Anarquistas - Textos Diversos VI (Bakunin)

 

Atividade Humana Contra o Trabalho:

108 - Texto de 1998, de autoria dos companheiros do GCI - Grupo Comunista Internacionalista.

109 - "Não se trata de libertar o trabalho, mas de suprimi-lo". (Karl Marx)

110 - É preciso entender o trabalho como atividade humana estranha ao homem, à manifestação de sua vida e à consciência que ele tem dela.

111 - Primeiro que a classificação desse texto está errada. É mais marxista que qualquer outra coisa. E, segundo lugar, achei meio clichê na maioria do tempo (pra quem já tem certo contato com a teoria marxista).

112 - O comunismo suprime o trabalho e o lazer, já que deixa de existir esse tempo que o capitalista “dá” ao trabalhador para recarregar as energias para o trabalho.

113 - “Nada é mais terrível do que fazer, o dia todo, uma coisa que nos repugna. Quanto mais sentimentos humanos tem um proletário, tanto mais detestará o seu trabalho, porque sofre com a opressão e a inutilidade que o trabalho representa para ele." Engels, Friedrich - A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra, 1845.

 

Bakunin - A Ilusão do Sufrágio Universal:

114 - Para Bakunin, não há esse papo de traição. Chegou no poder? Vai dominar. Mesmo o maior rebelde se tornará um eficaz conservador.

115 - Afirma que tem tempo e educação para a política é a burguesia. Ser eleita pelo povo não muda isso em nada. E, uma vez lá, a burguesia obviamente cuidará tão somente dos seus próprios interesses.

116 - “Como se pode esperar que o povo, oprimido pelo trabalho e ignorante da maioria dos problemas, supervisione as ações de seus representantes?

 

Bakunin - A Instrução Integral:

117 - Sempre pensei nessa dificuldade a uma “revolução” que Bakunin coloca aqui: “Quem souber mais dominará naturalmente a quem menos sabe e não existindo em princípio entre duas classes sociais mais que esta só diferença de instrução e de educação, essa diferença produzirá em pouco tempo todas as demais e o mundo voltará a encontrar-se em sua situação actual, isto é, dividido numa massa de escravos e num pequeno número de dominadores, os primeiros trabalhando, como hoje em dia, para os segundos.”

118 - (Penso que numa sociedade igualitária o ensino teria que ser radicalmente diferente. As escolas desde cedo incentivando teorias e práticas de auto-organização, ensinando economia e conceitos econômicos, além de história, participação e ciência política etc. … Já que todos seriam gestores do próprio trabalho, de certa forma)

119 - Como os socialistas burgueses não querem mudar substancialmente a estrutura social - cada um continuará desempenhando a sua função hierárquica - a escola não precisa mudar muito. Pedem e executam somente o maior acesso à instrução, enquanto os anarquistas dizem que é necessário o total acesso à instrução integral.

 

Bakunin - Necessidade de Organização:

120 - O inimigo é forte pois organizado na máquina do Estado. “O problema não é saber se o povo pode se sublevar, mas se é capaz de construir uma organização que lhe dê os meios de se chegar a um fim vitorioso”.

121 - Ensaia certa receita para a revolução: “Mas para que a Internacional possa adquirir realmente este poder, para que a décima parte do proletariado, organizado por esta associação possa arrastar os outros nove décimos, é preciso que cada membro, em cada seção, esteja muito mais penetrado pelos princípios da Internacional do que está hoje.”

122 - Não bastaria dizer e saber o que querem. Seriam palavras ocas com o tempo. Têm que saber todas as condições e consequências para tanto e o espírito que animará a revolução.

123 - Bakunin acreditava que um partido (organização em) levaria a um Estado oligárquico ainda mais autoritário e reacionário…

124 - Eu gosto muito desses socialistas burgueses que nos gritam sempre: "Instruamos primeiro o povo e depois o emancipemos". Pelo contrário nós dizemos: Ele que se emancipe primeiro e se instruirá ele próprio...

125 - A AIT tinha seções centrais, que iam dá ideia os fatos, e as seções corporativas, que faziam o caminho inverso. Bakunin considerava ambas essenciais para a força da Associação.

126 - Para interessar e para arrastar todo o proletariado na obra da Internacional, era preciso e é preciso aproximar-se dele não com idéias gerais e abstratas, mas com a compreensão real e viva dos seus males reais; e os seus males do dia a dia. Não adianta vir falar dos males da classe trabalhadora internacional, dos objetivos de longo prazo.

127 - Iniciando a luta, perceberá a necessidade de ampliar a solidariedade para todos os operários de todas as profissões. Por que? Porque os patrões se entendem entre eles.

128 - São as lutas e suas constantes ampliações de solidariedade o fator que poderá causar o interesse do operário da “seção corporativa” pelo mundo das ideias.

129 - Emancipação econômica e satisfação de interesses materiais. São o que deve ser apresentado inicialmente às massas como programa.

130 - Ademais, o revolucionário deve ir ao cotidiano das massas e não esperar que elas possam aderir à sua realidade e/ou projeto de vida. Por isso a AIT foi atrás de criar as seções corporativas: “a primeira coisa que eles deviam fazer e que efetivamente fizeram, foi organizar, em volta de cada organização central, tantas seções de profissão quantas indústrias diferentes existissem”.

131 - A Internacional é, evidentemente, uma magnífica instituição, é incontestavelmente a mais bela, a mais útil, a mais benéfica criação deste século. Ela criou a base da solidariedade dos trabalhadores de todo o mundo. Ela deu-lhe um começo de organização através da fronteira de todos os Estados e fora do mundo dos exploradores e dos privilegiados.

132 - A AIT não se declarava isso ou aquilo. “Se tivessem içado a bandeira de um sistema político ou anti-religioso, longe de unir os operários da Europa os teriam dividido mais ainda”. Crê que há centenas de milhares reunidos porque não se adotou bandeiras pouco construtirvas como “ateísmo”

133 - Por que ainda não dava para enfrentar os soldados da burguesia e conspiradores? “Em mil trabalhadores, seria muito se reunissem uma ou no máximo duas centenas no dia do combate. É que para organizar uma força, não basta unir os interesses, os sentimentos, o pensamento. É preciso unir as vontades e o caráter. Os nossos inimigos organizam as suas forças com a força do dinheiro e com a autoridade do Estado. Nós só podemos organizar as nossas com a convicção, com a paixão”.

134 - Uma dica que dá é reunir os chefes populares, os que inspiram o povo e são confiáveis, não usando isso (sua “moral”) contra eles (o povo).

135 - A “Aliança” seria a preparação para esse grande combate que não pode ser feita abertamente, como podem ser feitas as articulações da Internacional (por exemplo).

136 - ... Organização necessariamente pequena já que, em segredo, formarão a ponte necessária entre a propaganda das teorias socialistas e a prática revolucionária.

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