Marxistas - Textos Diversos CIV (Zizek)

 

Zizek - A Hipótese Comunista:

1730 – Sobre o “dito necessário” recuo de Lênin após o arraso da Rússia pela guerra civil, Zizek explica nas palavras de Kierkegaard: um processo revolucionário não é um progresso gradual, mas um movimento repetitivo, um movimento de repetir o começo e voltar a repeti-lo muitas vezes. Era necessário voltar tudo mesmo, afirma.

1731 – O comunismo não é uma ideia, mas um movimento que reage a contradições reais.

1732 – Não achei o texto muito interessante.

 

Zizek - Bem-Vindo ao Deserto do Real - p. 86-89:

1733 - Também não achei muita coisa.

 

Zizek - Luta de Classes na Psicanálise:

1734 – O inconsciente junguiano não é mais aquele dos impulsos sexuais reprimidos, mas o da libido dessexuada, dos poderes espirituais que ultrapassam o ego consciente. Para os junguianos, Freud permanece no nível do naturalismo biológico-sexual vulgar, ao passo que Jung reconciliaria o inconsciente com a espiritualidade "mais profunda".

1735 – O inconsciente junguiano é um grande sistema de raízes. A verdadeira vida está invisível. “O que enxergamos é a flor, que é passageira”. É idealismo versus materialismo (Freud).

1736 – Trechos que achei interessantes: Por exemplo, quando eu me apaixono profundamente, realmente, parece que "toda a minha vida anterior foi apenas uma preparação para o momento mágico em que conheci você" - e o objetivo da interpretação freudiana é justamente "desconstruir" essa ilusão retroativa, trazendo à tona as características simbólicas contingentes em razão das quais eu me apaixonei.

Formando um contraste claro com Freud, a reinscrição junguiana da psicanálise dentro dos limites da sabedoria pré-moderna envolve a ressubstancialização maciça da sexualidade: o masculino e o feminino são postulados como os dois aspectos complementares da psique humana, cujo equilíbrio precisa ser mantido (cada homem precisa redescobrir o aspecto feminino de sua psique e vice-versa).

1737 – Antimodernismo new age: Ou seja, como nossa energia psíquica faz parte da energia do próprio universo, que, em segredo, determina o rumo das coisas, os encontros contingentes externos sempre portam uma mensagem endereçada a nós, a nossa situação concreta. Eles ocorrem como resposta a nossas necessidades e perguntas (por exemplo, se determinado problema está me preocupando e algo inesperado acontece -um amigo que eu não via há muito tempo me faz uma visita, alguma coisa dá errado em meu trabalho, por exemplo-, esse acidente com certeza contém uma mensagem referente a meu problema).

1738 – Muito interessante (pra quem assistiu ou leu “Solaris”): O problema com Tarkóvski é que fica claro que ele próprio opta pela leitura junguiana, segundo a qual a jornada externa do herói é apenas a externalização e/ou projeção da jornada iniciática interna rumo às profundezas de sua psique. Formando um contraste claro com isso, o livro de Lem focaliza a presença inerte e externa do planeta Solaris, dessa "Coisa que pensa" (usando a expressão de Kant, que cabe perfeitamente aqui): o xis do livro é justamente que Solaris permanece um Outro impenetrável, sem nenhuma comunicação possível conosco. É verdade que ele nos remete a nossas fantasias mais profundas e negadas, mas a questão subjacente a esse ato permanece totalmente impenetrável: por que ele o faz? Como resposta puramente mecânica? Para brincar conosco de maneira demoníaca? Para nos ajudar -ou forçar- a confrontar nossa verdade negada?

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