Dados e Fatos (Brasil) - Parte XVIII
Três Lições Sobre Canudos:
381 - Conselheiro era advogado “dos pobres” e já tinha lido “Utopia”, de Thomas Morus.
382 - A primeira lição é que a realidade está prenhe de mundos novos, bastando que se leve a sério isso para constrúí-los.
383 - A segunda não entendi muito. A terceira é que a utopia não pode ser destruída. Canudos não morreu.
Reorganização do Capitalismo Brasileiro - Lula e FHC (Bom):
384 - Uma análise de conjuntura do IHU.
385 - A diferença do “nacional-desenvolvimentismo” de Lula estaria, segundo eles (o ruim é que não apresentam números… meio tosco isso), no extenso uso do BNDES e no PAC, ambos com objetivo de criar gigantes privados para disputar o mercado interno e internacional. Isso tudo especialmente no segundo mandato, diz.
386 - A diferença para o (nacional-desenvolvimentismo do…) varguismo é que, aqui, o Estado não é dono de empresas. Lula seria algo meio JK.
387 - Lula encampou, ainda, a harmonização das classes e seus interesses corporativos. Seria uma diferença importante.
388 - Dá exemplos de BNDES e fundos de pensão, sob orientação do governo, agindo para promover fusões (OI e Brasil Telecom), salvar empresas e reestruturá-las (Sadia, fundida com Perdigão).
389 - “Com recursos públicos do BNDES o governo apoiou a fusão entre a Votorantim Celulose e Papel (VCP) – controlada por Ermírio de Moraes – e a Aracruz. Ambas, a Votorantim Celulose e a Aracruz tiveram perdas enormes com derivativos cambiais e com a crise financeira pediram socorro ao governo. Com a fusão criou-se a maior empresa mundial de celulose de fibra curta e a quarta em celulose total.”
390 - Setor sucroalcooleiro. Escreveu: “Famílias tradicionais, cujo sobrenome virou sinônimo da indústria sucroalcooleira, começam a se tornar meros coadjuvantes de uma história que volta a ser reescrita e tem como mote a concentração e os ganhos de escala. Nesse processo, famílias como Junqueira Franco, Biagi, Vieira, Tavares de Melo e Resende Barbosa, cedem seus lugares a novos personagens. Entre eles, Dreyfus, Tereos, ETH (da Odebrecht), Bunge, Cargill e Adecoagro (do megainvestidor George Soros), além da gigante Cosan.”
391 - Segundo financiamento e capitalismo sem riscos… “Atente-se para o fato de que o dinheiro público do BNDES lastreado sobretudo pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) está sendo utilizado em muitos casos para irrigar empresas que foram privatizadas, como é o caso da própria Vale e das empresas de telefonia.”
392 - PAC. Delfim Netto disse na época que “o setor privado precisa de duas garantias para investir: a de que haverá crescimento e a de que não faltará energia. Se houver essas duas garantias, os investimentos virão”, disse ele.
393 - “O ambientalista Washington Novaes chama a atenção para este fato: “Um país que tem a biodiversidade que o Brasil tem, os recursos hídricos, a insolação o ano todo, enfim, com a riqueza que o país tem, deveria ter uma estratégia que colocasse esse fator escasso no mundo numa posição privilegiada como base de políticas. Mas essa estratégia não existe”.
Comida é o Que Não Falta:
394 - Superinteressante de 2002. Dados da época. “Há 23 milhões de miseráveis no Brasil – pessoas com renda insuficiente para prover 75% das suas necessidades calóricas. Nesse mesmo país, 39 000 toneladas de comida em condições de ser aproveitada vão para o lixo todo santo dia em mercados, feiras, fábricas, restaurantes, quitandas, açougues, fazendas.”
395 - As empresas não doam alimentos perto de vencer. Preferem o lixo. Têm medo de ter que arcar com indenização se der alguma merda.
396 - Fala da iniciativo dos sopões localizados em “intermediários agrícolas” que aproveitam legumes e afins esteticamente feios mas perfeitamente aptos ao consumo. Evita-se o desperdício. Diz-se que é mais barato investir nisso que em cesta básica.
397 - Nos Estados Unidos, um produto agrícola é manuseado 33 vezes antes de chegar ao consumidor. É natural que muitos frutos e legumes fiquem irremediavelmente amassados e machucados ao longo de toda essa cadeia. Enchentes e pragas provocam uma perda de algo como 10% do total ainda na fase do cultivo. Outro tanto se perde na colheita, geralmente feita por máquinas que esmagam parte da produção. Muitos vegetais e produtos animais não conseguem resistir à armazenagem, outros perecem no transporte.
398 - Na industrialização também se perde uns 10 a 15% dos produtos. A cultura do desperdício - comprar mais do que precisa na geladeira - gera outros 30% (sério?!). Resultado: estima que só 40% dos alimentos colhidos virem comida… (Véi…). Pelo menos em 2002.
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