Econ - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial - PIB Per Capita em PPC e Participação da Indústria no PIB II

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634 - Além dos casos de “desindustrialização normal” e “prematura” pela série mensurada a preços correntes, há um terceiro grupo de países em que a participação da indústria no PIB aumentou na maior parte do período. São eles: Arábia Saudita; Coreia do Sul, Irlanda, Malásia, e Tailândia.

635 - Interessante que a Austrália de 23 mil dólares de per capita em 1970 tinha 16% (ou 24% a preço constante) de indústria no PIB. Ou seja, mesmo ela - a “não-industrializada” de sucesso - nunca esteve no mesmo percurso “desindustrializador” que o Brasil. (O mesmo pode ser dito do Canadá, trajetória imensamente parecida com a da Austrália) (Reino Unido é parecido também, só que mais “light”).

636 - Interessante também que a Arábia já tinha um “per capita” bem alto em 1970. Sempre acima de 40 mil dólares.

637 - A Bélgica entre 20 mil (1970) e 46 mil dólares (2017) parece estar se desindustrializando só a preços correntes (sai de 34 pra quase 14% do PIB), mas a preços correntes tudo se encontra estável. Indústria mal varia como 15% do PIB.

638 - Coréia do Sul e Espanha chegam em 2017 com mais ou menos 38 mil dólares “per capita”, mas a primeira saiu de 3 em 1970. A segunda de 13. A trajetória da Coréia foi bem mais industrial. Mesmo de 13k a 38k. Espanha se manteve de 13% a 17% Industrial a preços constantes.

639 - A indústria dos EUA a preços constantes meio que mantém a participação do PIB entre 1970 (22 mil dólares PPC) e 2017 (59 mil dólares PPC). O mesmo para países europeus como França e Holanda.

640 - Já a Irlanda há um crescimento constante de tudo. Saiu dos 12 mil dólares em 1970, com 16% de indústria em preços correntes e 12% em constantes para 63 mil dólares em 2017, com 34% de indústria em preços correntes e 31% em constantes.

641 - A Suécia se desindustrializa a preços correntes e se industrializa a preços constantes. Tudo levemente. A Polônia faz o mesmo, só que fortemente. 

642 - Tigres mostram, em geral, industrialização crescente e forte avanço per capita. Em treze países, a manufatura aumentou o peso no PIB a preços constantes: Arábia Saudita, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Irã, Irlanda, Malásia, México, Polônia, Suécia, Tailândia e Turquia.

643 - Enfim, há uma coleção de gráficos muito boas para quem quiser ver. 

644 - Ponto para o argumento dele: a manufatura não reduziu participação no PIB na série a preços constantes em sete países: Áustria, Bélgica, Estados Unidos, Holanda, Itália, Japão e Suíça. Em todos esses casos a parcela industrial ficou estável ao longo dos 48 anos, de 1970 a 2017, e ao mesmo tempo, a renda per capita aumentou substancialmente.


645 - Ou seja, Brasil cresceu 24% a indústria de transformação. O mundo 204% (triplicou) e a China multiplicou por quarenta vezes.

646 - E per capita? O gráfico acima mostra que o VAM per capita do Brasil encolheu 28% entre 1980 e 2017, enquanto o mundial aumentou 79% e do mundo sem China 32%. (...) Em contraste, outros países representados no gráfico a seguir apresentam evolução positiva, com destaque para a China, que ultrapassou o Brasil em 2011 e em 2017 e obteve VAM per capita de US$ 2.250 a preços de 2010, isto é, um pouco mais de US$ 1.000 per capita acima do Brasil.


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