Fatos e Dados (Brasil) - Parte X
Passa Palavra (PP) - Entre Símbolos e Ações Simbólicas, Os Indignados e As Acampadas (Avaliação):
945 - Diferencia os mais diversos contextos. Cita que os acampamentos europeus são compostos também por trabalhadores que estão sofrendo as consequências dos cortes estatais e políticas recessivas.
946 - Artigo sem novidades para quem já leu os relatos anteriores do PP (como o de Manolo sobre Salvador). Basicamente, falta qualquer trabalho de base com o mundo real, digamos.
947 - Um comentador traz a notícia de que no Egito as ocupações de praça foram apenas a “cereja do bolo”. Quem derrubou o governo foi o movimento operário recebendo a solidariedade de estudantes, torcidas organizadas (na linha de frente do combate contra a polícia) e etc. A mídia, claro, focou na cereja.
Estado e Movimentos Sociais (PP):
948 - Artigo de fevereiro de 2012. Stédile fazendo análise de conjuntura no mínimo complicada em 2011/12: "Setores da classe trabalhadora, como por exemplo a Força Sindical, que não apoiavam o Lula, agora estão apoiando Dilma. Movimentos religiosos não apoiavam Lula, mas agora apoiam Dilma. Essas forças populares, no atual governo, são maiores, mais amplas".
949 - Defende que a classe dominante gosta de partidos de esquerda com ramificação na classe trabalhadora. Assim é mais fácil de passar as medidas necessárias ao desenvolvimento do capitalismo. Precisam apelar menos para a repressão.
950 - O governo passa a mediar uma espécie de pacto pelo crescimento do capitalismo onde todos ganham em curto prazo… “Os sindicatos atrelados aos governos cumprem aqui uma função muito importante porque podem lançar movimentos e greves e, depois, apresentar como conquistas parciais precisamente aquelas medidas que os governantes e os empresários tinham a intenção de promulgar.”
951 - O imposto sindical e gestão de fundos de pensão transformou os sindicatos em gestores/investidores capitalistas.
952 - Gilberto Carvalho nisso tudo: esteve presente nos debates da votação do salário mínimo, nos incidentes da rebelião de Jirau, serviu como parachoque no debate de Belo Monte, reuniu-se exaustivamente com os sindicalistas, recebeu comissões e movimentos de todos os tipos e serviu, por um lado, de “ponte” das demandas dos movimentos sociais junto ao executivo e, por outro, de porta-voz das posições do governo.
953 - Segundo Luiz Dulci, o país estaria vivendo uma democracia participativa: “Políticas de desenvolvimento, de geração de emprego e renda, de inclusão social, saúde, educação, meio ambiente, juventude, segurança pública, direito das mulheres, igualdade racial, democratização da cultura, entre tantas outras, foram discutidas em 63 conferências nacionais que mobilizaram diretamente, em suas várias etapas, mais de 4,5 milhões de pessoas em cerca de 5.000 municípios brasileiros — e são permanentemente fiscalizadas e avaliadas pelos conselhos de participação social hoje existentes em todos os ministérios”.
954 - Para o PP, isso é justamente cooptação. “As cacetadas da polícia são a expressão visível da política, assinalando para onde os trabalhadores estão proibidos de ir. Os caminhos abertos aos trabalhadores são os outros, assinalados pelos elos cada vez mais estreitos que unem os movimentos sociais e a área governamental.”
955 - Termina com as denúncias de que Wagner estaria incentivando acordos entre MST baiano e Fibria e outras empresas de monocultura e destruição ambiental (não usam esse último argumento, porém)
956 - Um comentador ressalta as contradições em ser aliado e protestar contra o governo. Enquanto a CUT protesta contra a privatização dos aeroportos, ela administra (parcialmente... tem assento…) bilhões nos fundos de pensão que participaram de consórcio para adquirir essas aeroportos.
957 - O comentador Rafael cita como exemplo de alternativa à esquerda governista o MCP - Movimento das Comunidades Populares, que estaria fazendo trabalho de base sem receber um tostão do governo. Alfineta: “É uma pena que eles não tenham um site na internet (forma de comunicação que no âmbito das esquerdas às vezes mascara a falta de trabalho de base com “marchas” de ocasião, comunicados de solidariedade sem lastro real e campanhas nacionais que só encontram eco nas estruturas burocratizadas)”.
958 - Para JB (mais um comentador) este é o problema: “O desenvolvimento e a consolidação das novas relações sociais colectivistas e solidárias foi secundarizado. Pior ainda. Começou a ser substituído pelas místicas. O simbólico substituiu-se ao real. A democracia directa converteu-se num formalismo em que as mesmas pessoas se eternizam nos mesmos cargos e criaram-se as hierarquias de especialistas de negociação. E assim como os sindicatos usam as greves como uma encenação para apoiar as conversações com o patronato, também os movimentos sociais começaram a usar os acampamentos, as ocupações e as marchas como uma encenação destinada a apoiar as conversações com os organismos governamentais ou as instituições financeiras ou, mais recentemente, com as empresas privadas.” Resumindo… Tudo se trata agora de quem consegue mais verbas e não de “quem mais cria novas formas de viver”.
959 - Um comentador saudosista posta: “Saudosos tempos do início do século XX quando o sindicalismo revolucionário classista e combativo estimulava a solidariedade entre as categorias e as greves gerais eram o motor das lutas dos trabalhadores.”
960 - Caribé - acho que é ele - coloca que a culpa da situação atual não pode ser creditada especialmente ao MST. Os assentamentos foram feitos para não dar certo. Lugares inóspitos; pouca tecnologia; falta de estratégia gerencial e de pesquisa de mercado consumidor… Tudo isso os impedia de se comportarem como empresas capitalistas e menos ainda de representarem alguma inovação produtiva em moldes solidários.
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