Dados e Fatos (Brasil) - Parte XXV
Dossiê Wikileaks - Quem é Quem na Eleição Brasileira de 2010:
528 - OS telegramas do Consulado mostram claramente que os EUA preferiam o PSDB. E já era gestão Obama.
529 - Trecho ridículo de Mainardi explicando ao cônsul que escreveu uma coluna sugerindo Marina como vice porque Serra lhe disse que ela era o sonho dele. Enfim… Que promiscuidade ridícula para um “jornalista”.
530 - Merval e Mainardi informaram ao pobre do cônsul que Aécio poderia ser vice de Serra para ajudar o PSDB. Era meio que a aposta deles… (os “jornalistas” “bem informados”)
531 - Ambos achavam ainda que Marina apoiaria Serra num segundo turno, o que não aconteceu. Lamounier era da mesma opinião.
532 - Waack teria dito que a forma de Dilma discursar ia matar sua candidatura, que ela era muito incoerente.
533 - Outro especialista lá também disse que Dilma ia perder.
534 - Waack garantiu, num almoço, que FHC tinha ajudado a selar acordo de chapa entre Serra e Aécio. Pobre cônsul…
535 - O Secretário Assistente para o Hemisfério Ocidental do Governo dos EUA Arturo Valenzuela encontrou-se com figuras expressivas da política local e observadores econômicos em São Paulo. Serra, Celso Lafer… O primeiro sugeriu que conduzirá política externa mais afinada com os EUA…
536 - Até o ombudsman da Folha tava lá, criticando a riqueza do PT. Serra foi quem mais esculhambou o PT pro gringo. Corrupção nunca antes vista montando máquina eleitoral contra ele… E por aí vai… Disse que se os EUA estão preocupados com Cristina que esperem pra ver Dilma… O gringo chamou Serra de mal informado sobre a Argentina e conhecedor só da política provinciana hehe (no telegrama).
537 - Serra chorando também foi cômico: “Alertou também que as referências que o governo dos EUA tem feito sobre uma “relação especial” com o presidente Lula não soa bem em todos os segmentos no Brasil e pode ser manipulada pelo PT”.
538 - Disse que ia fazer vários artigos para jornais criticando a política externa de Lula. Quanta subserviência!
Passa Palavra - Nunca Antes na História Deste País (Brasil Imperialista):
539 - Que dizer quando 80 organizações, movimentos sociais e sindicais da Alemanha, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Equador, França, Itália, Moçambique, Nova Caledônia, Peru e Taiwan organizam o Encontro Internacional de Atingidos pela Vale e acusam uma empresa “brasileira” de formação de milícias, de superexploração de trabalhadores e de ataque a sindicatos, sem contar os incontornáveis danos ao meio ambiente? Seria este comportamento semelhante ao da Petrobras na Bolívia e na América Central, ao da Itaipu junto ao Paraguai, ao do Grupo Votorantim em diversos países, ao da Odebrecht na África e ao da Mendes Júnior no Oriente Médio?
540 - Um comentador defende, a meu ver, com certa lógica, o porquê de ainda se poder discutir a existência de “dependência”:
“A civilizacao moderna européia teve como contraponto a otimizacao da exploracao dos povos coloniais. Os resíduos coloniais, mantidos mesmo sob o regime de classes, tem sido funcionais a exploracao da forca de trabalho para extracao de um excedente máximo em regioes como a nossa, já afirmava Florestan Fernandes. Dita transferencia atualmente ocorre através da dívida externa (pública e privada), da transferencia de lucros derivados de investimentos externos diretos, cobranca de royalties e direitos de licenca, etc. Mas atencao dokonal: historicamente isso tem acontecido através da articulação das burguesias satélites nacionais e as imperialistas. Ambas repartem a riqueza, porém os primeiros de forma subordinada. Espero ter esclarecido meu ponto de vista e não ter complicado mais ainda.”
541 - JB, logo a seguir, manda uma réplica muito interessante. Portugal e Espanha, focadas na acumulação de objetos (ou saques, se preferir chamar assim) não estavam, com isso, se modernizando. Pelo contrário. Atrasavam-se em relação aos ingleses, que iam, graças à expansão capitalista, remodelando o modo de exploração colonial. É meio que a ideia de que a pilhagem não moderniza ninguém, sendo, ao contrário, um indício de “não-reorganização interna”, digamos (falta de capitalismo).
542 - (O que acho que JB escanteia é o fato de que o colonialismo português dificultou sim tentativas de modernização aqui, o que acaba contribuindo para o “nosso” atraso).
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