Econ - Textos Variados II

 

Alemanha - Notas Sobre a Reconstrução de Sua Soberania:

66 - Detalha as reformas de flexibilização e desmonte de direitos do “socialdemocrata” Schröder. Endureceu imensamente o seguro-desemprego e o seguro de saúde. Ademais, fez uma reforma previdenciária também dura.

67 - A retomada econômica, porém, não veio somente das reformas que baixaram os custos sociais (se é que veio): uma expressiva retomada de seu ímpeto exportador, foi viabilizada e promovida principalmente por três fatores: em primeiro lugar, o Euro e o que ele representou em termos de substituição de uma moeda valorizada (o DM) por outra, muito mais desvalorizada frente às demais moedas mundiais, sobretudo após seu primeiro ano de vida. Em segundo lugar, o forte período de crescimento europeu que se seguiu à implantação da moeda única, com destaque para a expansão das economias fortemente absorvedoras de produtos alemães. Finalmente, o período de elevado crescimento experimentado pelo mundo, em particular pelos EUA e pela China, esta última grande importadora de bens de capital e bens de consumo de elevado valor unitário e valor agregado provenientes da Alemanha, com destaque para os automóveis alemães. (...) Ainda, a pressão deflacionária causada pela ausência de crescimento dos salários reais na Alemanha desde o início das reformas de Schröder e dos acordos entre sindicatos patronais e de trabalhadores que se seguiram, resultaram em ganhos competitivos inequívocos à indústria alemã, resultando em uma expansão expressiva de suas exportações no período.

68 - Desde seu início, os alemães se veem enredados por um dilema: permitir que os países altamente endividados (sobretudo latinos, do sul da Europa) sejam resgatados por medidas de mutualização fiscal, nas quais certamente a Alemanha arcaria com o maior peso, ou permitir que tais países saiam do Euro, pondo em risco a própria sobrevivência da moeda única, pilar da boa performance da economia alemã nas últimas duas décadas?

 

Alexandre Schwartsman - Contra o Investimento Público Como Resposta à Crise:

69 - Aumentar o teto para investimento público anticíclico? Começa por ignorar a necessidade de aprovação orçamentária, licitação e licenciamento ambiental, que implicam prazo de resposta muito superior ao da vigência da crise. (...) Não seria impossível, mas bastante provável, que tais programas, quando prontos, já tenham se tornado desnecessários do ponto de vista de política anticíclica.

70 - Afirma que expansionismo fiscal causaria inflação e, depois, aumento de juros. (Nesse cenário? Alexandre ignora as especificidades do contexto. Capacidade ociosa, inflação zero, demanda retraída, etc.).

71 - Alexandre argumenta também que seria abrir um precedente institucional perigoso para o descalabro fiscal.

72 - Menciona também a questão da dívida: Sabemos, em particular, que o superávit primário necessário para estabilizar a relação dívida-PIB pode ser aproximado como a diferença entre taxa real de juros e a taxa de crescimento do PIB multiplicada pela relação dívida-PIB. (...) Assim, se a relação dívida-PIB é de 80%, com taxa real de juros a 4% e PIB crescendo 1%, o superávit primário requerido é (0,04-0,01) x 0,8 = 2,4% do PIB.

73 - Texto de 12 de março de 2020: À luz de toda discussão acima, e considerando que – ao contrário de países desenvolvidos – o Brasil ainda apresenta taxas nominais de juros positivas, deveria ser claro que o melhor instrumento para lidar com a consequências do Covid-19 sobre o crescimento é a redução adicional da Selic.

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