Paulo Freire – Pedagogia do Oprimido (Incompleto)
Anotações Sobre “Paulo Freire – Pedagogia do Oprimido”.
Primeiras Palavras
1 – Freire coloca que não é a liberdade que pode levar ao fanatismo. Ao contrário, a educação que coloca verdadeiramente o povo como sujeito histórico inibirá isso. O “desmoronamento do mundo” em que estava não deve gerar o “fanatismo destrutivo”.
2 – O livro não é feito apenas de leituras e ou devaneios intelectuais. Parte de observações da prática e reações do povo.
3 – Radicalização é sempre criadora. O sectarismo, pelo contrário, é irracional. Venha de onde vier. Cria uma falsa realidade que não pode ser mudada.
4 – O sectário de esquerda coloca o futuro como espécie de sina/destino impassível de modificação. Assim como o de direita, sofrem da falta de dúvida. Defende o diálogo.
5 – Num momento, Freire deixa claro que educação não é tudo.
I – Justificativa da pedagogia do oprimido
5 – O anseio de liberdade e justiça e a luta dos oprimidos demonstrariam uma vocação (negada pelo dominador) humana para humanização.
6 – Grande tarefa histórica dos oprimidos: libertarem a si e aos seus opressores.
7 – Critica a generosidade que se pode existir através da injustiça. Isso me lembra um conservador inglês crítico do socialismo por este ter o poder de acabar com as esmolas.
8 – Os oprimidos têm que descobrir que são hospedeiros do opressor para que possam transformar isso. Caso contrário, sua liberdade será apenas “sua liberdade”. Reforma agrária será terra para ele e outros que se virem. Saídas meramente individualistas.
9 – Parto do homem novo. Superação da contradição. Expulsão do “opressor” de dentro de si. Libertação de si e de todos. Não mais se adaptar melhor a “história” criada por outros, mas criar a história. Sujeito, não espectador. Luta que supera o “tornar-se o opressor”, o “seguir prescrições do opressor”, a libertação se dá coletivamente.
10 – Não bastam idéias. Se enxergar como oprimido. Sem “práxis libertadora”, nada anda. Deixa isso claro o tempo todo. Subjetividade e objetividade andam juntas.
11 – Solidarizar-se com o povo é “com ele lutar” pra secar a fonte de injustiça. Nada de paternalismo.
12 – A dominação tem a facilidade/vantagem de poder operar-se no inconsciente.
13 – Ao mesmo tempo, não basta o “fazer”, sem o “que fazer”. Trata, ainda, da necessidade de “dialogar com as massas” sobre suas ações. Lukacs usa o termo “explicar”.
14 – A pedagogia do oprimido é a pedagogia do homem (principalmente num segundo, já com profundas transformações na realidade).
15 – Vocação histórica e ontológica do homem: a de “ser mais”. Quando reprimida (atualmente), gera oprimidos duais, contraditórios, divididos.
16 – “Como poderiam os oprimidos dar início à violência, se eles são o resultado de uma violência”?
17 – Cita a burocracia como exemplo de não-expulsão do opressor interno.
18 – Parte da esquerda não crê no povo. Freire crê ser resquício da mentalidade opressora.
19 – Os oprimidos são convencidos pelos opressores de que apenas estes sabem e têm a capacidade para tal. Os últimos deveriam, tão somente, escutar. Absorvem isso.
20 – Para Freire, o que deve variar é o conteúdo do diálogo, de acordo com o “nível de consciência”, digamos assim. O que não pode nunca é substituir o diálogo pela “sloganização”, verticalidades, pelos comunicados... Tudo que transforma o oprimido em “algo a ser salvo”.
21 – O sentimento de que “se deve lutar” não é doação da liderança revolucionária, ou seja, só é criado pela reflexão real e ação do oprimido. Se ele não estiver convencido disso... E só se pode se convencer pelo diálogo. Só assim, deixa-se de tratá-lo como “quase coisa”.
II – A concepção “bancária” da educação como instrumento da opressão. Seus pressupostos, sua crítica
22 – Educação bancária. Preencher vasos. Técnica da narração. O aluno nada sabe. Não há criatividade ou transformação do saber. Os educandos adaptam-se ao mundo.
23 – O homem não está com o mundo, mas “no” mundo (bancária). Deve “engolir” a realidade, o mundo. A educação bancária não pode ser revolucionária. Critica os “depósitos”, “propagandas” e “slogans”.
24 – Pela superação do “educador-educando”. Defende a relação dialógica. Mediação pelo mundo.
25 – Preparando uma aula ou “dando” a mesma para outros sujeitos, se é sempre sujeito cognoscente. Aprendizado contínuo.
26 – Deve-se “desafiar” os educandos. Despertar a curiosidade perante o mundo. Que façam suas investigações.
27 – Misturar consciência e mundo. Não um antes e depois entre ambos. Não se prepara a consciência para o mundo (ou vice-versa). Critica o “mundo sem homens”. O mundo sem homens significa a falta de uma “consciência de mundo” (que gera o “mundo da consciência”).
28 – O homem que se percebe inconcluso tende ao desejo/vocação de “ser mais”. Homem como ser histórico. Contra a realidade fatalista.
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