Econ - Textos Variados XVIII (Lance Roberts)
Anotações Sobre “Economia Pura” (Novos).
Pura entre aspas.
Obs.: Estes textos da pasta NÃO estão organizados por ordem de data. Ordem alfabética.
Lance Roberts - A Economia dos Protestos nos EUA:
1 – Enquanto a pandemia de coronavírus continua a atacar a economia, muitos americanos estão diminuindo suas contribuições para a aposentadoria, mas alguns estão sacando de suas contas de aposentadoria para pagar pelos itens essenciais. Uma nova pesquisa descobriu que 3 em cada 10 americanos precisou sacar dos fundos destinados a seus anos dourados - e a maioria dos que o fizeram gastou em mantimentos. Diz mais no meio do texto: O que isso nos diz é que os indivíduos não poderiam sobreviver mais de UM MÊS antes de sacar a poupança da aposentadoria. Mas e os 50% a 60% dos indivíduos que sequer tinham uma poupança? "Um relatório de 2018 do Instituto Nacional de Segurança de Aposentadoria, sem fins lucrativos, descobriu que quase 60% dos norte-americanos em idade ativa não possuem ativos em uma conta de aposentadoria." (...) Três quartos (77%) dos norte-americanos ficam aquém das metas conservadoras de economia de aposentadoria.
2 - Bernanke em 2010 (não foi exatamente o que ocorreu): “Essa abordagem facilitou as condições financeiras no passado e, até então, parece estar sendo eficaz novamente. Os preços das ações subiram e as taxas de juros de longo prazo caíram quando os investidores começaram a antecipar a ação mais recente. Condições financeiras mais fáceis promoverão o crescimento econômico. Por exemplo, taxas mais baixas de hipoteca tornarão a habitação mais acessível e permitirão que mais proprietários refinanciem. Taxas mais baixas de títulos corporativos incentivarão o investimento. E os preços mais altos das ações aumentarão a riqueza do consumidor e ajudarão a aumentar a confiança, o que também pode estimular os gastos. ”
3 - Primeiro que Wall Street se antecipou e comprou casa a preço baixo pra fazer especulação imobiliária, afirma. Segundo que “muitos norte-americanos, ainda em recuperação da "crise financeira", não conseguiram obter financiamento. (...) Para muitos outros, a acessibilidade devida ao crescimento salarial reprimido foi o problema”. Cita outra prova (que não entendi).
4 - Mercado de ações se descolou da economia real: Desde 1º de janeiro de 2009 até o final de março, o mercado de ações subiu 159%, ou aproximadamente 14% anualmente.
5 - Taxas de juros baixas, chegando a zero, incentivaram a dívida improdutiva e exacerbaram a diferença de riqueza. Os aumentos massivos na dívida prejudicaram o crescimento, desviando gastos consumados para o serviço da dívida. (...) "O aumento da dívida, que na última década foi usado principalmente para preencher a lacuna entre a renda e o custo de vida, contribuiu para retardar o crescimento econômico."
6 - (Há quem argumente que algumas vezes em que a bolsa americana se descola da economia real é porque os ativos em dólar ainda são mais seguros em crise do que os das demais moedas).
7 - A festa é só para os milionários acionistas: Em dezembro de 2019 - antes das paralisações - as famílias dos 20% com menor renda renda tinham visto seus ativos financeiros, como dinheiro no banco, investimentos em ações e títulos ou fundos de aposentadoria, caírem 34% desde o final da recessão de 2007-09, segundo dados do Fed ajustados pela inflação. Aqueles no meio da distribuição de renda tiveram apenas 4% de crescimento. (...) Os 10% mais ricos possuem 88% do mercado de ações, enquanto os 90% inferiores possuem apenas 12%. O top 1 tem 53%.
8 - Se o Fed remover qualquer acomodação monetária, o mercado declina. O Fed é forçado a aumentar subsequentemente o apoio aos mercados financeiros, o que agrava a diferença de riqueza.
Lance Roberts - Fed Exagerou:
9 - O balanço do FED meio que parece ter subido de 4 trilhões para 6,7. O único propósito das ações do Fed foi garantir o devido funcionamento dos mercados de crédito. Embora os rendimentos dos títulos do tesouro americano tenham disparado inicialmente, essa ignição foi rapidamente arrefecida pela “mangueira de incêndio” de liquidez do Fed. O banco entrou até no mercado de crédito corporativo. Na semana passada, o banco central americano iniciou seu processo de compra de ETFs de títulos corporativos e de alto rendimento.
10 - Coloca que esse balanço de 6 trilhões do FED tem risco de não ser suficiente para estancar a demanda causada por inadimplências, falências e reestruturações, que poderia exigir 10 trilhões em dívidas.
11 - Pode também acontecer o contrário: … se a atual crise tiver vida curta e a atividade econômica voltar com tudo, talvez o estímulo do Fed possa ter sido exagerado, provocando uma disparada na inflação e exercendo pressão sobre a classe média.
12 - Independente do possível resultado, uma consequência decorrente das enormes expansões de dívida e déficit não mudará: o crescimento econômico mais lento.
13 - Afirma que o FED escolheu, como sempre, a segunda entre duas opções ruins: a) Deixar que o capitalismo prevalecesse, permitindo que as corporações fracassassem e se reestruturassem depois de passar uma década se alavancando até o pescoço, recomprando ações e aumentando enormemente a riqueza dos seus executivos, em detrimento dos salários dos seus trabalhadores. Ou b) Resgatar os “maus atores” mais uma vez para interromper o “processo de liquidação” que rebalancearia a economia e permitiria níveis mais altos de crescimento econômico orgânico no futuro. (...) Como o balanço patrimonial do Fed já está chegando à casa dos US$ 10 trilhões, tudo indica que o banco central optou por impedir o “processo de liquidação”.
14 - Coloca que o endividamento levará a taxas futuras menores de crescimento. Interessante o débito total - creio que inclua empresas e famílias - em porcentagem do PIB. Só sobe. (fico me perguntando sobre a viabilidade disso).
15 - Parece uma grande bomba-relógio.
16 - Sim, outro afrouxamento quantitativo de US$ 4-6 trilhões provavelmente conseguirá inflar uma terceira “bolha” para combater a última deflação. (...) O problema é que, após uma década fomentando o consumo futuro para estimular a atividade econômica, a expansão ainda maior da desigualdade, o alto endividamento e o baixo crescimento econômico pesarão sobre a futura oportunidade econômica das massas.
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