Fatos e Dados (Brasil) - Parte XI

 

IPEA - Gráficos do 'Trabalho e Tempo Livre':

961 - Pesquisa domiciliar, com 3.796 entrevistados em áreas urbanas, com pelo menos 18 anos de idade e com ao menos um trabalho remunerado.

962 - Tem um gráfico interessante - 1992, 2001 e 2009 - sobre horas habitualmente trabalhadas por semana. 41% e 40% diziam trabalhar mais que 44 hrs. Em 2009, isso cai pra 31,8%. Porém, 45% destes admitem permanecer ligados ao trabalho no “tempo livre” - fica de prontidão; planeja atividades na internet/celular; procura aprender coisas sobre o trabalho; exerce outro trabalho remunerado.

963 - 39,5% acham que o tempo dedicado ao trabalho compromete a qualidade de vida.

964 - 42% disse que encara positivamente o trabalho extra, afinal, está fazendo o que gosta… (Fico me perguntando se isso não é medo do pesquisador revelar o nome da pessoa pra alguma empresa.). 36% se conforma porque é o jeito, mas encara negativamente. 5% fica triste e 7% se revolta. 9% disse ser indiferente por nunca ter o que fazer quando está de folga.

965 - Se aprovada nova lei reduzindo a jornada de trabalho, 36,2% afirmaram que não faria diferença - não cumprem jornada regular de trabalho. Pra quem faria diferença, 24% disseram que usariam para a casa e família; 12% para descansar e 12% para estudar...

 

IPEA - Trabalho e Tempo Livre:

966 - Resume os dados coletados.

967 - Uma dúvida minha é tirada nesse texto. Também os autônomos apresentam o mesmo percentual de declarações de que trabalha mais que 44 horas - 30% a 34%. Porém… “ao comparar os trabalhadores subordinados (assalariados, i.e.) e os autônomos (por conta própria e pequenos empregadores, i.e.), constata-se que os primeiros têm uma chance 1,6 vezes maior de efetivamente conseguir se afastar do trabalho, após o horário de término de sua jornada diária.”

968 - Diferenças setoriais: “O comércio, a construção e os serviços de transporte/comunicação continuam com proporções expressivas trabalhando 45 horas ou mais por semana, ao passo que os serviços sociais e a administração pública permanecem com proporções bem menores. Mas, para todos os setores, entre 1992 e 2009, há redução da jornada que excede os limites definidos na Constituição.”

969 - Até o empregador - que geralmente sempre diz que trabalha mais que 44 horas - diminuiu de 65 e 62% para 54%.

970 - Menos de um terço dos entrevistados (29,7%) consegue assumir outros compromissos regulares, para além de seu trabalho remunerado. Entre os que conseguem assumir, destacam-se as atividades de devoção religiosa (7,1%), de realização de estudos (5,9%) e de treinamento esportivo (5,9%). Ademais, 6,2% dos entrevistados afirmam ter compromissos com outro trabalho remunerado, ao passo que 2,5% dizem desenvolver trabalho voluntário (fora de seus domicílios). Em termos de tempo dedicado a essas atividades, os entrevistados que conseguem desenvolvê-las destinam 10,7 horas semanais em média (sendo que a mediana corresponde a 7 horas semanais). Pessoas com maior renda e maior escolaridade conseguem, porém, puxar a média da porcentagem pra cima.

971 - Quanto a encarar negativamente ou positivamente o uso do tempo livre - e aqui cabe resgatar o que eu anotei em “964” -, há uma diferença importante. Ao comparar os trabalhadores subordinados e os autônomos, nota-se que os primeiros têm uma chance 2,1 vezes maior de reagir contra esse uso do tempo livre.

 

IPEA - Tempo de Trabalho Invade Tempo Livre das Pessoas:

972 - Nenhuma novidade em relação aos anteriores. É a notícia do estudo.

 

Passa Palavra (PP) - A Brigada Governista Nas Redes Sociais:

973 - Críticas meio óbvias ao meu ver. Os comentários também são enfadonhos, discutindo se os blogs recebem apoio financeiro do governo ou não. E, recebendo, se isso inviabiliza o jornalismo independente.

974 - O blogueiro autoproclamado progressista Paulo Henrique Amorim, recebeu da Caixa Econômica Federal R$ 833,28 mil reais em patrocínios para sua página eletrônica. O valor foi informado ao Blog do Pannunzio pela Assessoria de Imprensa da CEF e se refere a 20 meses de veiculação de banners em 2011 e 2012. (...) O valor mensal dos patrocínios arrecadados é equivalente ao que o Conversa Afiada recebeu dos Correios — R$ 40 mil mensais pela veiculação de uma campanha do Sedex entre outubro de 2011 e fevereiro deste ano.

 

Leonardo Sakamoto - Para Que Traduzir Se a Gente Pode Complicar:

975 - Sakamoto comenta as críticas dos empresários às mudanças na velocidade do licenciamento ambiental. “A necessidade de que os impactos previstos estejam em linguagem acessível aos indígenas não é novidade. É demanda da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos ao governo brasileiro, que não está sendo cumprida, no caso da construção da usina de Belo Monte, por exemplo.”

 

Raquel Rolnik - Eu Sou Você Amanhã, A Experiência Chilena e o MCMV:

976 - O modelo de política habitacional adotado pelo Chile é quase igual à fórmula do programa "Minha Casa, Minha Vida": subsídios públicos individuais permitem às famílias de menor renda comprar no mercado produtos ofertados por construtoras privadas.

977 - Afirma que se criou uma periferia homogênea de construções pessimas e qualidade urbanística idem. Que conjuntos habitacionais inteiros foram demolidos por sua inviabilidade, já que só se levavam em conta as necessidades do mercado ao decidir onde, quando e como construir.

978 - Como o texto é curto - uma página - não desenvolve muito.

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