Econ - Fernando Dall'Acqua - Crescimento e Estabilização na Coréia do Sul 1950-86 I
Fernando Dall'Acqua - Crescimento e Estabilização na Coréia do Sul 1950-86:
508 - O texto é de 1991. Foca na Coréia Pós-Guerra.
509 - Ao contrário do Japão, que também foi devastado pela guerra, a Coreia não dispunha de conhecimento tecnológico e administrativo que pudesse ser prontamente utilizado na restauração económica.
510 - De 1947 a 1949 houve uma profundo reforma agrária na Coréia.
511 - Ao contrário de Hong-Kong e Cingapura, onde a falta de recursos naturais tornou a industrialização "para fora" a opção óbvia, na Coréia esta orientação vai se delineando apenas gradualmente, na medida em que as restrições à continuidade do crescimento econômico impõem uma pragmática adaptação do modelo coreano às oportunidades abertas pelo comércio internacional.
512 - Sob o governo do General Park elaborou-se o primeiro qüinqüenal de desenvolvimento econômico (1962-66) que, ao invés de orientado para exportação, procurava essencialmente promover a substituição de importações.
513 - Poupança interna era fraca, então conseguiram capital externo.
514 - A dependência ao capital estrangeiro levou a uma gradual redefinição de objetivos no segundo plano qüinqüenal de desenvolvimento (1967-71). A ênfase inicial nas indústrias de substituição de importações foi parcialmente desviada para a exportação de manufaturas leves. (...) Começa assim a materializar-se a industrialização ·para fora·, baseada na necessidade de planejar um aumento de exportações que atenuasse o desequilíbrio externo.
515 - A abertura comercial em % do PIB cresceu a cada “quinquenal” - de 1962 a 1986. Abertura externa (% do PIB): 24,7 - 40,4 - 63,3 - 76,4 - 84,5. A dívida externa também, já que o capital dos EUA ia diminuindo. Subiu de 0,2 a 42,4% do PIB em tal período.
516 - O terceiro plano qüinqüenal de desenvolvimento (1972-76) centrou sua estratégia no desenvolvimento da indústria eletrônica, pesada e química (petroquímica, aço, ferro e metais não-ferrosos). O objetivo era reduzir a dependência por matéria-prima, máquinas e equipamentos importados, reestruturando a composição industrial em favor de produtos mais sofisticados e de maior valor agregado.
517 - As importações continuam a aumentar mais rapidamente do que as exportações, o que faz com que o déficit comercial praticamente dobre em relação ao período anterior. Este aumento das importações deve-se, em parte, à explosão dos preços do petróleo em 1973. Mas não apenas a isto. As importações de matérias-primas, máquinas e equipamentos continuam também crescendo rapidamente, apesar do esforço de substituição de importações realizado nas indústrias pesada e química sob a liderança do governo.
518 - Observa-se que a Coréia tanto se voltava pra fora quanto se esforçava para fazer política de substituição de importação.
519 - A consolidação do modelo exportador, concretizada com o terceiro plano de desenvolvimento, ocorreu sob a forte liderança do Estado. A instalação das indústrias pesada e química foi sustentada por um aumento do investimento público, que no início dos anos 80 alcançou cerca de 25% do investimento fixo total, superior ao Brasil (22%), Argentina (20%) e Japão (10%).
520 - Essas definições ocorrem, no entanto, através de uma grande interação com empresários, que costumam se reunir freqüentemente com autoridades públicas para definir estratégias empresariais, trocar idéias e discutir a viabilização de projetos. Uma das principais características dessa dinâmica é a confiança mútua existente entre empresários e governo. As autoridades econômicas recebem inclusive dados atualizados sobre o desempenho de empresas individuais, que permitem uma política ágil e pragmática, envolvendo até mesmo a intervenção direta ao nível de firma (Collins & Park, 1988, p.131).
521 - Além da intervenção direta na produção, o governo tem recorrido freqüentemente ao controle de preços, salários e câmbio para conter a inflação.
(continua...)
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