Marxistas - Textos Diversos XCIX - A Comuna de Paris e a Teoria da Revolução em Marx (Arcary)
Valério Arcary - A Comuna de Paris e a
Teoria da Revolução em Marx:
1647 - Marx em 1850: "Mas essas reivindicações não podem
satisfazer de nenhum modo ao partido do proletariado. Enquanto os pequenos
burgueses democratas querem concluir a revolução o mais rapidamente
possível,(...) os nossos interesses e as nossas tarefas consistem em tornar a
revolução permanente até que seja eliminada a dominação das classes mais ou
menos possuidoras, até que o proletariado conquiste o Poder do Estado, até que
a associação dos proletários se desenvolva, não só em um país, mas em todos os
países predominantes do mundo, em proporções tais que cesse a competição entre
os proletários desses países, e até que pelo menos as forças produtivas decisivas
estejam concentradas nas mãos do proletariado. Para nós, não se trata de
reformar a propriedade privada, mas de aboli-la; não se trata de atenuar os
antagonismos de classe, mas de abolir as classes; não se trata de melhorar a
sociedade existente, mas de estabelecer uma nova.”
1648 - Arcary vê um etapismo com
ressalvas em Marx, pois este admitia a possibilidade de abreviação entre as
etapas e também a possibilidade de a pequena burguesia substituir a covardia da
grande.
1649 - As transições não revolucionárias foram a forma política de um pacto
anti-operário e anti-popular das classes proprietárias burguesas e
aristocráticas, unidas, apesar dos seus conflitos, pelo temor à revolução.
1650 - Introdução de 1985 - Engels
admitindo erros: "A história nos
desmentiu, bem como a todos que pensavam de maneira análoga. Ela demonstrou
claramente que o estado de desenvolvimento econômico no continente ainda estava
muito longe do amadurecimento necessário para a supressão da produção
capitalista; demonstrou-o pela revolução econômica que, a partir de 1848,
apoderou-se de todo o continente (...)tornando a Alemanha um país industrial de
primeira ordem, tudo isso em bases capitalistas, o que significa que essas
bases tinham ainda, em 1848, grande capacidade de expansão.(...)."
1651 - Afirma que, para Marx, o núcleo
duro da contrarrevolução era o absolutismo da Rússia dos czares.
1652 - Neste artigo de Engels, sobre o balanço de junho de 48, a primeira
revolução operária da História, o tema é retomado. Engels se detém em uma
comparação entre as duas revoluções, fevereiro e junho, a ruptura da
"unanimidade" frentista, as diferenças sociais entre as duas vagas, o
aprofundamento da disposição de luta. A sugestão se revelou na verdade
premonitória. A Comuna também conheceu as suas duas vagas: a primeira
republicana, na seqüência da derrota de Napoleão III, e a segunda, operária e
socialista, depois da resistência da Guarda Nacional a entregar os canhões de
Montmartre.
1653 - Traz um trecho de Engels
claramente empolgado com o SPD, afirmando que as eleições (a atuação legal do
partido) agora, naquele espaço e tempo, era mais temidas que as barricadas (a
atuação ilegal do partido). Poderia ser, assim, a melhor tática para aquele
contexto.
1654 - Aponta quatro conclusões de
Engels, entre elas: “...que a conquista
da democracia repousaria agora nas mãos do proletariado, superando a hipótese
de 48 das duas revoluções, ainda que naquelas circunstâncias pensadas como um
processo ininterrupto de revolução em permanência; (c) que a nova hipótese
estratégica exigiria a capacidade dos partidos de utilizar os espaços de
legalidade, por reduzidos que fossem, para acumular forças, estimular a
auto-organização e elevar o nível de atividade, confiança e consciência de
classe, mas também evitar, em particular na Alemanha, um confronto precipitado;
(d) que a luta pelo poder deveria ser buscada no melhor momento e, se possível,
em condições de legítima defesa, em resposta defensiva à iniciativa contra
revolucionária do regime que seria incapaz de conviver de forma perene com um
forte movimento operário na legalidade.
1655 - Por fim, vincula as revoluções (na
crise) e contra revoluções (na recuperação) aos ciclos econômicos. Ou pelo
menos a possibilidade de revoluções.
1656 - Texto prejudicado por eu não saber
língua estrangeiro e por eu ter ficado refém das interpretações de Arcary sobre
os trechos. Precisaria ler mais as fontes.
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