Econ - Textos Variados XV

 

Francisco Primeiro (Medium) - Abertura comercial e crescimento econômico:

546 - Início do texto já bem esquisito. “De acordo com as simulações, uma eliminação da tarifa de 25% acrescenta 2.5 pontos percentuais ao crescimento anual, ou a eliminação de 1% da tarifa acrescenta 0.1 pontos percentuais ao crescimento.” (Que é que o Brasil está esperando pra ficar rico então? Tão fácil?! Alguém avisa a Paulo Guedes. Liberal adora não explicar nada direito) “Uma redução na tarifa de 25% nos bens de capital não teria efeito imediato, porém isso encorajaria a acumulação de capital. No longo prazo o produto aumenta 11.5%. Em contraste, a redução na tarifa de 25% nos bens intermediários tem um efeito imediato, como qualquer outro choque na produtividade. No longo prazo o produto aumenta por 39.4%. Finalmente, quando ambas as tarifas são removidas, os efeitos são coletados e o produto no longo prazo aumenta por 55.6%.”

547 - Os dados coletados de 75 países entre 1975–1989 e 1990–2005 (ambos períodos de 15 anos, aproximadamente, em períodos em que flutuações de curto prazo não influenciem no resultado) sugerem que a correlação entre o indicador de liberalização (1 = economia que reduziu suas tarifas e liberalizou o seu mercado; 0 = economia que manteve tarifas altas ou não reduziu, e economias que já tinham tarifas baixas, sendo assim as tarifas não tiveram tanto efeito, ou a redução delas foi pequena, e.g., Cingapura) é 0.66 incluindo as tarifas em bens de consumo, e 0.57 quando restrito à bens de capital e bens intermediários. Os países que liberalizaram seu mercado e reduziram tarifas, cresceram entre 1.3 e 1.9 ponto percentual a mais por ano que os que não liberalizaram. Esse número pode parecer pouco, mas conforme nota Kraay (2007,140–41), um crescimento extra de 1% seria suficiente em si para alcançar o objetivo do milênio (reduzir a pobreza pela metade) em diversos países, e isso traria uma contribuição de entre metade e 1/3 para alcançar o objetivo em muitos outros países.

548 - (Faltou explicar na correlação porque a abertura é causa e não consequência de qualquer outra coisa. Todo mundo pode e deve se abrir em quaisquer condições? Com quaisquer países e etc?).

549 - Em termos absolutos os preços dos bens de capital aumentaram nos países que não liberalizaram seu mercado, mas caíram consideravelmente entre os que liberalizaram. O investimento em capital físico foi entre 1.2 e 1.9 p.p maior nos países liberalizados que nos países mais fechados entre 1950–1998, e como já dizemos, no longo prazo, isso é um valor marginal considerável.

550 - (Em tempo, até acredito nos benefícios da abertura comercial controlada no capitalismo, mas liberal dá muito salto lógico).

 

Francisco Primeiro (Medium) - As falácias de Ciro Gomes (Sobre Coréia):

551 - Elogia a Escola Austríaca apesar de discordar. A E.A já contribuiu muito com teorias de juros, capital e valor, a utilidade marginal por exemplo, é amplamente estudada na microeconomia.

552 - Gostei das referências. Entre as fontes está “Krugman, Paul. “Myth of Asia’s Miracle, The.” Foreign Aff. 73 (1994)”.

553 - O caso de Singapura chega a ser mais absurdo, a taxa da população empregada em razão da população total, saltou de 27% para 51%. - (País que por sinal é um Estado Social Autoritário bem escroto -

https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2019/02/entenda-como-cingapura-deixou-de-ser-uma-ilha-pobre-para-se-tornar-um-dos-paises-mais-ricos-do-mundo.html )

Tenho um TCC ótimo na pasta de livros que mostra que Cingapura cresceu mais pela expansão de capital humano que por produtividade (possivelmente já era alta, não li todo).

554 - Houve também um grande acúmulo de capital humano na Coreia, a taxa dos trabalhadores com ensino secundário saltou de 26.5% em 1966, para 75% em 1990.

555 - Jong-Il e Lau (1993) nos dão uma bela estimativa das fontes do crescimento dos tigres asiáticos, mas iremos nos concentrar na Coreia. Em tais estimativas nós temos que para todos os tigres asiáticos, houve um crescimento positivo anual do progresso tecnológico (medido aqui como PTF), para poupar leitura, irei me concentrar apenas na Coreia, no caso dela tivemos um aumento anual médio de 1.2% na PTF, isso é maior do que as estimativas convencionais, que estimavam um crescimento anual médio de -0.5%. Nesses estimativas, temos o seguinte resultado: nada menos que 80% do crescimento sul-coreano é oriundo de um crescimento no capital, e 20% oriundo de um crescimento da força laboral (incluindo, propriamente dito, o capital humano)…pera, e cadê o progresso tecnológico? Isso é o interessante, pelas suas estimativas, o progresso tecnológico simplesmente não contribuiu para o crescimento sul-coreano, ou seja, o crescimento sul-coreano é oriundo de um aumento nos fatores, em nada a eficiência dos fatores contribuiu para o crescimento sul-coreano. (Dados muito diversos, pois os de José Gabriel Palma parece dizer o contrário)

556 - Depois traz dados que demonstrariam que a maioria dos prêmios por inovações de ciência e tecnologia dos EUA vão para instituições privadas. Ocorre que os números que ele traz também mostra alto e crescente número de prêmios para projetos de financiamento estatal ou misto. A meu ver, a discussão não prova muito.

557 - (Quanto à Coréia, só estudando bem, pois há dados diferentes em textos que já li aqui).

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