Manolo - Extrema-Esquerda e Desenvolvimentismo - Parte V
(continuação...)
635 - Manolo defende que o Estado Novo, construído sobre as bases institucionais criadas entre 1930 e 1937, foi um verdadeiro Estado fascista. Basta ver diversas características do período: uso intensivo da propaganda, mobilização de massas em eventos espetaculares, organização corporativista da economia (ou um grande ensaio geral neste sentido), submissão dos sindicatos ao Estado, repressão violenta e assassina às organizações e militantes de esquerda, instituição dos órgãos de Estado necessários a um planejamento econômico mais cerrado…
636 - Em 1942 Vargas se afastou da ala fascista, demitindo Francisco Campos e Filinto Muller. Ganhou o grupo de Osvaldo Aranha, favorável ao alinhamento com os “Aliados”.
637 - Além do congelamento do salário mínimo e ataque aos sindicatos e partidos de esquerda, a “democratização” de Gaspar Dutra violava direitos básicos. “Apesar de a Constituição de 1946 garantir o direito à greve, o Decreto 9.070, de 15 de março de 1946, impôs tantas condições a seu exercício que o impediu na prática.
638 - … “de 1948 a 1950 entre 200 mil a 250 mil trabalhadores participaram, por ano, de movimentos grevistas que, nas condições do Decreto 9.070, eram prontamente lançados à ilegalidade e tratados pela polícia a tiro e bomba. Sem levar em conta sua “legalidade” ou “ilegalidade”, grande parte das greves até o início da década de 1950 eram ditas “selvagens”, iniciadas pelas “comissões de fábrica”, sem participação dos dirigentes sindicais.”
639 - Vargas não foi um “populista econômico” no segundo mandato, inclusive o aumento do salário mínimo só foi ao final do seu interrompido governo. Não sem motivo, entre 1951 a 1954 o número de trabalhadores em greve aumentou de 360 mil para 1 milhão e 600 mil por ano; o número de horas perdidas em consequência de greves aumentou de 23 milhões em 1952 para 100 milhões em 1953 – indicando não apenas um aumento no número de grevistas, mas um aumento na duração das greves.
640 - O governo provisório vendo que, desde Vargas, já se estava tendo dificuldades para continuar a política de financiamento da industrialização através de excedentes cambiais gerados pela agroexportação (em especial, o café), foi buscar novas medidas: “A Instrução 113 da Superintendência da Moeda e Crédito (SUMOC), de 17 de janeiro de 1955, ao permitir investimentos estrangeiros diretos sem cobertura cambial, abriu aos investidores estrangeiros as portas para a importação de maquinário industrial, segundo uma classificação dada pelo próprio governo.”
641 - Com JK, esse novo incentivo funcionou a todo vapor. OS IED’s.
642 - A Lei Orgânica de Previdência Social e certas recomposições salariais fizeram com que o governo JK não passasse por perturbações populares significativas.
643 - De onde veio Jânio (discurso unicamente de combate à corrupção)?: uma dissidência do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) (o PTN organizado por Hugo Borghi), de uma dissidência da UDN (o PR criado por Artur Bernardes), de um partido gaúcho (o PL de Raul Pilla) e da própria UDN.
644 - Os salários dos trabalhadores industriais conseguiu razoável ganho real nos primeiros anos da década de 60. Talvez isso explique aquele momento e o apoio que Jango conseguia.
645 - As greves cresciam porém. Os militares estavam aturando tudo isso até que a insubordinação chegou às suas fileiras - marinheiros no Rio e sargentos de Brasília.
(continua...)
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