Econ - Hjalmar Schacht e a Economia Alemã (1920-1950) - Discussão Monetária I

 

Hjalmar Schacht e a Economia Alemã (1920-1950) - Discussão Monetária:


582 - Política monetária de Schacht: retirou seu país da grande depressão dos anos 1930, acabando com o desemprego de cerca de 40% da força de trabalho, sem causar pressões inflacionárias. Tornou a Alemanha uma superpotência no final da mesma década, levando o presidente do país a ser eleito pela revista norteamericana Time o “homem do ano de 1938”. O presidente era Adolf Hitler. 

583 - Mostrava-se um liberal, contra a intervenção do Estado na economia e a favor do livre-comércio. No Instituto de Economia, escreveu artigos defendendo uma política de comércio exterior que privilegiasse a exportação de bens industriais em vez de matérias-primas e produtos semi-industrializados. Isso em 1901. 

584 - Foi diretor de banco. Segundo Schacht, um banqueiro não precisava ser bom de matemática: “(...) o importante é o domínio de outras artes: psicologia, por exemplo, conhecimento de economia, bom senso, a capacidade de decisão, mas sobretudo conhecimento sobre crédito” (1999, p. 88). 

585 - A confusão política em que se encontrava a Alemanha nessa época levou Schacht a organizar, junto com alguns amigos, um novo partido político: Partido Democrático Alemão (DPP), em novembro de 1918. Nas eleições de janeiro de 1919, o DDP obteve 74 lugares na Assembléia Nacional, evitando que o Partido Social Democrata governasse sozinho e levasse a Alemanha para o socialismo. Schacht não se candidatou a nenhum cargo. Continuava a trabalhar no Nationalbank. 

586 - Versalhes tirou várias riquezas (cita um lista) e implicou a perda das colônias e de algumas regiões européias reduziu o território do império alemão de 2.915.069 km2 para apenas 540.000 km2. Keynes foi um grande crítico disso tudo em livro. Disse que em vez de trazer paz, traria guerra. Rainho sem defeitos nesse ponto. Churchill e o Senado dos EUA também consideravam absurdo. Ainda previa uma indenização impossível de ser paga e que correspondia anualmente a 80% das exportações alemãs. 

 587 - Inflação da Alemanha enlouqueceu - Bresciani-Turroni (1989) afirma que até 1921 a inflação alemã era decorrente dos seguintes fatores: a) emissão de moeda para cobrir o déficit orçamentário do governo; b) escassez de bens (ocasionado pela guerra); c) elevação dos preços dos bens importados (causado pela alta do dólar); d) reparações de guerra (decorrentes do Tratado de Versalhes):




588 - Assim, as flutuações no nível de preços ficavam intimamente ligadas à flutuação cambial, sendo freqüente os preços internos se ajustarem automaticamente à cotação do dólar. Com isso, a moeda nacional perdia sua função de unidade de conta e de reserva de valor, apesar de os pagamentos serem efetuados em marcos, o que caracterizava a moeda apenas como meio de pagamento (Franco, 1999). 

589 - Inflação alta = desemprego baixo. E crescimento meio que forçado. Apesar da perda de poder aquisitivo… Segundo Bresciani-Turroni (1989), a inflação e a inexistência da indexação forçavam as famílias a gastar suas rendas tão logo as recebiam. As empresas, por sua vez, investiam imediatamente seus lucros, aumentando a produção industrial rapidamente. O elevado consumo e o alto investimento foram os responsáveis pelo baixo desemprego nessa época. Em meados de 1922, o desemprego havia desaparecido na Alemanha. 

590 - Schacht diz que foi também a festa da concentração de renda. “Como em todas as questões econômicas, especialmente em questão de dinheiro, as pessoas instruídas entendem o processo de desvalorização mais rapidamente do que a grande massa inexperiente. Quem percebeu a inflação a tempo pôde proteger-se contra as perdas do papel-moeda, comprando o mais rapidamente possível bens quaisquer, que, ao contrário do papel-moeda em desvalorização, mantivessem seu valor como casas, terras, produtos, matérias-primas e outras mercadorias. A fuga para os bens possibilitou não apenas às pessoas abastadas, mas em particular também àqueles negociantes inescrupulosos, salvarem suas fortunas e possivelmente aumentá-las.”

591 - A suspensão dos pagamentos das reparações de guerra levou a França e a Bélgica a ocuparem a rica região do vale do rio Ruhr, em janeiro de 1923. A Alemanha, visando evitar que as empresas e trabalhadores do Ruhr produzissem carvão e aço para os invasores, passou a pagar as empresas para não produzirem. Para financiar essa “resistência passiva”, o governo alemão recorreu à emissão de papel-moeda. A grande soma gasta na resistência passiva fez com que a Alemanha perdesse completamente o controle das finanças públicas. Para Zini Júnior (1993, p. 13), “(...) este foi o fator final para deflagrar a hiperinflação aberta em 1923”. (...) A disseminação de outras moedas estrangeiras mais estáveis que a moeda alemã fez com que o marco perdesse, inclusive, a sua função de meio de pagamento. Em novembro de 1923, o estoque de marcos em circulação era irrisório.

592 - A hiperinflação desorganizou a vida econômica: as vendas caíram e a produção cessou, causando o desemprego. Se em setembro de 1923 havia cerca de 250 mil desempregados, em 15 de novembro eram 1,485 milhão.

(continua...)

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