Econ - Análise Sobre Produtividade do Brasil - Estagnada

 

Análise Sobre Produtividade do Brasil - Estagnada:

74 - Coordenação técnica de Marcos Lisboa. É de 2018 parece.

75 - Obtivemos um grande avanço relativo em nossa distribuição de renda, liderando os ganhos comparando com mercados emergentes e países da América Latina e Caribe (ALC) entre 1997 e 2012.

76 - Entre 1994 e 2016, o Brasil exibiu o menor crescimento econômico dentre as economias comparadas, um acumulado de 31% , ou uma média anual de 1,2% (Figura 2).2 No mesmo período, o agregado de países da América Latina e Caribe (ALC) cresceu 37% (1,5% ao ano), o conjunto de economias da OCDE, 42% (1,6% ao ano), Estados Unidos (EUA), 46% (1,7% ao ano) e o grupo dos mercados emergentes, os grandes campeões, cresceu um acumulado de 152%, com uma média anual de 4,3%. Vale lembrar que EUA e Europa sofreram a pior crise econômica desde 1929 no período. Em relação aos Emergentes, mesmo retirando a China da amostra, o crescimento dos outros países do grupo se mantém em 3% ao ano ou um acumulado de 93% no período, quase 3 vezes mais que o observado no Brasil.

77 - Entre 1994 e 2011, o crescimento econômico acompanhou a região e países desenvolvidos. Em particular, crescemos a uma taxa anual média de apenas 0,3 pontos percentuais acima da observada nos outros países da América Latina e Caribe.

78 - Estagnada há décadas, a produtividade no Brasil não cresce por motivos conhecidos como qualidade da educação, infraestrutura, ambiente de negócios e abertura comercial.

79 - Talvez a expectativa de vida seja nosso avanço de maior destaque. Tivemos um salto equivalente a 21 anos entre 1960 e 2015. Considerando apenas as décadas recentes, no período entre 1994 e 2015, a expectativa de vida no país foi ampliada em 8 anos, superando tanto EUA (3 anos) e OCDE (5 anos) como América Latina e Caribe (5 anos) e Emergentes (6 anos). Todavia, nosso maior avanço também contribui para o envelhecimento populacional, fenômeno demográfico que trará grandes desafios à economia e ao equilíbrio das contas públicas.

80 - A escolaridade média duplicou de 4 para 8 anos, mas, em termos de qualidade, continuamos apanhando no PISA.

81 - Se o Brasil mantiver no futuro uma taxa de crescimento econômico igual à sua média das últimas duas décadas (aproximadamente 1,2% ao ano), ele levará 31 anos para alcançar o nível de 2016 da renda per capita do Uruguai (US$ 21.902), 38 anos para atingir o do Chile (US$ 23.915) e um pouco mais de 1 século para se equiparar ao dos Estados Unidos.

82 - A América Latina foi bem na queda acentuada da pobreza e extrema-pobreza, mas a China foi ainda melhor: Em 1994, mais da metade da população chinesa (52%) vivia abaixo da linha de extrema pobreza. Em 2013, esse número havia se reduzido para 1,9%.

83 - Nas últimas duas décadas, o Brasil pouco avançou em sua produção por trabalhador. Esse indicador cresceu no acumulado somente 19% (média de 0,8% ao ano), contrastando com 127% (3,8% ao ano) nos Emergentes, 35% (1,5% ao ano) na OCDE e 48% (1,8% ao ano) nos EUA. O Brasil superou apenas a média dos países latinos e caribenhos, que foi de 12% ou 0,5% ao ano no período.

84 - PIB por trabalhador: O produto por trabalhador pode ser decomposto em três componentes: capital físico (por trabalhador), capital humano e a produtividade total dos fatores (PTF) ou, simplesmente, produtividade.

85 - O capital físico diz respeito a equipamentos, máquinas, edifícios e todo recurso físico que os trabalhadores empregam direta ou indiretamente para a produção de bens e serviços. Ele é medido usualmente (e no contexto deste artigo) pelo valor total em dólares de todos os recursos físicos existentes no país.

86 - O capital humano pode ser interpretado como a qualificação dos trabalhadores. Tem como seus principais determinantes o grau de escolaridade e qualidade da educação. Pessoas com maior nível educacional tendem a ser mais produtivas e mais capazes de utilizar o capital físico disponível.

87 - Por fim, a produtividade total dos fatores (PTF) refere-se a fatores tangíveis e intangíveis que afetam o nível de produção, mas que não estão contemplados pelo capital físico ou humano. Um aumento na PTF significa que, para um mesmo nível de capital físico e humano, a produção por trabalhador será maior. Ou seja, ela é uma medida de quão bem estão sendo utilizados os insumos da economia e, por conseguinte, também pode ser interpretada como a eficiência produtiva.

88 - Comparando cada um dos componentes, o estoque de capital por trabalhador no Brasil avançou de 19% em relação ao americano em 1994 para 36% em 2014. (...) A ampliação desse indicador, todavia, pouco se reverteu em aumento do produto por trabalhador. Investimentos em capital (físico ou humano), por si só, não garantem uma elevação da produção, eles dependem da evolução da produtividade (PTF).

89 - No período 2001–2014, o investimento total em infraestrutura no país foi de R$ 967 bilhões, sendo a média anual de aproximadamente 2% do PIB. Todavia, estima-se que o investimento total na área para manter a infraestrutura atual seria da ordem de 3% do PIB, e, para levar os serviços básicos à toda a população, seria necessário mais do que 5% do PIB. (Achei mal explicado)

90 - Medindo capital humano: Como o índice de capital humano comumente empregado na literatura considera um valor fixo para a medida de retorno da educação dos países, sua evolução no tempo reflete essencialmente as variações na escolaridade (Figura 9). Por conseguinte, como na prática a PTF engloba tudo que não for especificamente captado pelas medidas utilizadas de capital físico e humano, as variações na qualidade da educação serão refletidas nela.

(continua...)

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