Marxistas - Textos Diversos C - A Polêmica Sobre a Ausência de Proletariado e a Estratégia (Arcary)

 

Valerio Arcary - A Polêmica Sobre a Ausência de Proletariado e a Estratégia:

1657 - Afirma que a falta de lideranças proletárias, no Fórum Social Mundial, de um país que viveu nos anos 80 um ascenso operário é sintomático. Intelectuais e ditos socialistas parecem crer que o operariado foi “assimilado” pela sociedade de consumo, afirma Arcary. Depois de 68, também houve isso. Os revolucionários seriam os jovens e estudantes. Ou mesmo funcionários altamente especializados. Ou massas camponesas pobres.

1658 - A interpretação que dá à passagem ao capitalismo um caráter de transição suave (advinda da coexistência de práticas mercantis e capitalistas no período pós-feudal) ignora, para o autor, as seguintes revoluções: a revolução nacional dos Países Baixos contra a Espanha no séc.XVI, a revolução do parlamento contra os Stuarts na Inglaterra do XVII e a revolução francesa no XVIII.

1659 - Bem interessante esta parte histórica aqui: A extensão e generalização das relações mercantis, impulsionada pelo saque do ouro e da prata americana e pela escravização africana, permitiram à burguesia desenvolver o capitalismo nas entranhas da sociedade feudal muito antes da conquista do poder político. A burguesia conquistou posições econômicas nos burgos, acumulou riqueza e até uma certa autonomia política nas cidades em formação, incentivou a fundação de universidades, gerou cultura, moral e ideologia, o que permitiu uma identidade, consciência e organização de classe muito antes de ter afirmado sua hegemonia política no Estado. Ainda assim, mesmo considerada esta capacidade incontestavelmente superior de construir forças subjetivas em um lento processo de longa duração, a transição burguesa foi recheada de períodos de estagnação, intervalos  acidentais, recuos transitórios. Por isso dizemos que foi semi-catastrófica e semi-revolucionária.

1660 - Afirma que Marx esperava que a revolução política - conquista do Estado - se desse na frente da revolução social e econômica. Que isso era uma das coisas que diferenciava Marx de Proudhon. Afirma inclusive que Lênin e Trotsky eram inicialmente contrários à aceleração das expropriações, como queria Bukharin, só tendo mudado de ideia pela necessidade de centralização de esforços exigida pelo “comunismo de guerra”.

(continua...)

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