Nildo Viana - Um Marxismo Vivo (Livro?) - Parte I
Nildo Viana - Um Marxismo Vivo (Bom Livro):
125 - Não sei se é um bem um livro ou uma seleção que alguém fez dos
seus textos, mas vou ler, pulando apenas o que já li - como o “o que é
autogestão”.
126 - Pega trechos claramente materialistas do jovem Marx falando
sobre a insuficiência das teorias. Estas só podem mesmo prosperar se
correspondem a necessidades materiais da classe. Isso tudo para negar a
existência prévia de idealismo no jovem Marx (acho que ele não se refere ao
Marx quase adolescente). Logo, Althusser estaria errado em falar do Marx
filosófico e Marx científico.
127 - A quarta tese sobre Feuerbach defende que a crítica da ideologia
deve ser precedida pela crítica do modo de produção que gera esta.
128 - Engels: “Se Barth pensa,
pois, que nós negamos toda a reação dos reflexos políticos, etc. do movimento
econômico sobre este movimento, ele combate simples moinhos de vento. Que
estude o 18 Brumário de Marx, em que quase só se trata do papel particular que
as lutas e os acontecimentos políticos desempenham naturalmente nos limites que
lhes traça a sua dependência geral das condições econômicas, ou ainda, O
Capital, o capítulo, por exemplo, sobre a jornada de trabalho, onde a
legislação, que é todavia um ato político, tem uma ação tão profunda, ou o
capítulo sobre a história da burguesia”.
129 - Acusa Althusser de se importar apenas com a mudança do modo de
produção. Seria um reducionismo econômico a semelhança do stalinismo.
130 - Concluiu que não existe nenhuma ruptura radical entre o jovem
Marx e o da maturidade.
131 - Segundo texto. Ele tem um conceito de trabalho produtivo que
realmente exclui muita gente. “A fonte do
poder é a alienação do trabalho produtivo. O trabalho produtivo é aquele que
produz um excedente, ou seja, um rendimento superior ao necessário para a
reprodução da força de trabalho."
132 - Coloca que poder econômico e político eram um só com os
primeiros senhores de escravos. Entretanto, com o crescimento populacional,
ficou ainda mais necessária uma divisão do trabalho no interior da classe dominante,
nascendo assim a classe burocrática (necessidade da senhorial). É uma classe de
auxiliares da subordinante, que recebem, para isso, uma parte do excedente
produzido.
133 - O Estado surge para harmonizar as classes, impedir que se
devorem, sem, porém, ser neutro ou acima delas. E sem pretender extinguí-las. O
próprio Engels vem nesse sentido.
134 - Nildo pra mim é incompleto ao dizer que o Estado se legitima
pela repressão e pela ideologia da neutralidade. Creio que o papel mais
importante do Estado moderno é o de parecer, não por causa das ideias que
difunde e sim pelas ações práticas nesse sentido, um Estado provedor. Como se
tirasse dinheiro “do nada” para investir em saúde, educação e etc. (sendo que
isso, no caso do Brasil, por exemplo, não é sequer 50% do orçamento).
135 - Autonomia relativa da burocracia estatal: “Esta autonomia relativa lhe permite, por exemplo, reprimir indivíduos e
frações da classe dominante e isto reforça a aparência de autonomia e a ilusão
de que ele é a fonte de poder.”
136 - O terceiro texto discute quando surgiu o poder.
137 - Traz uma “história” que eu nem conhecia - embora seja, hoje,
considerada ultrapassada: “A tese do
matriarcado teve como primeiros defensores as figuras de Bachofen e Morgam.
Estes dois “precursores da antropologia”, como se costuma dizer, ao analisarem
os mitos das sociedades antigas ou então as sociedades indígenas, observaram o
considerável poder que as mulheres possuíam diante dos homens. Aperfeiçoando e
se baseando no material recolhido por estes dois pesquisadores, Marx e
principalmente Engels lançariam a idéia de que existiu um matriarcado antes do
surgimento da sociedade de classes e que o aparecimento das classes sociais
seria o fator que teria provocado a dominação masculina sobre a mulher”.
138 - Lévi-Strauss e Beauvoir foram quem trouxeram a ideia de
subordinação universal da mulher. Não houve matriarcado.
139 - A própria Simone deixa claro, porém, que a apesar de chamar
“universal”, tal dominação do homem teve sim um início.
140 - O argumento de Bachofen é a existência de mitos sobre um suposto
governo feminino. Porém, Joan Bamberger levantou a hipótese (e me parece
factível) de que tais mitos existissem para mostrar o quanto seria indesejável
um governo feminino e não devido a uma existência real. Seria como analisar
nossos filmes que falam dos ET’s chegando e destruindo tudo sem saber o que de
fato ocorreu na nossa época (o que, hoje, seria difícil… fontes históricas
abundantes e tal… mas imagine se estas não existissem…)
141 - Nildo então defende que existiu um matriarcado? Diz que não no
sentido de “governo feminino”. Crê que Engels ao usar esse termo (sendo que
usava mais “direito materno” que “matriarcado”) apenas queria mostrar que a
mulher tinha grande prestígio naquele tipo de sociedade, tendo inclusive peso
grande (maior? Nildo não especifica) nas decisões relevantes.
142 - Nldo é contra a subordinação universal feminina. Cita estudos,
mas não os detalha. Complicado. “Novos
dados colhidos, entretanto, refutam a fundamentação que se baseia na situação
inferior da mulher (Sacks, 1980; Moore, 1991).”
143 - Defende que não havia troca de mulheres entre os clãs antigos.
Por que não? Não explica bem, a meu ver. A partir do momento que uma mulher é
tirada de um clã para viver em outro há mesmo como contestar que isso não seja
subordinação? Foi isso que não entendi.
144 - Nildo tem a hipótese - a que lhe parece mais factível - de que
os guerreiros foram os primeiros senhores de escravos. Eram os guerreiros quem
garantiam a expansão das aldeias, agora já podendo ser sedentárias (revolução
neolítica), para regiões montanhosas com metais de mais difícil acesso, como o
cobre, de grande utilidade. Superior à pedra.
145 - Na Ásia (modo de produção asiático), a exploração era
tributária. Os burocratas organizavam serviços de grande extensão, como a
irrigação de áreas não cultiváveis (sem irrigar) e cobravam bastante por isso.
146 - Algumas coisas mal desenvolvidas/explicadas neste texto. Eu
achei. Talvez tivesse que ser mais detalhado
(continua...)
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