de reduzir o tempo de trabalho, o aumento de tempo livre que pode ser utilizado para elevação do nível de educação e cultura dos trabalhadores, para a real aptidão dos trabalhadores participarem no controlo da gestão e nas instituições do poder estatal.
1284 - Serviços sociais estatais serão ampliados ao máximo.
1285 - Pretende fazer desaparecer, desde já, boa parte do dinheiro-mercadoria. Em algum tempo, já não haverá qualquer moeda circulante. A regulação da função do dinheiro, como meio de circulação de mercadorias será limitada à troca entre produção socialista e a produção das cooperativas agrícolas, em geral a produção de certos bens de consumo, até ao desaparecimento final da produção de mercadoria.
1286 - (A parte sobre salários é bem mal explicada, a meu ver)
1287 - Prevê um sistema político que tem a unidade de produção como base da representação e pretende o permanente controle dos “de cima” pelos “de baixo”, seja na fábrica ou fora dela (revogabilidade dos eleitos, por exemplo, e espécies de ouvidorias para coibir abusos de burocratas). A composição da “classe política” deve ser proletária, ao que entendi.
1288 - Prevê novo sistema de leis. (Leis revolucionárias…)
1289 - Afirma que o capitalismo de certa forma começava a surgir já no século XIV, no qual as cidades prósperas do norte italiano observaram o surgimento do trabalho assalariado. Um acontecimento característico refere-se ao levantamento de 4.000 trabalhadores das manufacturas têxteis em Florença em 1343. (...) Contudo, por várias razões, elas não puderam passar a um nível superior de desenvolvimento e tornar-se dominantes, o que teve como resultado o regresso a relações feudais. (...) Um indicador do retrocesso das relações capitalistas é o seguinte facto: enquanto no século XIII a servidão tinha sido abolida ou mitigada, verificou-se um regresso a ela na segunda metade do século XV.
1290 - Rússia pré-revolução: A classe trabalhadora era aproximadamente 20% da população total (conforme a fonte situava-se entre 17% e 19,5%). Os pequenos produtores de mercadorias (camponeses, artesãos, etc.) perfaziam 66,7% e as classes exploradores 16,3%, dos quais 12,3% eram kulaks. (...) Em 1913 o Produto Nacional Bruto per capita era 11,5% do dos EUA. Aproximadamente 2/3 da população era iletrada.
1291 - Faltou citar o ano, mas enfim… Certas fontes estimam em 21.600 o número de sovkhozes existentes, com 12 milhões de trabalhadores (26.400 kolkhozes com 13 milhões de trabalhadores).
1292 - Bukharin queria a continuação da NEP e seu “capitalismo no campo” como fase transitória. É o que afirma o texto, mas sem citar fonte. (Toda forma, já ouvi falar)
1293 - Para defender o acerto dos julgamentos de Stálin usam sempre o memorando secreto de Joseph Daves, que fala inclusive da concordância dos diplomatas de outros países, para os EUA dizendo acreditar que realmente houve conspiração grave de Bukharin.
1294 - Quarto plano: Apesar dos êxitos conseguidos com o cumprimento do 4.º plano quinquenal (1946-1950), a liderança do PCUS notou os seguintes problemas durante esse período: ritmos lentos na introdução de novos avanços científicos e tecnológicos numa série de ramos da indústria e de produção agrícola. Fábricas com velho equipamento técnico e baixa produtividade, produção de máquinas-ferramentas de tecnologia obsoleta. Fenómenos de abrandamento, rotina, inércia na gestão de fábricas, indiferença em relação à introdução do progresso técnico como estímulo constante para o desenvolvimento das forças produtivas. Atraso na recuperação da produção agrícola, baixa produtividade por hectare na cultura de trigo, baixa produtividade da produção de gado, cuja produção total não tinha sequer atingido níveis de antes da guerra, com o resultado de escassez de carne, leite, manteiga, frutos e vegetais que afectava o objectivo geral do aumento do nível de prosperidade social.
1295 - Afirma que as reformas soviéticas de 65 foram saudadas pelo Economist e FT como um regresso ao capitalismo e entusiasmaram os keynesianos. (Faltou a fonte).
1296 - Por que transformaram o “lucro” como critérios dos “bônus” aos diretores de empresa? Porque, no sistema anterior, directores ocultavam a real capacidade produtora das empresas, acumulavam reservas de matérias-primas e mercadorias e não se interessavam pela interrupção da produção de “bens inúteis”. Bloqueavam a aplicação de nova tecnologia para não alterarem as “normas”, isto é, os índices de produção social que serviam para medir o cumprimento do plano.
.
Comentários
Postar um comentário