Marxistas - Textos Diversos LXXXVI

 

Rodrigo Santaella - Mudança (...) Na Teoria Marxista da Política (e Réplicas de João Bernardo) (PP):

1432 - O que o texto buscou combater: “Pensadores como John Holloway, Toni Negri, Immanuel Wallerstein, apesar de afirmarem manter-se dentro de uma perspectiva de superação do capitalismo e de terem inúmeras diferenças entre si, concordam com a idéia de que tomar o poder político não é mais condição fundamental para a mudança radical da ordem social.” Wallerstein chega a dizer que a revolução não é mais um conceito viável, afirma Rodrigo.

1433 - Articulação de fendas criadas “aqui e agora” que tendem a se articular e se expandir. Seria a proposta de Holloway.

1434 - Aprofunda, fazendo o seguinte resumo das ideias de Holloway: A partir da constatação de que todos teriam algo de anticapitalista, o autor argumenta que não é necessário buscar a unidade nas lutas contra o sistema. É preciso simplesmente articular a criação de fendas no sistema, mas estas são produzidas necessariamente a partir das realidades locais e individuais. A luta fundamental do sistema passa a ser, portanto, a luta contra o trabalho, contra essa forma de viver, não mais a luta entre capital e trabalho. E se a luta fundamental é contra a fetichização que produz o sistema capitalista, e não contra o modo de produção, a desigualdade material e a dominação real de uma parte minoritária da sociedade – a burguesia – sobre as outras, tomar o poder não é realmente necessário.

1435 - Hardt e Negri, por sua vez, apostam no poder da “multidão”.

1436 - Wallerstein seria fã da tática de sobrecarregar o Estado.

1437 - Afirma que os marxistas perceberam que “o Estado é um fator de coesão da dominação da classe burguesa sobre as demais”. (isso… É “um” fator). O argumento principal do texto é este aqui: “Todas as grandes corporações, mesmo as mais mundializadas, têm uma base nacional concreta, e em última instância sempre apelam a “seus” Estados para subsídios, ajuda no campo político ou qualquer outra ação que venha a beneficiar os seus interesses particulares”. (que elas e os Estados são “sócios”, eu não tenho dúvida, a questão é achar que os segundos são os “majoritários” da parada…)

1438 - Afirma que o “instrumento organizador da classe dominante” não pode ser relegado a qualquer plano secundário. (acho que a galera não entende que houve um tempo em que o “Estado Nacional” podia mais. Ainda assim, era difícil ou impossível “usá-lo” contra o capitalismo. Hoje então…)

1439 - Critica Habermas eis que são os interesses, não a razão, quem determinam o debate na “arena democrática”.

1440 - JB e Chomsky (eu ri): Chomsky é geralmente considerado um anarquista, mas a única coisa de anarquismo que eu encontro nele é a ignorância da economia.

1441 - JB defende ferrenhamente a ideia de que o poder hoje é muito mais descentralizado que centralizado: “Se você estudar a literatura técnica sobre a organização das grandes companhias verificará como hoje, na fase da transnacionalização — diferente da fase da multinacionalização — a diferença entre matriz e filiais se dilui. É este o ponto central do § 3 do meu artigo sobre A Geopolítica das Companhias Transnacionais. O número crescente de alunos oriundos dos BRICs, sobretudo da China e da Índia, que se formam nos principais institutos de gestão, é essencial para essa diluição da diferença entre matrizes e filiais, para a constituição de uma pluralidade de pólos directivos e para a constituição de importantíssimos centros de pesquisa e desenvolvimento em países emergentes.”

 

Roger Keeran e Thomas Kenny - O Socialismo Foi Traído:

1442 - “Socialismo traído” é o livro deles. Aqui a entrevista. Afirma que a URSS caiu porque a direita do partido tomou o poder e que não havia qualquer crise-doença. Ou seja, o remédio teria matado o sistema que não estava doente. (Complicadíssima essa análise). A democracia também estaria mais forte que nos países capitalistas e teria sido golpeada por Gorbachev, que entregou jornais e etc. a anticomunistas...

1443 - Segundo eles, houve resistência na queda da URSS e 75% votaram a favor da sua manutenção, num plebiscito…

1444 - A produção caiu porque economistas pró-mercado começaram a fazer reformas já desde Kruschev, afirma.

1445 - Fala dos milionários de Brejnev. Como este tolerava as redes mafiosas/corruptas da “segunda economia”, em vez de partir para o enfrentamento, elas foram crescendo gradualmente e se tornando relevante no jogo político. Andropov, no pouco tempo que passou, pós-Brejnev, voltou a condenar muitos por essa prática.

1446 - Afirma que o socialismo é como um avião (o capitalismo seria a jangada que se aproveita da força do rio). Ou seja, mais eficiente, porém mais difícil de ser dirigido. Se não tiver uma equipe bem preparada… (Eu discordo parcialmente, mas a analogia tem seu valor se bem reinterpretada).

1447 - No final da década de 70, a população urbana, já maioria, ganhava cerca de 30% do seu rendimento total a partir de fontes não oficiais, ou seja, atividade privada (legal ou ilegal).

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