Anarquistas - Textos Diversos XI

 

Bruno Muniz Reis - Malatesta e o Anarquismo:

204 - Leu obras de Malatesta e tentou resumir seu pensamento em 13 páginas. Vamos lá.

205 - É a iniciativa e movimentação dos indivíduos que os levam a formar associações e gerar a “ação social”. O indivíduo é o sujeito da história, não tanto os grupos. Não há, assim, consciência de classe e sim a associação para a preservação da vida, inclusive para o enfrentamento aos que se opõem a isso se necessário. É uma coisa mais pragmática. Não é que o homem seja naturalmente “associativo”.

206 - O indivíduo, em Malatesta, não é nem só altruísta nem só egoista.

207 - Achava que o anarquista deveria participar de lutas ainda que não tivessem um objetivo de trocar seis por praticamente meia dúzia, pois era uma maneira de manter a influência dos anarquistas na sociedade. O critério é que seja uma luta “contra a autoridade”. Ou seja, a ideia era não ser sectarista.

208 - Os fins não justificam os meios. Anarquismo não se consegue com hierarquias.

209 - Deve haver o convencimento do trabalhador a agir cooperadamente. Ou seja, a luta é racional.

210 - Violência? Apenas em resposta a atos repressivos. Não parece ver com bons olhos o “terror” como método. A Revolução Violenta nada mais é que a resposta aos muros construídos no caminho da evolução pacífica (vide Estado e Propriedade Privada).

211 - Defende a crítica da “moral” apenas se esta se restringe à moral burguesa. Malatesta entendia que regras de conduta são socialmente necessárias. Não chegam a ser leis, mas deve haver moral.

212 - Por que regras? Porque “quanto mais livre um segundo indivíduo for, tão mais livre poderá ser o primeiro”.

213 - A vida em sociedade é uma necessidade desde bebê, logo, a organização é sim imprescindível.

214 - Em Malatesta, sociedade sem organização só leva ao caos do “cada um por si”. Autoridade é imposição e não organização. Quanto mais desorganizado uma sociedade, mais sujeita à “autoridade”. Quanto mais organizada, mais poderá se defender de alguém ou algum grupo que queira impor algo.

215 - Malatesta é, porém, contra a ideia de “União Geral” dos anarquistas numa organização - como se esta tivesse o filtro capaz de dizer quem é e quem não é anarquista/revolucionário. A união geral era uma pretensão de alguns anarquistas russos.

216 - Considerava os sindicatos como meio de propaganda anarquista, em razão das relações de solidariedade que por vezes se estabelece por lá. Entretanto, não vê na sua luta por direitos imediatos algo com potencial revolucionário. O texto usar o verbo “mendigar” para se referir ao que não deve fazer a classe trabalhadora. Seria frustrante esperar, deles, atitudes revolucionárias.

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