Econ - A Economia Política do Modelo Econômico Chinês
Anotações Sobre “Economia Pura” (Novos).
Pura entre aspas.
Obs.: Estes textos da pasta NÃO estão organizados por ordem de data. Ordem alfabética.
A Economia Política do Modelo Econômico Chinês:
1 – A crise do Leste na “transição” era necessária? Ao contrário do que ocorreu em outros países que possuíam uma economia planificada, como a Rússia e o Leste Europeu, a transição chinesa foi acompanhada por melhoria nas condições materiais e sociais da população.
2 - O texto é de 2012. Hoje, em 2020, a China está melhor ainda. Já dobrou ou mais sua renda per capita.
3 - Wolf argumenta que não se trata de um crescimento especial: De 1978 a 2003, o PIB per capita chinês cresceu 6,1% ao ano, abaixo do crescimento japonês no período 1950 a 1973 (8,2% ao ano). Os resultados para a Coreia do Sul (1960 a 1990) e para Taiwan (1958 a 1987) foram, respectivamente, 7,6% e 7,1% ao ano. O problema aí, nota Guimarães, o autor do texto, é que ele só comparou com os países que justamente mais se deram bem nesses períodos. São todos especiais.
4 - Caminho do desenvolvimento segundo Adam Smith: “pouco mais é necessário para conduzir uma nação do mais baixo barbarismo até o mais elevado grau de opulência do que paz, impostos razoáveis e uma administração tolerável da justiça; tudo o mais sendo trazido pelo curso natural das coisas”. Guimarães diz que não é tão simples.
5 - O “Grande Salto” foi uma “solução” construtivista: O termo “construtivista” faz menção às críticas de Hayek às experiências mirabolantes de inovação social, muitas tendo produzido resultados desastrosos.
6 - Não foi só a “privatização controlada” da China: Paralelamente à reforma empresarial, o governo reformou o sistema financeiro. Os bancos foram separados em bancos de políticas e bancos comerciais. Os últimos deveriam atuar segundo os critérios de mercado. O intuito da reforma foi impedir que o sistema financeiro continuasse a financiar empresas estatais ineficientes, assim como melhorar a capacidade de avaliação de riscos e de alocação dos recursos para os setores de maior produtividade. Apesar dos avanços, o sistema financeiro ainda é muito atrasado, sendo apontado como um dos elos frágeis do modelo chinês (NOLAN, 2004; PEI, 2006).
7 - Como resposta à crise internacional, o governo realizou investimentos de US$ 500 bilhões, que incluem projetos ambiciosos visando expandir a rede ferroviária (ANTUNES, STEFANO & MARANHÃO, 2009).
8 - Ressalta, ainda, a alta capacidade educacional da mão-de-obra chinesa, formando cada vez mais engenheiros e cientistas e tendo bons desempenhos nos testes internacionais de matemática. Portanto, não atraem apenas empresas sedentas por “escravos”, como se diz.
9 - Não sei, porém, se a realidade ainda é esta, creio que sim: Aos baixos salários somam-se os baixos encargos trabalhistas, as longas horas de trabalho e a grande flexibilidade do mercado de trabalho, reforçando as vantagens comparativas advindas do fator trabalho. O próprio texto admite: Mudanças vêm ocorrendo nas províncias mais ricas, com a eclosão de greves, aumentos de salários e revisão dos direitos trabalhistas.
10 - Não sei hoje: Por enquanto, vale destacar a influência da estrutura etária, dado que algo como 70% da população encontrava-se na faixa etária de 15 a 64 anos e, portanto, em idade ativa (AMARAL, 2005).
11 - Além disso, o mercado interno representa uma base de expansão para as empresas chinesas, que obtêm os ganhos de escala que elevam a capacidade para competir no exterior.
12 - A China era um país muito fechado. … Tarifas e barreiras não tarifárias foram reduzidas, de modo que no início da década de 1990 a China já apresentava um grau de proteção inferior a muitos países em desenvolvimento.
13 - A manutenção do câmbio desvalorizado foi também essencial. Em 1982, a taxa de câmbio foi desvalorizada de 1,5 para 2,8 remimbis por dólar. Desvalorizações sucessivas seguiram-se, de modo que em 1995 a taxa cambial flutuava em torno de 8,3 remimbis por dólar. Segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), a moeda chinesa teria perdido, entre 1980 e 1995, 70% do seu valor (idem). (...) Como conseqüência, as exportações entre 1984 e 1995 cresceram 17% ao ano. (...) A participação do comércio exterior no PIB, que era de apenas 10% em 1978, atingiu 44% em 1995.
14 - Estimativas do Banco Mundial apontam que 55% das exportações da China em 2005 eram feitas por multinacionais a partir da importação de componentes e montagem em território chinês (idem, p. 14-15).
15 - Além disso, há evidências de que a pressão para baixar os custos tem feito que empresas multinacionais terceirizem mesmo etapas mais complexas, dependentes de mão de obra com maior qualificação, como desenho, engenharia e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o que tem proporcionado à China ganhos em termos de absorção de tecnologia e especialização em setores avançados (NAUGHTON, 2007, p. 371; GEREFFI, 2009). Um bom exemplo é o setor de semicondutores e o de circuitos integrados. Menciona ainda as parcerias locais de joint ventures com multinacionais.
(continua...)
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